Antônio Fernandes do Rêgo: 'Poema de amor'

Antônio Fernandes do Rêgo

Poema de amor

Se te pedirem, meu amor,
Que tu contes a trajetória
Do soberbo navegador,
Se não amas esta memória,

Ah! Não contes, mais, não contes;
Se te indagarem do viajor
Que ultrapassou as mil pontes
A procura do grande amor,

Ah! Não fales, mais, não fales;
Que já sabem os confins do mundo
Que és tu essa flor dos vales
Que busquei com amor profundo.

Se plantaste a flor da sorte
Para esperar a minha volta,
E não crês no amor mais forte
Do que a onda do mar, revolta,

Ah! Não plantes mais, não plantes;
Pois tu sabes que voltarei
Como voltei nos tempos dantes,
Porque em ti sempre estarei.

Fiz-te poemas tão gentis,
Se se do amor duvidarás,
Rasga os versos que te fiz,
E de mim não lembres mais.

Antônio Fernandes do Rêgo

aferego@yahoo.com