Patrícia Alvarenga: 'Melancolia não tem idade'
Melancolia não tem idade
Ele costumava acordar cedo: sentava-se na beirada da cama e, através da janela entreaberta, admirava a manhã que se descortinava, faiscando com os primeiros raios de sol. Percebia-se tranquilo, convicto de que aquele seria mais um dia feliz.
Hoje, ele sente saudades dessa época. Hoje, constata que aquela genuína alegria que o abraçava advinha da inocência e da ausência de maiores responsabilidades. Hoje, sente falta do que viveu e, especialmente, do que não viveu.
Ouve Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Chico Buarque e Belchior, dentre outros excepcionais artistas brasileiros. Imagina-se nos anos 60, quando apenas ´um banquinho e um violão` tornavam os dias inesquecíveis; quando a vida tinha um ritmo mais musical, melódico, harmonioso e poético…
Melancolia e nostalgia são sentidas em qualquer idade.
Ele sente tudo isso. E ele tem apenas treze anos de vida.
Obs: crônica escrita com base nas reflexões de meu filho, adolescente sensível de 13 anos e poeta de alma.
Patrícia Alvarenga
patydany@hotmail.com