Antônio Fernandes do Rêgo: 'A dor da despedida'

Antônio Fernandes do Rêgo

A dor da despedida

Qual é a razão que deixa almas partidas,

Quando alguém parte e o outro fica à espera,

Por que é que dói e tanto as despedidas?

Deixando um vulto gravado na esclera.

 

Há algo em alguns seres envolvente,

Será que ao destino destas almas

Há uma liga que as une eternamente?

 

Por que é que dói no peito de quem fica,

E ao peito de quem vai, tanta saudade,

Mais uma ânsia que não se pacifica,

E qualquer tempo é uma infinidade?

 

É que há vidas unidas no passado

Que deixam um laço para eternidade,

Quando algum liame é determinado.

 

E se os embustes da sorte furtivos

Trouxerem os forçados desencontros,

Ainda voltam aos corações cativos,

Sempre as alegrias de novos encontros.

 

Na alternância de encontro e reencontro,

Há essa dor da partida por mil anos,

A entoar, esperando o outro encontro,

 

E aquela mesma velha canção de amor:

“Quem parte leva saudade de alguém

Quem fica, fica chorando de dor…”

Mas há um novo dia a raiar, também.

 

Antônio Fernandes do Rêgo

aferego@yahoo.com