Visão além das palavras, com Sandra Albuquerque
Entrevista com a Poetisa Sandra Albuquerque, que fala sobre literatura e seu problema na visão
Descubra a emocionante trajetória de Sandra Albuquerque, professora, poetisa e escritora aclamada. Conheça sua participação em antologias, títulos de reconhecimento e seu engajamento em causas sociais. Uma voz única que superou desafios, incluindo recentes problemas de visão. Prepare-se para se encantar e se inspirar com essa entrevista imperdível!
Sandra Regina de Almeida Gomes Cavalcante de Albuquerque, uma inspiradora multiartista, nascida em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Professora, poetisa e escritora reconhecida, com participações em diversas antologias e revistas literárias. Acadêmica Correspondente e Internacional da FEBACLA, além de receber diversas comendas e títulos de reconhecimento. Engajada em causas sociais e ambientais, colabora com organizações como a Greenpeace. Apelidada carinhosamente de “Fada Madrinha do ROL”. Sua recente batalha contra problemas de visão inspira ainda mais sua trajetória.
Você é uma professora, poetisa e escritora talentosa, com várias antologias publicadas. Poderia falar um pouco sobre a sua trajetória literária e o que a inspira a escrever?
Em primeiro lugar, quero agradecer a você, Celso Ricardo de Almeida, pela oportunidade de estar trazendo publicamente a minha história. Eu vejo o escrever como um dom ou um hábito adquirido e no meu caso, trata-se de um dom porque desde criança eu escrevo.
Sou filha de avós paternos e sempre tive uma imaginação muito fértil, pois aprendi a ler muito cedo, aos seis anos e aos 8 anos eu tirava 10 em redação e meu QI era de 4ª série, sendo sempre a representante da turma. Interessante que eu fui criada em Saquarema e praticamente todos os dias eu gostava de ver o mar, sentava nas pedras e observava a natureza e as ondas batendo nelas e envolvendo areia e eu escrevia.
Aos 17 anos eu tocava violão e compunha músicas do estilo Gospel porque já era e continuo sendo evangélica. Eu sempre tive muita habilidade para escrever e desenvolver qualquer tema e assim fiquei conhecida e era convidada para fazer letras de temas especiais para as festas das igrejas e das escolas do município e eu já perdi a conta da quantidade de minhas composições e devido ao fato da minha desenvoltura na escrita e nas composições eu cheguei a ser ministra de cultura de uma igreja muito famosa e cheguei a fazer um show no SKALA quando ainda existia.
Também escrevi peças teatrais e jograis e monólogos; pena quer naquela época não havia tanta facilidade tecnológica como hoje e em uma enchente perdi todo o material. Também fiz curso de canto e dei muita aula de canto e formei muitos cantores. Fiz o técnico de química e passava em todos os concursos da Petrobras e os homens que tinham notas menores que as minhas eram chamados porque havia uma discriminação muito grande quanto à presença da mulher em trabalhos do tipo e foi assim que por desilusão eu fiz formação de professores e quem diria que eu iria me encontrar quando comecei a lidar com o social e com isto, fiz muitos cursos e a literatura sempre andou comigo. Trazendo para o hoje, qualquer coisa me inspira a escreve, e eu viajo no tempo, para os lugares e fatos e desenvolvo-os.
Você é colunista do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal, e também participou da revista bilíngue Italiamiga. Como é a sua experiência ao colaborar com essas publicações e como isso contribui para a divulgação de sua obra?
Para eu lhe responder é necessário que eu lhe conte como tudo começou. Certa vez alguém me falou porque você não expõe seus poemas no Orkut? Eu passei um bom tempo nele até o mesmo ser extinto e surgiu o Facebook. Até ali eu era apenas a Sandra Albuquerque e começaram a surgir os convites para eu participar de vários grupos literários e na maioria dos eventos, eu estava, e recebia os certificados.
Participei intensamente de um Festival de Inverno com o Iran Maceno dos Santos, a convite da Sr.ª Tatiana Azevedo, presidente da AIAP, e o meu nome viajou para outros países e nesse momento um ser iluminado observando os meus trabalhos convidou-me a fazer parte da FEBACLA, o Presidente Dom Alexandre da Silva Camêlo Rurikovich Carvalho, e na tarde de 29 de Novembro de 2019 em uma cerimônia de posse em Niterói tornei-me Acadêmica Correspondente e ele mesmo colocou-me no grupo do WhatsApp e eu fiquei conhecida entre os membros e comecei a expor ali no grupo os meus trabalhos e foi quando a Vera Figueiredo tomou conhecimento e convidou me a fazer parte da revista Italiamiga e eu fiquei encantada porque, afinal, meu trabalho seria exposto em dois idiomas.
