Claudia Lundgren: 'Pétalas na Lama'
Pétalas na lama
O vento veemente balança meus galhos,
a tempestade faz-me em frangalhos
Não são poucas as vezes, que,
pelas tempestades sou molhada;
humilhada.
Encolho-me, gelada;
escorro, quase morro.
Meus braços movem-se em frenesi,
folhas e flores caem,
partes de mim se esvaem.
A fúria das rajadas…
Pobre árvore amputada!
Derrubar-me, sua real intenção.
Posso até ficar desnuda,
ver minhas pétalas na lama;
meu fim, sua trama.
Porém, oscilo e não caio,
pois o tronco, me sustenta,
e apesar da minha fragilidade,
não desfaleço:
a raiz me alimenta.
Claudia Lundgren
tiaclaudia05@hotmail.com