O leitor participa: Glaucidia Gomes Mendes Silva, de Água Boa, distrito de Santa Cruz de Salinas – MG, com o poema 'Pretérito'
Pretérito
Beijaste as minhas fotos, rasgaste minhas cartas
Desligaste o telefone, apagaste-me da lembrança
Esqueceste meu cheiro, bloqueaste-me das redes
Desprezaste-me sem dó, mataste toda a esperança.
Jogaste fora da tua vida toda paixão entregue a ti
Fizeste vários recortes das palavras lindas que falei
Abraçaste meu travesseiro, perdeste noites de sono
Agradeceste aos conselhos e mensagens que mandei
Assumiste o nosso amor, falaste em meu nome
Arrependeste de tudo, lembraste do meu beijo
Passaste e-mails, ouviste meus sussurros
Choraste de saudade, saciaste teus desejos.
Clamaste por carinho, ligaste para mim
Temeste o fim, sonhaste noite e dia
Sentiste solidão no vazio de tua cama
Pediste–me em namoro, pura nostalgia
Prendeste-te totalmente em meu mundo
Sorriste de prazer, partiste o meu coração
Imploraste colo, caíste em choro profundo
Resisti e superei, cantei-te uma canção.
Glaucidia Gomes Mendes Silva, 48, é filha de Curral de Dentro – MG, mas reside atualmente em Água Boa, distrito de Santa Cruz de Salinas- MG. É professora alfabetizadora e se diz uma sonhadora apaixonada com o mundo da arte. É poeta, escritora, cantora, compositora, comediante, ainda que amadora, atualmente está cursando o 1º bimestre de licenciatura em Teatro, pela UFBA (universidade Federal da Bahia). É autora de dois livros de poesias: Enquanto Penso (vol. 1) e Palavras ao Vento (vol. 2),impressos e divulgados por conta própria, pois nunca teve a oportunidade de publicá-los. Tem dois projetos em andamento: ‘Nas Curvas das Estradas’, poemas baseados em frases de parachoques de caminhões e ‘E se Faltarem as Palavras?’
Artisticamente, Glaucidia se apresenta como Gau Metralha e assina os livros como Glaucidia Gomes. Segundo ela, vai escrevendo enquanto houver o amanhã, e, quando não houver, haverá uma escrita, uma história, um rasto, um vestígio de alguém que busca definir a vida em simples palavras.