José Coutinho de Oliveira – Aristóteles III

José Coutinho de Oliveira – Aristóteles III

      Hoje temos que reconhecer que o Estagirita é pai de dentre outras doutrinas do liberalismo econômico, do realismo e do empirismo. O empirismo nasceu da crítica de Aristóteles à crença de Sócrates de que já existíamos em espírito antes da nossa encarnação aqui na terra. Chama-se essa crença de pré-existência da alma, ou seja, de que vivíamos no mundo espiritual do qual teríamos sido expulsos por causa de algum pecado. Por causa dessa metafísica surgiu a tese de que aprender é recordar, anamnese em grego, ou seja, tudo o que aprendemos é na verdade uma recordação de algo que já tínhamos dominado em nossa vida pré-terrena. Aristóteles, então, dando um salto quântico, ou seja, conseguindo algo extraordinário defendeu a tese contrária, ou seja, de que “nascemos na verdade ignorantes”, de que a nossa mente é como uma folha em branco “tabula rasa”. Nascia assim dessa forma, o emprirismo, de empiria, experiência em grego, ou seja, só aprendemos aquilo sobre o qual meditamos. Salto quântico diz-se que é o salto de um elétron de uma esfera pra outra por causa do calor sofrido pelo átomo. Outro protagonista do empirismo que a tradição consagrou foi John Locke. Tal empirismo talvez tenha sido a causa do pragmatismo, ou seja, de que o valor das coisas está em sua utilidade. Dentre os filósofos pragmatistas devemos citar John Dewey que lançou o seguinte lema: learning by doing, ou seja, aprender fazendo.

José Coutinho de Oliveira