Paulo Siuves: 'Pura poesia'

Paulo Siuves

Pura poesia

Os feromônios

Jamais deveriam ser poesia,

Fazer parte de alguma rima

A química ou a alquimia

Os corpos que os conduzem

É a nudez, algo que reluz,

Não há explicação,

Apenas nos conduz

Quando, no quarto escuro,

Envolvidos pela pouca luz

O arrepio frio impuro,

É o que nos traduz.

Salientes e impotentes

Rendidos ao hormônio

Peles suadas e reluzentes

A afinidade nos traduz

Nus, ao simples toque,

Somos o arrepiar…

Podemos nos sentir

Por dentro e por fora,

Colados ou algemados

O mundo parece parar

Somente nossos gemidos ecoam no ar

Pele na pele em atrito

Nosso cheiro a exalar

Intensidade que não cessa

Noite adentro

Crepúsculo que não tem fim!

Uma prece somente;

Que nunca acabe.

Que sejamos eternos

No amor, no tesão

Na sandice e na loucura,

No poder de nos domar…

Que nunca acabe

O fascínio de existe,

Nesse modo de nos entregar;

Malucos; insanos…

Moldados no desejo

Algo que não se explica,

Apenas se sente.

E quando menos se espera

Nasce um poema

Onde o erotismo impera

Mas, nada mais puro.

Eu, rendido, juro

Serei seu essa noite.

Onde quer que estejamos,

O que quer que façamos

Serei somente seu

E todos os feromônios digam ‘amém’!

Amanhã é outro dia…

 

Paulo Siuves e Thaty Taty Contos e Poesias

paulosiuves@yahoo.com.br