Cotidiano

Eliéser Lucena: Poema ‘Cotidiano’

Foto do colunista Eliéser Lucena
Eliéser Lucena

Eu não sei onde nasce o sol

Muito menos onde se põe

Não sou o dono da Lua

A noite se faz sozinha

Melancolia insistente, contagiante

Com ela traços e trapos

Desvela a mente, que sente

Sim, hora de acordar

Sons ganham novo sentido

Aurora da liberdade, genialidade

Cai a casca, tosca e rota

Somos nós no travesseiro

Verdade imposta sem rodeios

Nenhum sentido, só intuição

Rumores e segredos, ao vivo

Possibilidades? Claro, muitas

Soluções incrivelmente simples

Mas aí a madrugada se vai

Nasce um novo dia, é o ciclo

E na claridade, tudo se esconde

Lá se foi mais uma chance

Voltamos ao casulo

Cápsula de aparente sobriedade

Disfarce perfeito, formidável

Todos os dias, esperando a noite

A chance… respirar, existir

E vamos nós, assim mesmo

Vivos, livres e presos no ego

Cotidiano insano e implacável

Ser parte ou o todo?

Consciência ou emoção! Quem vence?

Ainda temos o poder de escolha

Eliéser Lucena

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