Ivete Rosa de Souza: 'Amor'
Amor
Uma chama frágil, como uma vela que queima
Um sopro lhe basta para apagar a vida
Contida e ferida quando mais reclama
A urgência fatídica da esperança contínua
Amor é enredo dos amantes que vivem
Augusta Aurora dos que esperam eternidade
Ao tempo que buscam, em comunhão sobrevivem
A escassez permanente da felicidade
Quem dera ser duradouro o sonho de amar
De não se apagar diante da tempestade
Que demanda na vida sua continuidade
O prazer que se esgota, ficam os lamentos
Da vida que passa sem medir o incerto
Momentos que marcam a cumplicidade
Amor é terreno arenoso traiçoeiro
Alguns podem tê-lo e viver por inteiro
E outros nem sabem dizer se amaram
Se encontraram o caminho do destino
Amor é deveras um livro sem fim
Com páginas em branco, expresso sem rumo
Como foi para o outro enroscado sem prumo
Enquanto um amava, o outro derramava
Luxúria sem nexo, desejo em carmim
Sem amor, a covardia maldita, desvia a verdade
Trazendo penúria, na dor que invade
A quem muito amou, sem reciprocidade
Relegando a alma, a um martírio sem fim.
Ivete Rosa de Souza
iveterosad@gmail.com