A rapariga

Clayton Alexandre Zocarato: poema ‘A rapariga’

Clayton Zocarato

Uma rapariga…

Com a sua barriga…

Reluzente…

Tendo vértices…

Existenciais…

Anda pelas ruas…

Sofrendo julgamentos e sangramentos…

Realizando um ecumenismo da exclusão…

À procura de um coração…

Disseminando pelos caminhantes…

Delírios diante luares…

Que contagiam o Sol…

Fazendo nascer  birras e piras…

Com preguiças…

Tropica em algumas tiriças…

Saradas…

Fabricando charadas…

Azaradas…

Sagradas…

Rapariga…

Procura abrigo…

Em tridos de sofrimentos…

Detém a aspereza…

De livramentos…

Com juramentos…

E sacramentos…

Brilhantes, em ser amante…

Mas que diante de seus lamentos…

Produzem um grito silencioso…

Ocioso…

Substanciando vontades alheias…

Em teias…

Desestabilizando esteios…

Encorajando arreios…

Na sua carne…

A sua volúpia…

Do fruto proibido…

Fazendo orações…

Nos corações…

Perdidos em solidões…

Nas madrugadas…

A cada canto do galo…

Um novo estalo de desejo…

No seu sexo…

O luar ficou de amargar…

Mesmo assim…

A cada amanhecer…

Iremos novamente…

A te querer…

E te amar…

Sem nunca…

Te enojar…

Clayton Zocarato

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