Celso Ricardo de Almeida entrevista o colunista do ROL Marcelo Augusto Paiva Pereira
“Escrever faz parte de qualquer atividade profissional. Em umas influi mais, noutras menos, mas há sempre algum vínculo entre escrever e a outra atividade. Muitas vezes fazemos uso da escrita para abordarmos correntes artísticas ou arquitetônicas com o escopo de desenvolver o conhecimento na mencionada carreira profissional”.
Marcelo Augusto Paiva Pereira, natural de São Paulo/SP e residente em Votorantim/SP, é arquiteto, urbanista, autor do livro de poesias ‘Tinta & Papel’ (Editora Dialética) e colunista do Jornal Cultural ROL desde 2014, tendo participado em abril desde ano da laive comemorativa dos 29 anos do ROL, na condição de colunista mais antigo do jornal.
1) Como você começou sua carreira como escritor e poeta?
Aos 19 anos escrevi minha primeira poesia, intitulada ‘Intimamente’, na forma de soneto. A carreira de escritor é mais recente, aconteceu por acaso, após ter reunido várias poesias, crônicas e contos que escrevi há alguns anos e estavam espalhados nos arquivos do meu laptop.
2) Qual foi a inspiração por trás do seu livro de poesias ‘Tinta & Papel’?
Foi o conjunto de poesias, poemas, contos e crônicas que reuni há algum tempo. Verifiquei que a quantidade era suficiente para publicar um livro de bolso, pequeno, de rápida leitura a qualquer pessoa.
3) Como é ser um colunista do Jornal Cultural ROL? Quais são os principais temas que você aborda em sua coluna?
É estar compromissado com o propósito do jornal, que é divulgar a cultura a qualquer pessoa. Deve atravessar todas as barreiras, reais e virtuais, porque a cultura não tem limites. Os principais temas são sobre arquitetura e urbanismo, além de outros.
4) Como foi participar da laive de 29 anos do Jornal Cultural ROL? Poderia compartilhar alguma experiência memorável desse evento?
Foi ótimo, reuniu vários membros do jornal os quais formaram uma ‘grande família virtual’, ocasião em que expusemos nossas opiniões, sentimentos e perspectivas para a continuidade do jornal. Fomos unânimes em acolher a cultura como objeto de nossos temas, tanto na forma de crônicas, entrevistas, reportagens, artigos, poemas e poesias.
5) Além de escrever, você também trabalha como arquiteto e urbanista. Como você concilia essas duas paixões? Elas se influenciam mutuamente?
Escrever faz parte de qualquer atividade profissional. Em umas influi mais, noutras menos, mas há sempre algum vínculo entre escrever e a outra atividade. Muitas vezes fazemos uso da escrita para abordarmos correntes artísticas ou arquitetônicas com o escopo de desenvolver o conhecimento na mencionada carreira profissional.
6) Quais são seus planos futuros como escritor? Você está trabalhando em algum novo projeto literário?
Pretendo desenvolver esse viés literário, mesmo com publicações modestas. É uma atividade que me agrada porque é um meio de difundir a cultura e o conhecimento a muitas pessoas. Sim, terminei recentemente mais uma obra, no estilo da anterior, com poesias, poemas, crônicas e contos.
7) Como você começou sua trajetória como colunista do Jornal Cultural ROL? O que o motivou a se juntar à equipe?
Foi ao acaso. Em novembro de 2014 encontrei-me com o Hélio Rubens no shopping center de Itapetininga e ele me convidou para escrever no jornal dele – o ROL – o qual somente publicava matérias de cunho cultural. Meu primeiro artigo chamava-se ‘Megacidades: desafio para o futuro’ e foi publicado em janeiro de 2015. Motivou-me o espaço de liberdade dado para a publicação de textos que concorram para a difusão da cultura. Fundamental.
8) Quais são os principais temas que você aborda em sua coluna no jornal? Existe algum assunto que seja particularmente importante para você?
Os temas que mais abordo são de arquitetura e urbanismo, mas também fatos históricos, os quais devem sempre ser lembrados para que nunca esqueçamos que existimos como somos porque nossa espécie passou pelos mais diversos percalços que a História registrou. A História é importante para mim.
9) Quais são os desafios e as recompensas de ser um colunista? Existe alguma experiência ou artigo específica que tenha sido especialmente marcante para você?
Os desafios são estar sempre conectado com o passado e o presente, com vistas para o futuro. Apesar de não se ter bola de cristal, podemos presumir como serão os anos (ou séculos) vindouros. Difícil responder, por serem muitas as colunas interessantes, devido à diversidade de autores e assuntos. De qualquer modo minha experiência como membro e colunista do aludido jornal tem sido gratificante.
10) Como você vê o papel do jornalismo cultural na sociedade contemporânea? Qual a importância desse tipo de mídia para promover a cultura e as artes?
O papel do jornalismo cultural ainda é tratado de seletivo, ‘nicho’ destinado aos intelectuais, ainda que não seja esse o papel do referido jornalismo. Ele é muito mais, tem o escopo de atingir toda a sociedade. É fundamental para promover a cultura e as artes, por ser o meio mais rápido de transmissão de informações, inclusive visuais, sejam elas culturais ou não.
11) Além de escrever para o Jornal Cultural ROL, você está envolvido em outros projetos relacionados à divulgação cultural? Se sim, poderia compartilhar um pouco sobre eles?
Por enquanto não. Tenho limitado minha vida cultural aos meus artigos, ao livro que publiquei e ao próximo a ser lançado, ainda sem previsão de data.
12) Como é o feedback dos leitores em relação seus textos? Você recebe muitas interações e comentários dos leitores?
Não tenho recebido respostas dos leitores. Mas, independentemente de qualquer opinião, melhor é a divulgação do conhecimento para qualquer pessoa. É salutar essa expansão, na medida do alcance da internet e na razão de cada publicação, seja minha ou de outrem.
13) Que conselhos você daria para aqueles que desejam se tornar colunistas ou jornalistas culturais? Quais habilidades e conhecimentos são essenciais nessa área?
Tem que estudar muito, inclusive sobre fatos históricos e ter muito conhecimento de redação e regras gramaticais. Quem se propõem a difundir a cultura tem que dar o exemplo aos leitores e leitoras e deverá ter escrita muito bem elaborada, sem erros nem palavras ‘chulas’ ou impróprias para a finalidade a que destinam o jornal e as matérias (a serem) publicadas. Ler obras de Machado de Assis, Eça de Queiroz e José de Alencar são apropriadas ao conhecimento do nosso idioma, além de aguçar a criatividade. Quem propõe – ou escreve – sobre cultura tem a obrigação de tê-la. Não pode fingir que a tem.