Poesia indômita

Pietro Costa: ‘Poesia indômita’

Pietro Costa
Pietro Costa
As armas são modernas e digitais
Criador de imagens do Bing

À barbárie, o poder se resigna

A marca da maldade em voga

Na orgia instituída que revoga 

O direito popular à vida digna 

Ah, sociedade sem lei e sem alma

Que para a truculência bate palma

Nos exemplos fajutos de altivez

Será que a poesia ainda tem vez?

Na bandidagem de ‘heróis’ venais

E no heroísmo dos falsos sicários 

As armas são modernas e digitais  

Balas matam biografias e legados

O @ um dos distintivos mais temidos

Insígnia dos xerifes e milícias virtuais 

Arrombando o salão, temperamentais

Fortes disparos nas teclas, há feridos

A sede de poder saciada no sangue

Os descontentes rotulados: gangue

Eis a Carnificina de todos os dias

Bangue-bangue, parece não findar

A democracia e soberania, vítimas

Só na poesia indômita, irei confiar

Pietro Costa

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