Um artigo de Maria Dolores Tucunduva: 'CLEPTOCRACIA – palavra que entrou em uso em nosso vocabulário diário'
CLEPTOCRACIA – palavra que entrou em uso em nosso vocabulário diário.
Desde Heródoto , na Grécia Antiga , o homem sonha com um governo perfeitamente democrático. Ou seja, um Estado, um território ou uma nação com um governo tão eficiente e honesto que chega a ser uma utopia.
Em função disso, são vários os textos na História Antiga, na História Medieval e na História Moderna que fazem referência a lugares utópicos, como A Cidade do Sol de Tomasso Campanella e a Utopia de Tomas Morus. Dois lugares inexistentes que a vida seria tão bem gerida que não haveria problemas sociais ou políticos.
Mas é claro que lugares assim são, se não impossíveis, pelo menos muito improváveis, já que homens possuem interesses que, mesquinhos ou não, são suficientes para causar grandes desavenças e romper com qualquer possibilidade de equilíbrio em uma sociedade.
Infelizmente, para nós e para toda a humanidade desde a época de Heródoto, a utopia do governo plutocrático possui uma expressão bem real e tangível de seu oposto, o governo cleptocrático.
Na Cleptocracia o Estado torna-se uma máquina de extração de renda por meios ilegais. Isso quer dizer que, além da arrecadação de impostos, taxas e tributos que os Estados cobram para acúmulo legal de renda, os indivíduos que formam a máquina administrativa ainda fazem uso benéfico de suas posições para enriquecimento próprio.
Não é por menos que o significado literal do termo Cleptocracia é justamente Estado governado por ladrões.
A ciência política nos explica que todos os Estados tendem a se tornar cleptocratas na ausência de manifestação da sociedade.
Enquanto isso, os economistas argumentam que o capital social da sociedade é forte elemento para impedir a instauração de tal governo cleptocrático.
Atingindo seu estágio pleno, a Cleptocracia substitui o Estado de Direito e fica nas mãos dos indivíduos que se apropriam do poder público através de diversos níveis para construir poder econômico. Plenitude que se completa pela captura do sistema público governamental pela corrupção política.