Texto inédito de Marcelo Lazzaratto, Mais e Menos Dias é nova produção da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico

Link para download de fotos

Com direção do autor, espetáculo investiga a complexa relação espaço/tempo através do convívio de dois sujeitos confinados. O elenco é composto pelos atores Pedro Haddad e Rodrigo Spina

A dramaturgia inédita de Marcelo Lazzaratto foi premiada no Concurso Internacional Cenas do Confinamento/ Escenas del Confinamiento, em 2020, que procurou estimular, em tempos pandêmicos, dramaturgos e dramaturgas de expressão ibérica a produzirem textos teatrais que refletissem a respeito da condição humana em situação de confinamento. Os textos selecionados compuseram o e-book gratuito em edição bilíngue publicado pela editora vinculada ao Grupo Galpão, a Edições CPMT, de Belo Horizonte. O cenário é assinado pelo multiartista Júlio Dojscar, figurinos da atriz Tathiana Botth, música original do músico Daniel Maia e iluminação de Marcelo Lazzarratto.

Espetáculo fica em cartaz gratuitamente, de 25 de setembro a 14 de novembro, no Espaço Elevador, e é a primeira peça presencial da Cia Elevador depois de 18 meses de teatros fechados.

A peça contará com os recursos de acessibilidade comunicacional da Libras, nos dias 16 e 17 de outubro, para pessoas surdas, e da audiodescrição para pessoas com deficiência visual, dias 23 e 24 de outubro. Toda a divulgação ocorrerá de forma acessível. O acesso à arte e à cultura são fundamentais para que pessoas com diversas potências possam adquirir autonomia cultural.

“O texto foi escrito no auge do confinamento por conta da pandemia do novo Coronavírus. Enquanto eu criava as cenas já imaginava os atores Pedro e Rodrigo dizendo os textos, assim como já desenhava toda a encenação dentro do Espaço Elevador. Paredes próximas e altas já estavam no meu imaginário, era como se autor e diretor já estivessem de mãos dadas desde a primeira palavra desta dramaturgia.” Comenta Marcelo Lazzaratto.

Mais e menos dias retrata a existência de dois indivíduos que por motivos de segurança sanitária, estão confinados a pelo menos dois anos em uma espécie de abrigo de grossas paredes e com uma pequena janela por onde entra a luz do dia e que lidam diariamente com a escassez de toda ordem: falta de comida, falta de água, falta de aquecimento, falta de interação social, falta de sensação de pertencimento… Indicado pela dramaturgia, o grande senhor que rege a cena e os acontecimentos é o Tempo, implacável, que nunca cessa, tornando tudo mais complexo e angustiante.

Devido à intervenção do Tempo que se manifesta de maneira antinatural na cena – elemento fundamental da encenação – as personagens aos poucos começam a perder também a dimensão da memória. Os fatos passados, as lembranças, as imagens de tempos idos passam a não se completarem em suas mentes e o que sobra contraditoriamente no espaço, é uma grande suspensão temporal desprovida de acontecimentos. Além de tudo, o passado falta. E sem passado, como se entenderão no presente para construir um futuro?

“As réplicas “mais um dia” e “menos um dia”, pronunciadas pelos personagens a cada encerramento de ciclo e que é reveladora de suas características pessoais, tornam-se assim, uma espécie de bordão anunciando a inexorabilidade da condição humana frente ao Tempo e àquela circunstância: mais um dia em que estão ali confinados, um dia a menos de suas existências”, completa o autor e diretor.

A encenação procura enfatizar esses aspectos: por um lado a concepção do texto nasceu do estímulo gerado pela condição imposta pela pandemia e que de certo modo procurou traduzir aflições e mecanismos de sobrevivência nessas condições; por outro lado, o modo como o texto é estruturado age também metaforicamente dando-nos a impressão de que essa é a verdadeira condição humana, seja em que tempo for e em qualquer circunstância. Um tom beckettiano invade desse modo a cena dando a ela uma atmosfera de jocosa tragicidade.

Cia. Elevador de Teatro Panorâmico

A Cia. Elevador de Teatro Panorâmico é um núcleo permanente de investigação em linguagem teatral fundado em 2000 na cidade de São Paulo. Apropriando-se dos mais diversos temas, dialoga diretamente com o homem contemporâneo, estabelecendo um trabalho de pesquisa e criação, propondo a junção da verticalidade dessa pesquisa com a horizontalidade de sua abrangência ao público. Ao longo de 20 anos de trajetória (completos em 2020), a Cia. desenvolveu um repertório de 16 espetáculos – que cumpriram temporada e se apresentaram em diversas cidades brasileiras e participaram de inúmeros festivais -, além de organizar oficinas, cursos, encontros, seminários, workshops e mostras. Desde 2006 mantém uma sede, o Espaço Elevador, teatro que se propõe como centro gerador e propagador de cultura, ampliando o diálogo entre artistas da cena e nossa cidade. Hoje a Cia. – por onde já passaram mais de 50 artistas -, é constituída pelo diretor artístico, Marcelo Lazzaratto e por Carol Fabri, Pedro Haddad, Rodrigo Spina, Tathiana Botth e Thaís Rossi.

Ficha Técnica

Mais e Menos Dias

Texto/Direção Geral/Iluminação – Marcelo Lazzaratto

Atuação – Pedro Haddad  e Rodrigo Spina

Cenografia – Júlio Dojscar

Figurino -Tathiana Botth

Música original – Dan Maia

Assistente de Direção – Thaís Rossi

Operador de Luz e Som – Lui Seixas

Fotografia – João Caldas

Administração do Espaço Elevador – Carol Fabri

Tradução em Libras – Fabiano Campos

Audiodescrição- Bell Machado – Quesst consultoria em acessibilidade cultural

Assessoria de Imprensa – Pombo Correio

Assistente de Produção – Marcelo Leão

Produção – Anayan Moretto

Um projeto da Cia. Elevador de Teatro Panorâmico

Serviço

Local – Espaço Elevador/ Cia Elevador – Rua Treze de maio,222 – Bexiga

Quando: de 25 de setembro a 14 de novembro – sábados e domingos às 19h

ingressos gratuitos – sympla – https://www.sympla.com.br/produtor/ciaelevador

Dias 16 e 17 de outubro – opção em libras

Dias 23 e 24 de outubro – audiodescrição