Ivete Rosa de Souza: 'Ecos e gritos'
Ecos e gritos
Preso em meu peito existe um eco
Que repete constante o mesmo grito
Uma esperança desvalida e triste
Instalada minha alma, meu espírito
A dor comanda um farejar sem sonho
Um pulular de dores incertas destrutivas
Uivando nesses laços que componho
como lobas, feras doidivanas fugitivas
Não mais encontro ecos de outra vida
Nem mesmo o futuro, breve me revela
Que ainda haverá esperança para a alma
Que grita insensata, temerosa e ferida
Como eco repetido não é mais ouvida
O amor fugiu, sem deixar vestígios
Deixando somente marcas e a ferida
De tudo o não dito, e seus prestígios
Vida desdenhosa em seus segredos
Deixou apenas as dores e os lamentos
De um amor sem raízes, sem enredos
Restaram os gritos e ecos dos tormentos.
Ivete Rosa de Souza
iveterosad@gmail.com