Claudia Lundgren: 'Árvore da vida'
Árvore da vida
Olhando o meu eu, enxergo outras vidas, pois sou composta por fragmentos do passado; mescla de atributos e características, um ser único, assim elaborado. DNA, genes, cromossomos… sequência perfeita, fruto de sucessões, da hereditariedade. Sou virtude, fragilidade e aparência, que provém da minha ancestralidade.
Tenho olhos cor de mel, junção dos da minha mãe, negros, com os do meu pai, azul-Céu: uma espécie de meio-termo. Meu cabelo ondulado é o produto de um cabelo liso com outro encaracolado; fio impreciso.
Sou gênese; princípio, ascendência. De cores e raças, sou miscigenação. Ramo da minha descendência, meio e início de uma geração. Tataraneta, e ao mesmo tempo, avó; sou ontem e hoje, mãe e filha.
Sou enigma, quebra cabeça; Sou cadeia, dominó.
Árvore da vida, minha família.
Habilidades e deficiências, que herdei e que vou repassar; evolução, sobrevivência, exterior e essência.
Díspares galhos em um tronco bem firme: assim sou eu, um divino trabalho; sou ímpar, e ao mesmo tempo, reprise.
Claudia Lundgren
tiaclaudia05@hotmail.com