Márcio Castilho: 'Das trompas de Eustáquio'

Márcio Castilho

Das trompas de Eustáquio

Pensei numa trova,

Pensei num haicai,

Pensei numa nova

Estrofe ao meu pai.

 

Daí refletindo

Memórias de infante,

Fui eu regredindo

A um tempo distante…

 

A um tempo de zelo,

De aconchego em casa,

Daquele tempero

Da sopa na brasa.

 

Da sopa que o pai

Fazia para os filhos,

E para os demais

Dos nobres Castilhos.

 

E neste hoje ainda

Faz pai mil proezas,

Surpresas infindas

No prato da mesa.

 

Pois pai na cozinha

De sempre, fez mágica.

Fritando a galinha

De forma acrobática.

 

Temperando o peixe

Qual um alquimista,

Regando em azeite

Qual fosse florista

 

Convida a família

Num só alvoroço,

E faz maravilhas

Para nós no almoço.

 

*Para meu pai José Eustáquio de Castilho

 

Márcio Castilho

marciocastilho74@outlook.com