Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Instruir-se para competir'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Instruir-se para competir

O ser humano é um todo, complexo, único, indivisível, inimitável e irrepetível. Cada pessoa é verdadeiramente, singular, dotada de características biopsíquicas e espirituais infalsificáveis, portanto, deve ser pensada como tal, merecer uma atenção muito especial e, jamais, poderá ser “coisificada”. As múltiplas dimensões da pessoa humana postulam, por conseguinte, diferentes intervenções, contudo, mantendo a integralidade e unicidade, próprias da sua condição superior.

Quando se abordam a educação, a formação e a cultura da pessoa humana, pretende-se melhorar e defender, justamente, não só aquelas como as demais dimensões, ou seja: uma preparação integral para que ela se insira e vença num mundo altamente competitivo, onde reinam os mais sofisticados processos de concorrência, de captação de clientes, fornecedores, colaboradores, equipamentos e toda uma panóplia de recursos que facilitam o sucesso, infelizmente, nem sempre obtido pelos procedimentos mais corretos, justos, legítimos e legais.

A disponibilidade para aprender e a vontade indomável de acrescentar mais conhecimentos, são duas excelentes qualidades da pessoa que deseja continuar a valorizar-se, a melhorar a sua autoestima, mas é preciso ter alguma A competitividade de uma empresa também passa, necessariamente, pelo maior, ou menor, nível de escolaridade e formação dos seus colaboradores.

Hoje, por si só, o Saber-fazer, sendo muito importante e imprescindível, não é o único que se deseja, numa formação integral, que contempla várias dimensões do conhecimento, como os: Saber-ser, Saber-estar e o Saber-conviver-com-os-outros, porque o ser humano não é uma máquina que, a partir de um comando eletrónico, funciona de acordo com um determinado programa, previamente introduzido pelo homem.

Atualmente, a legislação laboral portuguesa já prevê que as instituições sejam obrigadas a ministrar formação profissional, normalmente, em áreas específicas, relacionadas com as respetivas funções dos colaboradores, mas também em domínios ético-culturais, relacionamento interpessoal, gestão do tempo, motivação e liderança, entre outros porque, justamente, a pessoa humana tem princípios, valores, sentimentos, emoções, projetos profissionais, familiares e até sociais, enfim, objetivos de vida que deseja alcançar.

Facilmente se comprova o nível de competitividade, através da produtividade, rigor, inovação para procedimentos e produtos diferentes, com detalhes singulares bem identificados para o cliente, que são do agrado dos consumidores e é por isso que a formação deve abranger todo um conjunto de saberes. O investimento na formação de todos os colaboradores da instituição, abrangendo administradores, diretores e demais chefias, proporciona elevados retornos, incluindo o prestígio, credibilização e a expansão da instituição.

A valorização profissional, de qualquer trabalhador, é um dos fatores que o leva a sentir-se realizado na organização onde exerce a sua atividade. É claro que estar integrado numa instituição, que lhe permite progredir num sistema hierárquico vertical, com todo um conjunto de benefícios: remuneração, complementos, estatuto, poder e reconhecimento, são outras tantas razões para que um tal trabalhador se automotive para atingir a categoria máxima.

Atualmente, e ao contrário do que muitos “dirigentes” e trabalhadores pensam, é fundamental que as instituições, qualquer que seja a sua natureza e de todas as áreas de atividade, elaborem, executem e  consolidem um Plano de Formação Profissional Contínua, que avaliem, objetivamente, os resultados alcançados, introduzindo, periódica e sistematicamente, todas as atualizações que se mostrem necessárias, em ordem a competirem com qualidade, inovação, diferenciação em tempo útil.

Educação e formação são, portanto, dois carris muito importantes na vida de uma pessoa. Claro que há mais “linhas”, que vão conduzir a um mesmo destino que é a evolução, a satisfação, o bem-estar e a felicidade do ser humano (felicidade, aqui tomada no conceito que cada pessoa entender, desde que lhe confira tranquilidade pessoal, nas diferentes dimensões: física, psicológica, intelectual, princípios, valores, sentimentos e lhe proporcione os aspetos materiais necessários a uma vida confortável).

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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