Assombração
Patrícia Alvarenga: Poema Assombração
O vento sussurra-me confusas palavras.
Não compreendo essa língua morta.
Queria ouvir apenas a antiga verdade,
Que, sorrateira, se esconde atrás da porta.
Tento juntar os cacos do passado,
Para não culpar o aturdido presente.
Lentamente, no entanto, morro sufocada
Pelas memórias embaralhadas e reticentes.
Silenciosas recordações me assombram.
De inopino, mergulho em águas turvas…
Levam-se para lugares insólitos,
Afogam-me com mãos em ásperas luvas.
Mas o tempo cala e esconde fatos;
Poupa-me de recordações aflitivas.
Oferece-me um colo, um remanso,
Para seguir meu curso de vielas furtivas.
Patrícia Alvarenga
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