Celso Lungaretti: 'POLÍCIAS MILITARES SÃO UM ENTULHO AUTORITÁRIO QUE OS DEMOCRATAS NÃO TIVERAM CORAGEM DE REMOVER EM 1985'

CELSO LUNGARETTI – BOULOS E LINDBERGH PEDEM DESMILITARIZAÇÃO DO POLICIAMENTO.  ESTÃO CERTOS… COM DÉCADAS DE ATRASO!

 

O líder dos sem-teto, Guilherme Boulos, assina conjuntamente com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) um artigo de repúdio à violência policial em atos de protesto contra o governo de Michel Temer, publicado na Folha de S. Paulo desta 5ª feira, 8. Eis as acusações:

Como reação à manifestação pacífica [de domingo passado na avenida Paulista], a PM paulista protagonizou cenas de selvageria após o encerramento do ato. Policiais provocaram e atacaram os manifestantes de forma gratuita, quando estes já se dispersavam. Ficou evidente a premeditação e determinação política da ação policial.

Durante a semana, manifestações diárias contra Temer também foram tratadas com repressão em São Paulo e outras capitais, o que ocasionou, inclusive, a perfuração do olho de uma jovem estudante, Deborah Fabri, por conta de uma bomba atirada pela polícia.

A PM vaza-olhos de SP acaba de cegar Deborah Fabri…

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Não resta dúvida: a brutalidade com que desde sempre atuam as polícias militares dos Estados tem de ser denunciada e combatida com a máxima firmeza. O direito de manifestação é respeitado em todos os países civilizados e o Brasil não pode ser vergonhosa exceção!

PEC 51/2013, de autoria do senador Lindbergh Farias”.

Eu também venho pregando insistentemente a desmilitarização do policiamento, e já o fazia bem antes dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em 2013, que motivou a iniciativa do Lindbergh.

…como fizera com Giuliana Vallone em 2013.

decisãorecomendaçãoadvertiu:

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RESQUÍCIO DO TERRORISMO DE ESTADO

Na sua trajetória para concentrarem poder na década de 1960, os militares encontraram alguma resistência por parte dos governadores civis que ajudaram a dar o golpe mas depois viram esfumarem-se suas ambições de chefiar o Executivo. Então, os fardados resolveram assegurar-se de que tais paisanos não disporiam de tropas a eles leais.

Adhemar de Barros, p. ex., até o último momento acreditou que a Força Pública impediria a cassação do seu mandato (tiraram-no do caminho acusando-o de corrupto –o que ele sempre foi– mas o motivo real era que o governador rouba-mas-faz não se conformava com o monopólio castrense do poder). 

Além disto, a ditadura estimulou a absorção da civilizada Guarda Civil de São Paulo pela truculenta Força Pública (que atuava como tropa de choque em conflitos), instituindo a Polícia Militar. Vale notar que o decreto-lei neste sentido, o de nº 217, é de 08/04/1970, bem no auge do terrorismo de estado no Brasil. 

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