Sergio Diniz da Costa: 'Pensamentos soltos na brisa das tardes'
PENSAMENTOS SOLTOS NA BRISA DAS TARDES*
Tenho pelos livros um amor carnal. Trato-os como se deve tratar aquela mulher amada, de quem jamais esqueceremos a primeira vez que sentimos seu cheiro, o toque e o calor da pele, o esvoaçar dos cabelos sedosos, os lábios sussurrando promessas… Os livros são mulheres que se doam por inteiro. E de nós… só esperam sonhos.
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Aprendi a ler porque via meus pais imersos em livros. E, ainda quando mal entendia o porquê das coisas, tinha comigo que havia nos livros uma magia muito além daquelas das brincadeiras de rua. E, tão logo me iniciei neles, percebi porque, no silêncio de uma leitura solitária, as pessoas sonhavam acordadas.
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Hoje você já deu vazão àquela lágrima que há muito tempo está represada no labirinto de seu coração? Àquela lágrima embargada, quando você se sentiu ofendido, achando que sem razão? Ou àquela duramente reprimida, por achar que homem, ou mulher forte não chora? Não?! Pois então, deixe que todas as lágrimas contidas na represa de seu coração transbordem, fluam. E encharquem, lavando todos os caminhos pelos quais todos nós já passamos.
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Quando a emoção dos duros embates da vida me faz transbordar lágrimas, que, escorrendo pelo meu rosto, encontram meus lábios, lembrando-as serem salgadas, vem-me à mente (e ao coração), a mensagem do Sublime Pastor: “Vós sois o sal da terra.” São essas lágrimas que me fazem lembrar ser o sal das pelejas interiores que, no final da jornada, me permitirá engrossar as fileiras daqueles que, um dia, serão “a luz do mundo”.
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Em contato com a natureza, faço de meus olhos uma máquina fotográfica. E as imagens que capto, de beleza transcendente, as imprimo no papel de minha alma.
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Que palavras podem descrever a beleza de um pôr de sol, o perfume de uma flor, o farfalhar de uma árvore? Nenhuma. Uma lágrima, talvez.
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Deus é uma correnteza de amor, fluindo pela eternidade afora. Cabe a nós, por meio da fé, da esperança e da caridade, mergulharmos nela, e fluir com Ele.
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Chegará um dia na história da humanidade em que não existirão mais religiões, mas, no entanto, todos serão religiosos. E, quando esse tempo finalmente chegar, não desfilarão mais bandeiras de credos, manchadas de preconceito e de sangue. O único lábaro que ondulará aos ventos dos Novos Tempos será o Estandarte da Fraternidade.
(COSTA, Sergio Diniz da. Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013)
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Não acredito na danação eterna para os maus. Creio, sim, num inferno interior que, um dia na Eternidade, vê seu próprio fogo se apagar, pela brisa suave do sopro divino da redenção, este sim, que espalha seu frescor pela Eternidade afora.
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Não acredito na danação eterna para os maus. Creio, sim, num inferno interior que, um dia na Eternidade, vê seu próprio fogo se apagar, pela brisa suave do sopro divino da redenção, este sim, que espalha seu frescor pela Eternidade afora.
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A raça negra, em contraste com a raça branca, é apenas como o dia e a noite; de dia, com o sol, externamos a alegria; de noite, com a lua e as estrelas, sonhamos.
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Todos partimos, um dia, da presença de nossos entes queridos. Mas, apesar da dor que a separação nos causa, o importante é que aquela imagem imorredoura de nossos entes queridos se ajeite, amorosamente, na moldura do nosso coração.
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A vida é uma grande e maravilhosa Partitura, na qual compete a nós colocarmos as notas que comporão a Maior Sinfonia de Todos os Tempos.
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Além de toda tormenta há um farol que sempre esteve ali, esperando que nós, no meio da tormenta, o divisássemos no horizonte.
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Não me importa como os biólogos ou os zoólogos descrevem o que seja uma borboleta. Pra mim, borboleta é uma flor alada.
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Durante muito tempo tive uma vontade irresistível de peregrinar pelo “Caminho de Santiago de Compostela”, procurando obter, desta forma, a iluminação espiritual. Num dado momento, no entanto, caminhando por um belíssimo parque, descobri, finalmente, que minha peregrinação pela vida toda tem sido esse Caminho”.
(COSTA, Sergio Diniz da. Pensamentos soltos na brisa das tardes. Vol. 2. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2014)