José Coutinho de Oliveira: 'Aristóteles II'
Queremos dar continuidade e complementar o que foi publicado neste jornal recentemente no artigo ” Aristóteles”. Muito bem, o que vamos escrever o faremos de forma meio artesanal pois não temos a localização do que falaremos sobre Aristóteles. Pois bem, Aristóteles foi um renovador e um atualizador das ideias filosóficas da Grécia. Ao analisar por exemplo o ser e o não ser de Parmênides ele chegou num ponto intermediário que chamou de devir ou vir-a-ser, a mudança, a mudança que Parmênides insistia em dizer que não existia. A partir dessa descoberta Aristóteles estabeleceu então a diferença entre potência (aptidão) e ato (realidade). Ele criou inclusive uma palavra nova chamada de enteléquia, plenitude. Daremos um exemplo para melhor explicar o que estamos falando. Um determinado escultor tem a intenção de transformar um tronco de árvore em escultura, quando ele a terminar, essa conclusão se chamará enteléquia, que hoje vemos que é a “realidade toda”. Talvez em sua física Aristóteles encontraremos outro incomparável princípio, ou seja, ele descobriu a origem do movimento. Ele descobriu enfim que o originador de todos os movimentos era imóvel, chamado então de primeiro motor imóvel, first mover immovable, em inglês, Deus, nas palavras do curso de filosofia da escola “Mater Ecclesiae “, pg. 180. Outra genial descoberta de Aristóteles foi a mediania, virtude intermediária entre a falta e o excesso, a bravura seria então o meio termo entre a covardia e a temeridade. Assim o fez no livro “Ética a Nicômaco”, seu filho. Seria bom lembrarmos antes de encerrarmos que verdade em grego é aleteia e que virtude é aretê.
José Coutinho de Oliveira