Pietro Costa: 'Pandemilagres'
No burburinho e no vaivém da memória,
A nos melindrar, um mar de incertezas,
O mesmo barco e as mesmas fraquezas,
O que vem a seguir, naufrágio ou vitória?
Ancorados em fidedignas potencialidades,
Distintivos vivos da alma, briosos valores,
Chegaremos à margem de nossos clamores,
Desbravando insólitos oceanos e verdades.
Páginas tangem multifárias subjetividades
Para reprimir as excruciantes tempestades.
A litera cura silentes, inexprimíveis dores.
Telas efusivas de cores, sabores e amores.
Entes divinos operando grandes façanhas,
Nesta era pandêmica tão voraz, confinante,
A criatividade traz redentoras artimanhas,
É refúgio contra a sofreguidão fulminante.
Ao reprimir as excruciantes tempestades,
Fortemente munidos de impetuosidades,
Literatos e artistas salvam os nossos dias,
Dos vendavais, mortes lentas, melancolias.
Novos olhares, ampliados de perspectivas,
Lindas paragens para janelas prospectivas,
Pandemilagres a desenrolar-se, à exaustão
Pela força da palavra, da arte e do coração.
Pietro Costa
pietro_costa22@hotmail.com