Ópera da morte

Natália Tamara: Poema ‘Ópera da morte’

Natália Tamara
Natália Tamara
Ópera da morte
Microsoft Bing – Imagem criada pelo designer

Chanceler da fúnebre despedida,

Estranho dueto – finito ao infinito!

Afônico grito da saudade infinda

Vibra em Dó maior o sopro do tenor.

Defesas abandonadas, alma em pedaços

Pulsa sem pausa as harpas do coração!

Canção execrável, consternados abraços

Ópera vibrante! Contrafagotes de ‘celebração’.

Excelsa transcendência para paz espiritual,

Flautins ecoam versos trépidos e roucos

Algozes de um adeus rubro e sacramental

Suspiros profundos, olhos úmidos e opacos.

Mistério milenar! Silêncio fatal,

Violinos retinem o badalar das horas mortas

O romântico beijo da morte é letal,

Música obscura para audições distintas.

Natália Tamara

Obs.: Poema que obteve 1º lugar no I Festival de Poesias Contemporâneas. 

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