Eliana Hoenhe Pereira: 'Turbulência'
Turbulência
A aeronave sacudia
Pra lá e pra cá
O café chacoalhou, chacoalhou, chacoalhou
e para dentro do meu casaco voou
Alguns passageiros fervorosamente oravam
Outros gritavam ou enjoavam
Os comissários se encarregavam de acalmar a situação,
naturalmente…
e não podia ser diferente
Parecia que haviam perdido o chão
e junto foi a razão
Assim é a turbulência…
traz impotência
Sem demonstrar a preferência
Seja por terra, mares ou ares
e não há nada que se possa fazer
para ser mudado
o jeito é pensar que nem tudo está acabado
A turbulência testa a paciência
e na busca pela resistência
faz acordar para a vida, desenrolar e administrar
Contudo, é preciso acreditar
que logo vai passar
como as estrelas…
continuarão sempre a brilhar
e nem por isso deve-se deixar de voar.
Eliana Hoenhe Pereira
eliana.hoenhe1@hotmail.com