Quasímodo literário

Natália Tamara: Poema ‘Quasímodo literário’

Natália Tamara
Natália Tamara
"Um herói suicida em seu ato falho! Um poeta ultrajado!"
“Um herói suicida em seu ato falho! Um poeta ultrajado!
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Junto ao meu leito, minha obra
Horrenda escritura do ‘corcunda do amor’
Sineiro enamorado da Lua! Badalos de alto clamor
Disforme literatura em sua alma se desdobra.

Junto ao seu leito, meu espírito enobrece
Cigana litúrgica, tua dança emana desejos…
Na torre catedrática do meu algoz grafo ensejos,
Bandido escriturário, no silêncio opaco emudece.

Quasímodo literato, das paixões um aleijado
Horror inigualável a primazia da escrita impecável,
Graciosa imagem implícita das emoções de um rejeitado
Desventura velada, sombras de solidão e angústia inefável.

Literato Quasímodo, do seio contemporâneo um excluído
Na festa dos loucos, o último romântico fora coroado,
Das gárgulas recebe carícias plenas em seu ímpeto cálido
Um herói suicida em seu ato falho! Um poeta ultrajado!

Natália Tamara

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