Artigo de Jose Otavio Vasques Ayres: 'Cuide bem da sua voz'
CUIDE BEM DA SUA VOZ !!!!
Dr. Jose Otavio Vasques Ayres
CUIDE BEM DA SUA VOZ !!!!
A VOZ é essencial para nossa vida. Seja na social, ou na profissional. É ainda mais importante para quem tem a voz como instrumento de trabalho. Vamos conversar um pouco sobre esta função tão especial.
Alterações de voz podem ocorrer pela idade, fatores hormonais e emocionais. Mas há alterações que não são consideradas normais.
COMO CUIDAR BEM DA VOZ?
Tomar muita água, o dia todo, pouco a pouco. – NUNCA pigarrear (Quando sentir necessidade, tome água, respire fundo e se necessário produzir uma tosse leve). – Evitar falar muito alto ou gritar. Evitar falar em ambientes muito ruidosos. – Evitar fumo direto e indireto! Evitar bebidas alcoólicas. – Gargarejos? Apenas com água morna com um pouco de sal. – Evitar sprays e pastilhas. – Quando estiver em ambiente com ar condicionado, melhorar a umidade do ar , usando uma toalha úmida aberta. – Evitar roupas apertadas no pescoço e na cintura. – Evitar derivados de leite antes do uso intenso da voz (Engrossa as secreções). – Comer uma maçã antes do uso intenso da voz, ajuda . -Cuidar do nariz: A respiração nasal é importante para as pregas vocais. -Em caso de rouquidão, procurar um otorrinolaringologista.
QUAIS AS CAUSAS MAIS COMUNS DE ROUQUIDÃO?
Infecção viral, bacteriana e fúngica. Estresse. Refluxo gastro-esofágico. LESÕES de pregas vocais: Nódulos, cistos, pólipos , granulomas , edema, leucoplasia. Paralisia de pregas vocais, câncer de laringe.
INFECÇÃO VIRAL
O tratamento deve ser realizado com remédios sintomáticos, aumento de imunidade, hidratação e repouso vocal. Antibióticos não contribuem para a melhora e podem produzir complicações. INFECÇÃO BACTERIANA- O mesmo tratamento da viral, acrescido do uso de antibiótico. INFECÇÃO FÚNGICA- Ocorre em condições de queda de resistência local (Geralmente por uso de cortico-esteroides inalatórios em asmáticos) ou queda de resistência de todo o organismo. O tratamento será realizado com antifúngicos e principalmente resolvendo o fator causal.
NÓDULOS
Popularmente chamados de calos de pregas vocais. São lesões benignas, decorrentes na maioria dos casos do uso inadequado das pregas vocais, como abuso vocal. Há maior compressão de uma região das pregas vocais, produzindo os nódulos. O tratamento de eleição é a fonoterapia com fonoaudióloga, baseado no exame de laringe realizado pelo otorrinolaringologista. A cirurgia será exceção .
PÓLIPO
Lesão benigna, semelhante a uma carne violácea , que ocorre geralmente pós pequeno trauma vocal. São predisponentes fumo, álcool, refluxo e inalação de produtos químicos. Há tratamento clínico
, devendo incluir o fator causal. Mas muitos casos são intratáveis, quando há a necessidade de abordagem cirúrgica.
CISTO
Lesão benigna das pregas vocais. Podem ser congênitos ou adquiridos. O Tratamento na quase totalidade dos casos é cirúrgico .
GRANULOMAS
São lesões benignas que ocorrem na porção posterior da laringe, geralmente decorrente de trauma. O fator mais comum é a entubação orotraqueal prolongada. Também temos como fatores erros fonatórios , outros traumas de laringe e refluxo. O tratamento é realizado com medicamentos, controle da causa e fonoterapia quando indicada. Casos resistentes necessitam de cirurgia.
LEUCOPLASIA
Lesão branca das pregas vocais. Se resistente ao tratamento clínico, necessita remoção cirúrgica, devido à possibilidade de malignização . (Especialmente em fumantes).
PARALISIA DE PREGA VOCAL
Podemos não encontrar a causa. Mas pode decorrer de: Lesões intracranianas como doenças neurológicas degenerativas, tumor intracraniano, acidente vascular encefálico. Câncer de tireoide ou outro câncer cervical, câncer de laringe, fibrose pulmonar, câncer dentro do tórax e aneurisma de aorta. Deve-se, portanto, realizar uma investigação intensa. O Tratamento envolve a causa e pode ser feito com foniatria com fonoaudióloga ou com cirurgia em casos persistentes.
CÂNCER DE PREGAS VOCAIS
Muito importante. A priori, O ÚNICO sintoma é a rouquidão. O principal fator causal é o fumo. Se associado ao álcool, há substancial aumento do risco. Ainda podemos, em menor importância ter como fatores o refluxo gastro-esofágico e o HPV.
DR JOSÉ OTÁVIO VASQUES AYRES