Mais poetas de Sorocaba participam do 'Pé de Poesia'

Além dos poetas Carlos Carvalho Cavalheiro e Rodrigo Petit, pelo menos três outros poetas que mantém uma relação com Sorocaba participam, a partir do dia 14 de março, do projeto “Pé de Poesia”, em Salvador, capital da Bahia

Ademir Barros dos Santos (que assina também como Ed Mulato), Sérgio Diniz da Costa e Lia Lopes estão entre os poetas sorocabanos que foram selecionados para o “Pé de Poesia”.
Ademir Barros representa a cidade com a poesia “À Luz dos Orixás”; Sérgio Diniz com “Ser Criança” e Lia Lopes com “Pertencer-te”.
Todos os selecionados participam ativamente da vida cultural e literária, com publicação de trabalhos em periódicos, participação em eventos e concursos, como membros de associações e entidades literárias, como militantes e na qualidade de escritores com livros publicados.
A ser lançado oficialmente na próxima segunda-feira 14 de março (aniversário de Castro Alves e dia da Poesia) o PÉ DE POESIA, evento que vai decorar com poemas as árvores de quatro praças em Salvador: Campo Grande, Sé, Piedade e 2 de Julho. Serão ao todo 500 poesias impressas em material especial (placas de PS), sendo que 400 são de autoria de poetas contemporâneos e as 100 restantes fazem uma justa homenagem aos dois maiores expoentes líricos da Bahia: Gregório de Mattos e Castro Alves, cada um com 50 poemas.

O projeto é coordenado pelo escritor e músico Fabio Shiva. Ao final do evento será produzido um vídeo com imagens captadas pela fotógrafa Fabíola Campos: fotos e filmagens com a reação dos transeuntes aos “pés de poesia”, além de depoimentos dos poetas participantes e parceiros do projeto.

A exposição continua até o dia 7 de abril (provável data de aniversário de Gregório de Mattos). E no domingo anterior, 03/04/16, dois eventos abrilhantarão ainda mais essa celebração da poesia: a declamação dos Poetas da Cogito (editora parceira do projeto) na Praça da Sé às 15h e a performance poética do grupo Sussurradeiras no Campo Grande às 17h.

Inicialmente estava prevista apenas a participação de vinte poetas baianos contemporâneos, selecionados por sua produção lírica e participação ativa no cenário literário da Bahia. Com Convocatória Pé de Poesia, que possibilitou o envio de poesias por e-mail, esse número aumentou para 240 poetas contemporâneos de todos os cantos do Brasil, cada qual participando com pelo menos uma poesia. Além disso, cerca de 80 poetas que não conseguiram enviar a tempo a autorização para a impressão de seus poemas poderão participar virtualmente com a publicação no blog (http://poesianasarvores.blogspot.com.br/) e na página do projeto no Facebook (https://www.facebook.com/poesianasarvores). Isso totaliza um expressivo número de mais de 300 poetas diretamente envolvidos no projeto. Todos os poetas participantes receberão por e-mail a arte digital de seus poemas.

“A Poesia é necessária e vital como o ar que respiramos. Para muitos, que não percebem isso, tal afirmação pode parecer um completo desvario, no mínimo um grande exagero. Quem dera fosse assim. Mas a Poesia é tão fundamental para a sobrevivência humana no planeta como são as abelhas. Se a Poesia sumisse do mundo hoje, a humanidade não tardaria a se transformar em um imenso deserto de árvores ressequidas. Pois é a Poesia que mantém vivo o espírito humano. (…) Não deveria ser preciso afirmar aqui coisas tão óbvias. Mas não se iludam: é certo que a Poesia corre perigo. Submetidos ao constante dilúvio da superficialidade, trazemos o espírito cada vez mais embotado para o mergulho profundo exigido pelo olhar poético. No mundo inteiro, trezentos e cinquenta milhões de pessoas atualmente diagnosticadas como depressivas confirmam essa triste perspectiva: a Poesia está minguando, e com ela o sentido da vida.”
Fabio Shiva, no prefácio para o livro “Os Céus de Van Gogh”, de Thiago Prada (Caligo Editora, 2014)

O projeto PÉ DE POESIA é necessário e atual, justamente, por fazer um amoroso e lúdico convite para que as pessoas se recordem de que a Poesia existe ainda. E até mais importante, que a Poesia representa uma forma toda própria de enxergar o mundo, e que esse olhar poético pode ajudar o homem moderno a encontrar respostas válidas para suas muitas questões existenciais. As poesias que parecem brotar das árvores nos fazem lembrar que a Poesia é orgânica, em um mundo que se faz cada vez mais artificial. A leitura desse ou daquele poema, escolhidos ao acaso dentre tantos dependurados nas árvores, demonstram que a Poesia é fundamentalmente analógica, em meio a uma modernidade cada vez mais digital. E o mergulho necessário para a apreensão do conteúdo poético lido nas folhas impressas evoca a intensa profundidade da Poesia, em um cotidiano que exige mais e mais superficialidade.

Contatos: poesianasarvores@gmail.com