Ópera da morte
Natália Tamara: Poema ‘Ópera da morte’
Chanceler da fúnebre despedida,
Estranho dueto – finito ao infinito!
Afônico grito da saudade infinda
Vibra em Dó maior o sopro do tenor.
Defesas abandonadas, alma em pedaços
Pulsa sem pausa as harpas do coração!
Canção execrável, consternados abraços
Ópera vibrante! Contrafagotes de ‘celebração’.
Excelsa transcendência para paz espiritual,
Flautins ecoam versos trépidos e roucos
Algozes de um adeus rubro e sacramental
Suspiros profundos, olhos úmidos e opacos.
Mistério milenar! Silêncio fatal,
Violinos retinem o badalar das horas mortas
O romântico beijo da morte é letal,
Música obscura para audições distintas.
Natália Tamara
Obs.: Poema que obteve 1º lugar no I Festival de Poesias Contemporâneas.
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