Fernando Matos: 'Entre a Vida e a Morte, a Morte?'
Entre a Vida e a Morte, a Morte?
Todo organismo vivo precisa de evolução. Sendo assim, se estamos nesse processo não deveríamos temer a passagem (morte). Por quê? Simples, seguir e entender o processo de nascer (semente), crescer (evoluir) e partir deixando um legado para que as gerações futuras possam ter como exemplo as virtudes deixadas por nós. Não há como desistir da vida, pois ela continua, sempre. A morte sempre existiu e com a chegada da Pandemia do Coronavírus (covid 19) ficamos mais sensíveis a tudo. A tudo? Sim, até mesmo uma simples provocação traz à tona (sentimentos) negativos como se fosse o fim do mundo. Aliás, o “Apocalipse é a conquista da consciência para a transformação da terra”. Então, estamos no processo de transformação e seremos lembrados como os sobreviventes de uma grande pandemia com a ajuda indiscutível da tecnologia. Talvez não nos foi possível acompanhar o mesmo crescimento entre a Mente Humana e a Tecnologia Mundial.
Quem sobreviveu à pandemia da covid 19 não é um herói, apenas sobrevivente. Não estou sendo cruel, mas tentando mostrar que ainda temos muito que construir socialmente. Estamos perdendo tantas celebridades e pessoas amadas assim também humanos desconhecidos do nosso meio que me leva a pensar ou ter uma epifania sei lá que eles (os que partiram) já estão vivendo em um ‘Novo Mundo’ melhor que o nosso aqui. Loucura? Sei lá, digam vocês. Enquanto isso deixo um poema para nossa admiração poética.
La Muerte
Admiração só à distância
Sentimento perdurado
Receio que provoca essa circunstância
Destino de todo legado.
Músicas, poesias e poemas.
A existência tão almejada
Dúvidas finais é o dilema.
Tentativas de fuga ariscadas.
Tudo é sonho ou pesadelo?
A imaginação flui na mente atenta
Ao longe te admiro com desvelo.
Desconforto físico e psíquico que tormenta.
Cabelos longos, pretos e sem ondas.
Vestido azul-turquesa cintilante
Nunca descansa eterna ronda.
Perfume inodoro pelas vias desfila
Toque frio e sombrio nos afronta.
Face revelada, nova morada asila.
Vida e morte que nos obriga,
Cada uma segue sua monta.
Fernando Matos
Poeta e Enfermeiro Pernambucano
Dr h.c. em Arte e Poesia
Dr h.c. em Comunicação Social
(Direitos Reservados ao Autor da Obra)