Fernando Matos: 'Tudo continua a viver'

Fernando Matos

Tudo continua a viver

Lá se foi o carnaval com sua magia, encanto, encontros e desencontros. Fora dois anos de espera e ter a satisfação em poder contar a história. Hoje ninguém lembra mais da Pandemia que levou milhões de pessoas no mundo inteiro, mas quem conseguiu mudar a mente para a Nova Era que chegou, pode visualizar sobre o Carnaval da Saudade. Aqui na Cidade do Recife/PE., foi maravilhoso mesmo antes da data oficial do momento momesco. Canções antigas, novas melodias, fantasias guardadas que tiveram uma repaginada, outras foram criadas e tudo que o passado causou dor foi esquecido por um pequeno período inclusive o desemprego, a corrupção, a fome.

Quem é da saúde nunca deixa de agir com prevenção e observamos pessoas brincando o tradicional frevo pernambucano com (máscara) mesmo sabendo que esse artefato de segurança suado ou molhado depois de uma chuva não tem mais a mesma proteção? Notamos também a falta de higiene, um cuidado que levamos ao máximo durante a pandemia e no carnaval da saudade foi deixado para trás. A violência outro ponto negativo e mesmo com um policiamento ostensivo os malfeitores não temiam e não temem a repressão policial, coragem ou burrice? Mesmo assim foi lindo se ver no país inteiro, brasileiros determinados a brincar e manter uma tradição secular, cada um em seu lugar com brilho bem peculiar de cada filho dessa Nação Mãe Gentil.

O Carnaval Voltou…
A Saudade acabou…
Ficou apenas o brilho.
Da fantasia perdida na folia.
Até mais ver em outro dia.

Agora é começar o Ano Novo e torcer para o “rabo da serpente” não ser tão impiedosa como há dois anos. Senti falta daquela grande multidão nas avenidas e comentei com a minha esposa: “A Pandemia levou mesmo muita gente” e ela parou por um instante no meio da grande folia e confirmou a minha suspeita. Há um vazio na sociedade, irmãos foram para eternidade para podermos continuar a nossa jornada e que nunca, nunca venhamos a esquecer deles.

Somos poeiras cósmicas…
Luz Viva e cintilante.
Brilhando a todo instante.
Indicando o caminho da eternidade.
Não há ideia do começo, nem do fim.
Enfim, só a Perpetuidade.

Fernando Matos
Enfermeiro e Poeta Pernambucano.