PETROBRÁS: SAI SEIS, ENTRA MEIA-DÚZIA. E A SANGRIA CONTINUA
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Sai Graças (*) Foster, entra Aldemir Bendine. O que muda? Nada.
Uma e outro têm o mesmíssimo defeito, aos olhos dos investidores nacionais e estrangeiros: a maior fidelidade ao governo do que à companhia petrolífera.
Eles sonhavam com alguém que primasse pela independência, vestindo a camisa da empresa ao invés de zelar pelos interesses do PT. Vão continuar sonhando e a Petrobrás continuará perdendo valor de mercado.
Trocar seis por meia-dúzia é a típica decisão de quem prioriza o poder, só o poder e nada mais do que o poder. Botaram um cão de guarda para tentar impedir que da caixa-preta da Petrobrás continuem saindo trunfos para a oposição requerer o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Nem que, en passant, o ícone máximo do nacionalismo tupiniquim derreta mais e mais.
Entra Aldemir Foster (ou será Graças Bendine?) |
Não sou eu que vou lamentar: quero mais é que a Petrobrás e todas as produtoras e comercializadoras de petróleo do planeta sifu, antes que a humanidade sifu. Elas cavam nossas sepulturas. Ou trocamos a matriz energética mundial, ou nada haverá para trocar adiante, pois não sobrará ninguém para contar a história. É simples assim.
Mas, não deixa de ser bizarro o papel desempenhado pelo PT, que tanto defende a Petrobrás, tanto acusa os inimigos de tentarem destruí-la, mas acaba de desperdiçar uma chance de ouro para estancar sua sangria.
A política oficial fede. E a política revolucionária praticamente saiu de cena. Triste Brasil, oh tão dessemelhante!
* é assim que tem de ser chamada a cidadã Maria das Graças Silva Foster, embora soe esquisito.
A ficha ainda parece não ter caído para a presidenta Dilma Rousseff: como a Petrobrás derrete e encolhe a olhos vistos, mesmo que sobreviva ao tsunami da Operação Lava-Jato, nem remotamente disporá de recursos suficientes para a exploração do pré-sal.
Tão distante da realidade se mostram seus discursos ufanistas que ela dá a impressão de ter sido abduzida e de extraterrestres estarem controlando sua fala: acaba de declarar que o Brasil deve usar os proventos da exploração do pré-sal como “passaporte” para melhorar a qualidade do nosso ensino.
Que proventos, cara pálida? Pois Dilma e o PT estão entre três opções que lhes são igualmente indigestas: ou congelam os planos relativos ao pré-sal, ou privatizam a Petrobrás, ou oferecem mais vantagens aos parceiros estrangeiros.
Isto, claro, dentro da ótica de que o pré-sal seja uma espécie de salvação da lavoura para o Brasil. Mas, será mesmo? Ou representa nossa prestimosa contribuição à marcha da insensatez?
A pergunta que não quer calar é: foi para que cravasse pregos no caixão da espécie humana que tanto ralamos, até conseguirmos levar um partido de esquerda ao poder? O sonho virou pesadelo?
Pois, só não vê quem não quer: o aquecimento global e as alterações climáticas já estão secando nossas torneiras, como um trailer das catástrofes terríveis que nos aguardam adiante. O petróleo é fóssil e ameaça tornar-nos, a todos, fósseis.
Vamos, por um punhado de dólares, agravar um quadro que já é dos mais agourentos? De que adiantará a melhora da qualidade do ensino, se não houver sobreviventes para aprenderem?
Talvez a Dilma, como a rainha Maria Antonieta, aponte esta solução imediata para os sedentos: “Não têm água? Bebam petróleo!”.
E mais tarde, quando estivermos sucumbindo à devastação global, complete: “Pelo menos, morremos educados!”.
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