Claudia Lundgren: 'Se fez Páscoa em mim'

Claudia Lundgren

Se fez Páscoa em mim

Percorri um longo e tortuoso caminho;

Eu não poderia fugir do meu destino,

Que, de repente, tornou-se escuro e sofrido.

Calúnias, injúrias, muitas traições;

Palavras lançadas como bofetões;

Como escarros no rosto, as humilhações.

Dor intermitente, na minh’alma muitas marcas.

Uma espada transpassava, o meu peito dilacerava;

Eu já não aguentava aquela cruz pesada.

Eu parecia estar sozinho, mas havia Alguém comigo

Que iluminava o trajeto, solidário Amigo;

Me incentivava a prosseguir mesmo em meio aos espinhos.

‘Afasta de mim este cálice!’- eu clamava, desesperado.

Ia além das minhas forças aquele fardo pesado;

Meu Companheiro me ajudava, estava sempre ao meu lado.

Algumas horas parecia que eu suava sangue,

Que o meu coração parava por alguns instantes;

Que me crucificavam como um vil meliante.

No vale da sombra do fim, eu desfaleci;

Aquele Homem tirou a pedra, cuidou de mim;

Naquele momento as forças recobrei; ressurgi.

Em mim se fez Páscoa; passei da morte para a vida.

Ele me garantiu que no Paraíso eu viveria,

E que deserto é só passagem, jamais moradia.

Claudia Lundgren

tiaclaudia05@hotmail.com