Patrícia Alvarenga: 'E assim nasceu uma atleta'
E assim nasceu uma atleta
Um dia recebeu o diagnóstico de seu cardiologista: hipertensão arterial sistêmica. E, junto com a prescrição de dois medicamentos diários, vieram as recomendações de praxe, dentre elas, a prática de exercícios físicos. Tomou um susto. Não era a candidata típica para esse tipo de moléstia. Desconhecia, todavia, que o estresse crônico poderia levar a essa alteração no organismo.
Na consulta de retorno, o especialista afirmou que a mudança de hábitos estava no caminho certo: só faltava a inserção dos exercícios físicos. E, assim, depois desse ‘puxão de orelha’, não adiou muito a decisão: voltaria à academia, nem que fosse na hora do almoço. E tal ocorreu. Com o passar dos dias, percebeu que amava mais o aquecimento de trotar na esteira do que fazer musculação: nascia, assim, uma corredora, que nunca abandonou os exercícios de fortalecimento. Três meses depois, a primeira corrida de rua, com a distância de 5km. Não se recorda em que colocação terminou. Isso não importava. Seu objetivo fora alcançado: correu sem parar. Um desafio enfrentado e superado! Quanta realização!
Com o tempo vieram a diversificação dos treinos, a mudança de horário deles, a compreensão dos termos dessa ‘tribo´, o contato com outros atletas, as distâncias maiores, a interação nas redes sociais e o ingresso numa assessoria esportiva. A paquera virava paixão. A paixão virava amor.
Em menos de um ano chegou aos 10km e, com cerca de dois anos e meio de atividades, à sonhada marca dos 21,1km: a meia-maratona. Desde então, já correu milhares de quilômetros e participou de várias dezenas de corridas, em sua cidade e em outras, completando todas com muita saúde e um sorriso enorme. Seu maior prêmio: as amizades que fez nesse percurso e a melhora da saúde, como um todo. Porque atleta, mesmo amador, cuida da qualidade de sua alimentação, de seu sono, de seus treinos e de sua saúde mental. Seu cardiologista há muito tempo suspendeu os medicamentos. Quem diria que, a partir do diagnóstico de uma doença, nasceria uma atleta?
Patrícia Alvarenga
patydany@hotmail.com