Celio Pezza: 'Dia do professor'
Célio Pezza – Crônica # 333 – ‘Dia do professor’
O Dia do Professor foi criado em uma pequena escola de São Paulo, em 1947. Mais adiante, passou a ser comemorado em todo o Brasil, em 15 de outubro.
Homenagem mais do que merecida a esses heróis que muitas vezes são desrespeitados e humilhados por alunos e pais que não querem nada da vida.
Deveria ser do conhecimento de todos que a Educação e a Cultura são os únicos caminhos para transformar uma nação e que, enquanto não tivermos uma boa educação e cultura, não sairemos desse limbo em que nos encontramos.
Infelizmente, vemos que o Brasil passou a ser o líder mundial em agressões e desrespeitos a professores. É triste, mas verdadeiro.
Em uma pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), feita entre 100 mil professores de 34 países, o Brasil ficou com um vergonhoso primeiro lugar em agressões a professores.
12,5% dos professores brasileiros alegaram ser vitimas de agressões verbais ou intimidações em salas de aula, pelo menos uma vez por semana.
Nessa pesquisa, a média mundial de agressões é de 3,4% e na Coréia do Sul, Malásia e Romênia, o índice é zero.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) confirmou essa triste realidade e divulgou um levantamento feito entre professores somente da rede estadual de ensino, onde 44% dos professores já sofreram algum tipo de violência dentro das escolas.
A presidente do APEOESP Maria Izabel Noronha, diz que esse problema é crescente e acaba com os professores ao longo do tempo.
De acordo com esse estudo, 42% dos professores afirmam já ter presenciado alunos sob o efeito de drogas e 30% observam tráfico de drogas nas dependências da própria escola.
Essa violência dentro da escola se reflete no grande numero de professores doentes e desmotivados por todo o Brasil.
Como disse o jornalista Alexandre Garcia, uma escola não é um depósito de crianças porque os pais estão trabalhando. Uma escola é o lugar mais importante de um país sério.
Um professor no Japão é chamado de “sensei” que se traduz como “mestre” e seguir a carreira de professor é um sinal de status na cultura japonesa.
No Japão, assim como em outros países, não existe uma data específica para homenagear os professores, pois eles são homenageados diariamente.
No Brasil, perto de 10% dos professores acreditam ser valorizados. Já em países como Cingapura, China e Coréia do Sul, esse reconhecimento e respeito atingem índices acima de 70%.
Como pretendemos nos tornar um país sério e de futuro, se tratamos com desleixo nossos professores?
Espero que os futuros governantes não só façam discursos, mas que realmente tracem uma politica para acabar com esse problema que está destruindo o nosso país.
Educação é tudo!
O professor tem que ser valorizado e respeitado de imediato.
Sem essa urgente mudança politica de base, o Brasil continuará sendo líder em calamidades.
Devemos nos lembrar das palavras de Arthur Lewis: Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido.
Também D. Pedro II, Imperador do Brasil, disse certa vez: Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro.
Célio Pezza / Outubro, 2016