Recôndito

Virgínia Assunção: Poema ‘Recôndito’

Virgínia Assunção
Virgínia Assunção
"... mesmo no amor que não se alcança guarda-se o dulçor e a ternura no coração do eterno e etéreo suspiro da esperança."
“… mesmo no amor que não se alcança guarda-se o dulçor e a ternura no coração do eterno e…”
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No vazio do amor impossível reside

Um grito contido, um suspiro a flutuar,

Um sentimento que o peito divide,

É um sonho que se recusa a despertar.

No âmago desse lindo sentimento

Gemendo em silêncio; não pode ser ouvido

Há um coração angustiado a lamentar,

Pois carrega consigo esse amor proibido.

É um vácuo que rasga e dilacera

É um querer que não pode florescer,

É uma peça que o destina prega

É um anseio que se nega a desvanecer.

Mas há beleza em amar mesmo assim,

Pois mesmo no amor que não se alcança

Guarda-se o dulçor e a ternura no coração

Do eterno e etéreo suspiro da esperança.

Virgínia Assunção

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