O espaço da bruxa
Clayton Alexandre Zocarato: Poema gótico ‘O espaço da bruxa’
Móveis velhos…
Teias de aranhas…
Nas paredes rachadas e amaldiçoadas…
Acaboclando palavras…
Louvando a noite horrenda…
Em luares…
Procurando lugares…
Onde sua penumbra…
Ilumina todo e qualquer ser…
Se despindo em busca…
De uma magia…
Que submeta a sua alegria…
Por entre vassouras e fórmulas…
Lâminas sobre o necronomicon…
Sangue exalado…
Extasiado e jorrado…
No frenético balançar…
De sínodos revestidos em novos ataúdes…
Testemunhando o canto da coruja…
Com esqueletos caminhando em busca…
De algum corpo…
Na encruzilhada…
Um novo grito de pesadelo…
Degelo do amor…
Feitiços e Encantos…
A bruxa voa pelo sombrio…
Cheio de brio da escuridão…
Fazendo esguios…
Em cálices de larvas…
Querendo decompor novas almas…
Enriquecendo magias…
Nas suas alegrias…
Taciturnas e repletas…
De gosto pelo macabro…
Que em posse de seus sortilégios..
Conquista seu espaço por entre…
Escarlates e disparates…
Contendo chapéus negros pontiagudos elegantes…
Exaurindo risos fumegantes…
Evocando espíritos…
Com deleites…
A enfeitar túmulos…
Que já não tens mais estímulos…
Sepultado em terras malditas…
Ditas de sussurros de dor…
Gerando horrores e dissabores…
Na harmonia da escuridão da madrugada, um pano negro…
Um boneco dança o vodu …
Andarilho precoce, ritmando tormentos…
Sugando energias vitais…
Em torno de espirituais necrosados pelo pecado…
A bruxa sonha…
Na virtuosidade de sua imortalidade…
Criando novas mortalidades…
Clayton Alexandre Zocarato
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