Irene da Rocha: 'Magia da noite'

Irene da Rocha

Magia da noite

Cortina semiaberta, você surgiu das sombras;

te vi no escuro do cinema.

Em uma cadeira qualquer, olhei-te de relance;

sem interesse,

vieste e sentaste-te ao meu lado;

apaixonei-me por ti, assim o destino quis.

Teu discurso envolvente,

sorriso cálido e gestos naturais;

um olhar sincero,

envolvendo nossa madrugada,

tocou-me o ponto fraco,

nos meus lábios e nas loucuras.

Foi como um sonho!

Via teu rosto próximo ao meu,

meus braços loucos a te abraçar,

meu corpo e alma te querendo sem parar.

Fiquei vagueando no espaço,

o meu corpo em êxtase;

o teu corpo a roçar o meu;

nossos corpos num enlace total.

Ficarão as lembranças daquela noite guardadas na minha mente;

daquilo que me trouxeste,

sem me perguntar se eu queria.

Fiquei parada pensando:

  ‘Quanta ironia do destino,

cada um na sua casa…’.

Queria eu poder viajar no espaço,

voltar ao passado e viver este dia novamente.

 

Irene da Rocha