Márcio Castilho: 'Manhã de terça-feira (04 de maio)'
Manhã de terça-feira (04 de maio)
Saudades, ó Catarina,
Minha santa que hoje pranteia
Esse pranto sem canto
Que lamenta a chacina
Numa manhã de terça-feira.
Um abalo enorme
Para a educação infantil,
Por motivos quaisquer
Um jovem tão vil
Com faca na mão,
Em nossa pátria gentil,
Matou sem remorso
E sem coração.
Tão triste e sem brilho
Na canção, o estribilho
Neste mês de maio
Em pleno dia das mães,
Pois penso nos filhos
Que a faca levou,
No amor e no carinho
Que se retirou.
E além dos bebês
Que daqui foram embora
Uma jovem de 20
E a outra de 30
Viraram heroínas,
Morreram defendendo
As crianças pequeninas.
Ela era Anna Bela,
Ela era Sarah,
E ele, Murilo,
E eles eram crianças
Da creche Aquarela.
Saudades, ó Catarina,
Minha santa que hoje pranteia,
Esse pranto sem canto
Que lamenta a chacina
Numa manhã de terça-feira.
(Poema que relata a tragédia ocorrida no dia 04 de Maio de 2021 na Escola Municipal de Educação Infantil Aquarela situada no bairro Saudades localizado no interior de Santa Catarina, onde 3 crianças de 1 ano e 2 funcionárias foram assassinadas brutalmente por um jovem de 18 anos.)
Márcio Castilho
marciocastilho74@outlook.com