Ranielton Dario Colle, o ‘Ranie’: ‘Até que a morte me separe'

Rannie ColeRanielton Dario Colle, o ‘Ranie’: novo artigo: ‘ATÉ QUE A MORTE ME SEPARE’

Tudo começou quando ela curtiu um comentário bobo que eu fiz no facebook acerca das dietas femininas.

Depois ela curtiu uma foto minha com a minha esposa. E, então, ela pediu para que eu a adicionasse como amiga… E eu a adicionei.

Começamos a conversar no messenger sobre coisas banais. Riamos muito. E, como eu e minha esposa tínhamos jornada de trabalho em horários diferentes, além do fato de eu frequentemente viajar a serviço, nossas conversas se tornaram uma rotina.

Em pouco tempo já eramos íntimos. E, embora ela fosse incrivelmente atraente e sedutora, nossas conversas nunca descambavam para o lado sexual. Assim, todas as vezes que falávamos de minha esposa, fazíamos isso respeitosa e elogiosamente: mesmo quando eu me abria com ela acerca de minhas crises conjugais.

Nossas conversas se tornaram um vício quase que diário. Mas, foi só depois de uns seis meses, que ela perguntou se eu gostaria de vê-la pela WebCam. E acrescentou: “porque eu estou morrendo de vontade de vê-lo”…

E, dessa forma, aos poucos foi ficando irresistível, e quando dei por mim, já estava fantasiando com ela.

Então, depois de mais ou menos um ano, marcamos de nos encontrarmos em uma sorveteria. Pessoalmente ela era ainda mais linda que na WebCam, e seu jeito, sua voz, e seu sorriso, mais sedutores. Fiquei encantado…

Estávamos sedentos um do outro. E praticamente nos devoramos com o olhar. Então não demorou muito para que estivéssemos em um motel. E seu corpo… que corpo! Nunca havia visto tamanha perfeição ao vivo. Nem mesmo as capas de playboy com todo o photoshop eram páreas. Todas as minhas fantasias pareciam se concretizar de repente, ali, com ela, de uma só vez.

Seus olhos me hipnotizavam, e eu não queria mais sair do seu lado. Então, para minha surpresa, ela começou a se vestir, e me tratou friamente, enquanto eu ainda me deleitava com seu cheiro.

– Vá embora – ela disse com rispidez, e já não parecia em nada a mulher meiga que eu encontrei ao chegar: – Vá, sua esposa deve estar te esperando. Nós já conseguimos o que queríamos…

Então ela pegou a chave de seu carro e saiu. E eu fiquei ali, atônito, tentando entender o que acontecera… não sabia se estava feliz pelo melhor orgasmo da minha vida, ou ofendido por ela ter me tratado como um objeto. Será que estava magoada por eu ainda estar casado?

Passaram-se dois meses em que tentei repetidamente entrar em contato com ela, mas ela havia trocado seu telefone, e não respondia meus e-mails. Fiz lhe juras de amor. Prometi me separar de minha esposa. A pedi em casamento. Disse que minha vida era dela. Que daria tudo para estar com ela mais uma vez…

Então ela me ligou: – É verdade isso? – Isso o quê – Que você daria de tudo para estar comigo novamente? – Sim, sim, é verdade – falei em tom de desespero – Isso é tão romântico… – ela me disse – Você é um bobo sabia? – Eu sei…

 

Só que a verdade é que eu estava em frangalhos. Desde o nosso encontro eu não conseguia mais pensar em outra coisa. Estava negligenciando o trabalho, ignorando minha esposa e, em alguns momentos, me sentindo o pior ser humano da face da terra. E desejando morrer.

Marcamos outro encontro, dessa vez em seu apartamento. Eu estava ansioso. Levei flores e chocolate. E, quando ela abriu a porta, deixei cair os dois no chão. E a beijei sedento.

Depois do beijo ela me perguntou, de novo, se eu faria de tudo para estar com ela ali, e eu confirmei. – Peço o divórcio amanhã – eu disse, no que ela me respondeu – Não precisa – Mas então o que você quer… é dinheiro, é isso? – Assim você me ofende, disse ela com um sorriso enigmático. – Eu só quero que você alimente nossos filhos…

– Filhos? Você, você está, está grávida… meu Deus! Que alegria! Então eu vou ser pai… mas porque você não quer que eu me separe? Você não quer ficar comigo? – Você não está entendendo disse ela… E vi então pela primeira vez que ela tinha mais braços e pernas… Eu queria correr, mas estava imobilizado e maravilhado ao mesmo tempo, parte de mim estava apavorada e uma outra estava possuída por uma alegria contagiante. Feromônios, eu acho…

Vi então, saindo de um dos quartos, várias criaturinhas como ela, entretanto estas eram muito, muito pequenas. E algumas pareciam comigo: “Nossos filhos” – pensei feliz antes de ser envolvido em um casulo, de tal forma que eu ainda podia vê-la e falar com ela. Eu era um felizardo. Eu alimentaria nossos filhos… quantos pais tinham essa honra? Alimentar literalmente os seus filhos? Eles viveriam graças a mim…

Agora os meus braços e pernas já se foram, não houve dor… e eu logo deixarei de existir… Só que meus filhos estão maiores e mais belos. E os meninos são a minha cara! Que orgulho que eu tenho de tê-los gerado.

Neles deixo todo o meu legado. Por eles, valeu a pena ter vivido…

 

 

 

 

(O macho da viúva-negra se une a fêmea mesmo sabendo que morrerá Não há deleite maior. É a sua natureza.)