Estando nesse grupo de WhatsApp, conheci o ROL e eu gostava de comentar o jornal inteiro no grupo e o Sergio Diniz da Costa, sendo um dos editores do jornal, apreciou a minha dedicação ao mesmo e surgiu o convite para eu tornar-me uma colunista, e no dia 13 de junho de 2020 eu expus o meu primeiro trabalho e foi a partir daí que surgiram os convites para participar de antologias e a minha vida literária se transformou e com este crescimento eu passei a fazer parte de outras academias como Academia Caxambuense de Letras, onde participei da Feira Literária Flavir; Academia Brasileira Camaquiana e Academia de Letras Poetas Além do Tempo.
Criei o meu Instagram (@comendadora_poetisa_sandra) e meu canal no YouTube como Comendadora Sandra Albuquerque Apresentações, após descobrir que eu conseguia fazer vídeos e montagens.
Recentemente, você enfrentou um problema na vista que a deixou alguns dias sem enxergar. Como esse desafio afetou você e sua produção literária? Ele teve alguma influência em seu processo criativo?
Não foram, apenas, dias e sim, um ano e meio. Verdadeiramente, para Deus não existem acasos e sim propósitos. Eu tenho que abrir um parêntese aqui para explicar o porquê que eu fiquei sem enxergar até para que isso sirva de lição para muitas pessoas, que nem tudo que vemos na internet devemos fazer.
Apareceu uma pele no meu canto do olho direito e esquerdo e ficou irritada. Fui ver na internet e vi que água de coco era boa para inflamação nos olhos e como aqui em casa tem coqueiro eu pinguei essa água de coco numa sexta-feira à noite e no sábado pela manhã fui parar na emergência porque os meus olhos inflamaram e eu fiquei parcialmente sem enxergar e o médico foi taxativo ao falar “cirurgia”.
Me bateu um desespero muito grande porque há uma grande diferença entre a pessoa que já nasce com uma deficiência para aquela que adquire da noite para o dia. E foi nesse período que eu fui abraçada de uma tal maneira por alguns amigos e que se tornaram os meus olhos e eu não parei de expor os meus trabalhos e através desses trabalhos surgiram várias Antologias e fui abençoada por vários títulos e recebi diversos prêmios e mesmo a pandemia surgindo com a nova tecnologia os cerimoniais não deixaram de acontecer.
Um dos fatos mais importantes para mim foi, a convite de Dom Alexandre, presidente da FEBACLA, tornar-me Correspondente Internacional, ocupando a cadeira do patrono Oscar Niemeyer e a seguir, tornar-me uma Acadêmica Benemérita e ser uma Patrona de uma Federação tal como a FEBACLA é uma emoção inexplicável.
E além de outros Prêmios, tornei-me, oficialmente, poetisa e escritora, além de Comendadora, Embaixadora da Paz, D.h.c em Educação, em Comunicação e em Direitos Sociais Históricos e Humanitários, Benfeitora das Ciências Artes e Letras, etc. Neste mesmo tempo, fui agraciada pela OMDDH, pelo Presidente, Dom Iguaci Luiz de Gouveia Júnior, com o título de Embaixadora da Paz e Comendadora da Justiça de paz. Talvez, você não saiba mais em 06 de janeiro de 2021 eu senti um desejo de entrevistar a escritora Letícia Mariana para que através dela fosse abordado o tema a respeito do autismo e a partir daí, outros colunistas passaram a fazer entrevistas no jornal.
Outro fato também é que eu comecei a escrever meus textos em três idiomas: português, inglês e espanhol e tudo isto foi possível Graças ao Sergio Diniz da Costa, à Cláudia Lundgren e Verônica Moreira, que foram os meus olhos amigos e editavam os meus textos, me ajudando em tudo que era necessário, e com isto, além de ser colunista do jornal, tornei-me Editora Setorial Social e alguns meses depois fui convidada por Hélio Rubens a fazer parte do Internet Jornal, não só como comentarista, mas como colunista e Representante Municipal no Rio de Janeiro.
Eu não tenho palavras para agradecer a paciência deles em aguardar o meu retorno total que será agora no segundo semestre. Ao ver os meus textos em outros idiomas; a Embaixadora e escritora Regina Caciquinho, os apresentou ao Dr. Guilhermo, que os apreciou e os editou em suas antologias espanholas.
Outro fato marcante foi participar, através de um convite da Embaixadora Élle Marques, da Coletânea do Beethoven em todas as suas versões e participar da revista The Bard, através de um convite feito pela Baronesa Verônica Moreira. Enfim, nesse meu período crucial, fui mais agraciada com condecorações como nunca e a minha vida literária em forma de reconhecimento floresceu.
