Saudade da minha terra

Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Saudade da minha terra’

Ceiça Rocha Cruz
Ceiça Rocha Cruz
O sol despontou… cobriu o dia de brilho, encanto e magia, despertando no silêncio a saudade
O sol despontou… cobriu o dia de brilho, encanto e magia…
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O sol despontou…

cobriu o dia de brilho, encanto e magia,

despertando no silêncio a saudade.

Das serenas tardes de estio

aves plainavam ao sabor do vento

e gorjeavam sorridentes,

sob um céu azul de setembro.

Saudades das majestosas palmeiras,

da voz desatada do sabiá, cristalina flauta,

debruçada na janela, modulava o doce canto

e num descortinar reverberava.

Da Lua venusta… um vestido de sonhos,

num céu de estrelas, rasgando a madrugada.

Saudades dos viçosos campos, serras e bosques,

que se despojavam na paisagem dourada,

das paredes alaranjadas de ocaso,

de um pôr de sol deslumbrante,

que sorria.

Da minha terra quando a tarde caía,

mas o azul do céu coloria o rio/mar

e espumas desertas, solitárias,

resvalavam na areia nua.

Saudades do silêncio da tarde,

na alta palmeira onde cantava o sabiá

e da quietude sorrateira do suave arrebol.

(En)cantos d’amor.

Na solidão do tempo, o sonho da volta

para vê-la outra vez, pisar seu chão

num matar saudades.

Saudades da minha terra!

Ceiça Rocha Cruz

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