Jorge Paunovic: 'É carnaval e depois?'
Jorge Paunovic: ‘É carnaval e depois?’
Estamos praticamente em pleno carnaval e por um instante a população vai se esquece das agruras por que passa durante o ano.
Embora o IPTU, o IPVA as escolas dos filhos e o material escolar tragam algumas preocupações é carnaval e como diz o ditado popular tudo neste país acaba em festa.
O país continua mergulhado em escândalos, embora haja uma luz no final do túnel em relação a economia que está se aquecendo aos poucos e as empresas estão empregando timidamente o que significa um bom sinal.
Teremos um ano bem complicado após o carnaval.
O governo espera aprovar a reforma da previdência, a trabalhista e a eleitoral. Das duas primeiras teremos más notícias para os trabalhadores uma vez que nitidamente o governo não quer pagar aposentadorias e utiliza-se de recursos que deveriam financiar a previdência para outras finalidades e o trabalhador que se vire.
Na minha opinião, assim como privatizaram a saúde a segurança, agora querem privatizar a aposentadoria.
O fato é que após a criação do SUS surgiram no país diversos planos de saúde e a população passou a utilizar-se desses planos chegando a mais de cinquenta e um por cento.
No plano de segurança, quantas empresas de segurança surgiram no país e muitos bairros acabam contratando vigilância particular para terem um pouco de segurança.
Existem no país planos de aposentadoria privada, entretanto não estão sendo muito procurados; agora, com a reforma, acontecerá o mesmo que aconteceu com o SUS.
Na trabalhista, concordo que haja uma necessidade de se atualizar a CLT e que muitos dos artigos estão ultrapassados, entretanto deve ser efetuada com muito cuidado para não prejudicar nem o trabalhador e nem o empresário.
Na política não se espera muita coisa, por que aqueles que legislam irão legislar em causa própria e tudo acabará em festa. Mais dinheiro para os partidos, tempo de exposição na mídia e nada mais.
No país temos um excesso de partidos os quais não tem razão de existir uma vez que cada agremiação partidária deveria ter uma identificação com os eleitores assim como metas e planos de governança como acontece na maioria dos países.
O voto deveria ser mais valorizado pelos políticos, daí a necessidade do voto facultativo, proibição do voto de legenda – os chamados “campeões de votos” fazendo com que os mais votados de fato sejam empossados afinal é ou não a vontade popular? Não tem cabimento um candidato menos votado se aproveitar do voto de legenda em detrimento daquele mais votado que acaba na suplência.
Mas vamos aguardar com vigilância, cobrando, acompanhando o trabalho de nossos representantes e verificando se de fato estão cumprindo as promessas de campanha sem aquelas desculpas já conhecidas como “falta de verba”, cobertor curto, uma vez que quando candidatos sabiam da real condição do país, alguns estão conseguindo fazer mais com menos.
Bom carnaval a todos.