Você recebeu diversos reconhecimentos e comendas ao longo de sua carreira, incluindo o título de Personalidade Cultural e o Grande Prêmio Internacional de Literatura Machado de Assis. Como essas honrarias impactaram sua carreira e seu trabalho como escritora?
Eu deixei para comentar nessa pergunta a respeito desses dois títulos porque ser considerada uma Personalidade Cultural por uma Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes, título este que venho recebendo desde 2019, é a soma de todos os frutos dos meus trabalhos durante longos anos. É você se destacar e ficar reconhecida mundialmente. E quanto ao Grande Prêmio Internacional de Literatura Machado de Assis, senti-me eternizada na história da literatura, pois ele fez toda a diferença para nós escritores e por isso que ao receber esta honraria eu chorei muito porque foi um momento indescritível, incomparável e único e eu só tenho a agradecer.
Além de suas atividades literárias, você também é engajada em várias causas, como a proteção animal e o trabalho filantrópico. Como você equilibra suas responsabilidades literárias com seu envolvimento nessas causas?
Eu tenho um pensamento que diz: “A literatura é uma porta que, quando aberta, pode mudar o conceito de uma sociedade”. Na literatura, dentre os grupos aos quais eu pertenço apresentamos muitos trabalhos aproveitando as datas históricas e sociais e nelas desenvolvemos o desejo de expressar “Um Mundo Melhor”.
O social mexe muito comigo, porque eu me preocupo muito com o próximo e, então, tornei-me madrinha da APTI (Arte Para Todas as Idades) em Camaçari- Bahia, sob à criação e direção Geral do artista plástico Nilson Carvalho, o qual honro-me dando a biblioteca da mesma o meu nome. Eu também participo da ONG Voando Alto em Ibicuíba- Saquarema.-RJ e ajudo na Rio Abrace-Penha-RJ, onde faz um serviço social com as crianças e pessoas que têm câncer. E tem outros trabalhos sociais dos quais participo.
Todas as vezes que eu escrevo um texto sobre racismo, violência contra mulher, a criança, o adolescente, o idoso, o deficiente (um termo que eu nem gosto porque eu penso que é deficiente é aquele que vê uma diferença no outro e o trata com descaso) e os animais, eu penso que estou fazendo algo que venha a mexer com a consciência da sociedade, tornando-a melhor. Resumindo, o equilíbrio continuo é o resultado de você não se deixar levar pelas segundas intenções do interesse próprio, ou seja, não tentar se promover usando a desgraça alheia.
Como é ser chamada carinhosamente de “Fada Madrinha do ROL”? Qual a importância desse reconhecimento e como você se sente ao saber que seu trabalho é tão apreciado?
Como diz Dom Alexandre, eu sou a chorona da casa e nesse momento da entrevista não está sendo diferente porque a lágrima está escorrendo pelo canto do olho de uma forma que para eu responder a esta pergunta, penso, que vou parar algumas vezes para rever o que eu falei. Não existem palavras para expressar essa emoção, porque a palavra fada lembra sonho, desejo, emoções recheadas de risos e lágrimas, persistência e concretizações e eu penso que é isso que eu passo para as pessoas, através dos meus atos, dos meus gestos e dos meus escritos. Sinto-me abraçada, querida e presente.
O ROL é para mim como se eu fosse um filho, um presente de Deus. O que adiantaria um veículo sem combustível, uma casa sem alicerce ou um mercado vazio? Sou o que sou fruto do meio em que vivo. Eu sinto carinho, o calor humano, o abraço e o respeito de cada um. A confiabilidade que Sérgio Diniz da Costa, Editor Geral, e o nosso paizão Hélio Rubens de Arruda e Miranda, o nosso Editor-mor, juntamente com a amabilidade de todos os colunistas e editores, não tem preço. Assim como um avião precisa de uma pista de pouso para alçar voo ou aterrissar, nós escritores precisamos de um meio de comunicação para criar caminhos e conquistar os continentes e eu sou grata ao JORNAL CULTURAL ROL e ao INTER-NET JORNAL por isto.
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Quero agradecer, primeiramente a Deus e também a você por dar-me oportunidade em escrever aqui a minha história literária e desejo ressaltar que toda educação e princípios que aprendi eu devo a Deus e aos meus avós, paternos Joaquim Almeida e Regina Monteiro, ao meu tio pai, Edson Martins, todos In Memoriam e a minha tia-mãe, Marlene Silva, hoje com 80 anos. Gratidão!
Por Celso Ricardo de Almeida
(MTB N.º 0021802/MG)
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