Ivete Rosa de Souza: 'Chuva'
Chuva
Chove
E sei que as gotas de chuva
São lágrimas do Céu
Caindo na terra
De vez em quando
Um trovão retumba
Quebrando o silêncio
De quando em vez
Um clarão brilha
Na penumbra
A chuva desce
fria e magoada
Pingando espaçada
Sobre os telhados
E a rua molhada
Serve de leito
Para a enxurrada
E a terra se desprende
Diante da fúria da água
Chuva que às vezes é benção
E às vezes mata
E como a chuva
Minha alma também chove
Derramada e silenciosa
Sentida e triste
E nada é mais triste
Que a chuva da alma.
Ivete Rosa de Souza
iveterosad@gmail.com