José Coutinho de Oliveira: 'Monarquismo XXV (Nobilística)'
Ao lermos o livro ” Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, o condestável das saudades e da Esperança de Armando Alexandre dos Santos, Artpress, SP -2006, pg. 43, vemos que às vezes a realeza dá demonstração de grande altruísmo.
O caso ocorreu com o rei Fernando II, rei do reino das Duas Sicílias.
O referido rei recusou a coroa da Itália que estava prestes a se unificar.
Ele a recusou porque a seu ver a unificação seria às custas dos territórios pontifícios.
Por causa dos esforços pela unificação da Itália, o Papa Pio IX teve que fugir para Gaeta, no Reino de Nápoles a 24/11/1848.
Lá foi recebido com todas as homenagens e sinais de veneração pelo rei Fernando II e por seu filho Francisco, que na época estava com 12 anos e que depois reinou como Francisco II.
O Papa retornaria a Roma só em 1850 depois que general e duque Charles Oudinot já a tinha livrado em 3 de julho de 1849.
Em 1861, chegou a vez da queda da Francisco II que tinha reinado não fazia ainda 2 anos, com sua família foi acolhido paternalmente pelo Pontífice, passando a residir em Roma, no Palácio Farnese.
Obtiveram, diz o livro Dom Pedro Henrique na mesma página, então para si e seus descendentes, o privilégio especial de poderem transitar livremente, sem precisar de qualquer licença, por todas as dependências do Vaticano, inclusive nos aposentos particulares do Papa que, como se sabe, só capitularia em 20/9/1870.
E para completar este artigo devemos dizer que um dos pretendentes à chefia da Casa Real Bourbon Duas Sicílias é o príncipe Carlos de Bourbon, nascido em Saint Raphaël, Var, França em 24/3/63, Duque de Castro, sobrinho bisneto do último rei Francisco II, falecido em 1894. Carlos de Bourbon assumiu essa posição em 2008.