Sônyah Moreira: 'Incoerência'

Sônyah Moreira: ‘Incoerência’

Vou confessar que não sei muito bem por onde devo começar esta crônica, diante de meu estado de indignação.

Mas, como ouvimos à exaustão, comecemos pelo começo!

Não sei por que me lembrei daquela música infantil de nosso saudoso Vinícius de Moraes (1913 – 1980): ‘A casa’! Que tal uma paródia?

 

Era uma empresa

Muito engraçada

Não tinha teto

Não tinha nada

Ninguém podia

Entrar nela, não

Porque a empresa…

 

Bom! Deixemos as gracinhas de lado e vamos à nossa crônica.

Calma, meu caro leitor, logo você irá me entender.

Sempre acreditei que motivação está dentro de nós; não adianta ninguém querer motivar a quem quer que seja, pois é como levar um cavalo à beirada de um rio, ele só vai beber água se quiser! O ser humano é igual: ele precisa querer.

O nosso dia a dia assemelha-se a um campo de batalha: precisamos lutar por nossa sobrevivência, precisamos acreditar em nossos ideais; sem fé não há como chegar ao destino.

O que falar então de um gerente de vendas que não acredita no produto que vende? Não é incoerente?

Como ele irá gerenciar pessoas, motivá-las, fazê-las acreditar que podem, que conseguirão atingir as metas, se nem ele acredita?!

Está começando a entender meu papo aranha? Vamos voltar à nossa paródia!

 

… Não tinha chão

Ninguém podia…

 

Gente! Brincadeiras à parte, mas ouvir um funcionário que só reclama, que acha tudo ruim, que olha somente a parte vazia do copo com água, não há como não se indignar.

Vivemos um caos econômico! Empresas sérias até conseguem sobreviver, não há dúvida disso, porém, o funcionário precisa acreditar na empresa, no produto, ter confiança, uma vez que, convencido disso, contribuirá para que saiamos de mais uma crise derivada da incompetência de governantes acéfalos e desonestos.

Posso afirmar, sem medo de errar, que gestores de grandes corporações precisam diariamente levantar e seguir adiante confiantes, e com a coragem de guerreiros.

Manter ao seu lado ogros, pessoas negativas, acovardadas com situações difíceis, isso sim é uma luta inglória.

Desista! Uma pessoa que não fica feliz com o nascer de mais um dia não conseguirá atingir metas profissionais e muito menos pessoais; esse profissional (se é que se possa chamá-lo de profissional!) tem que ceder seu posto de trabalho para um daqueles milhares de desempregados que, certamente, conhecendo as amarguras do desemprego, estão ávidos para agarrar com determinação e eficiência a nova oportunidade profissional.

Afinal de contas, reclamar de tudo e de todos estando empregado e recebendo um salário, na atual situação econômica pela qual passamos, é ou não é incoerência?

 

Mas era feita

Com muito esmero

Na Rua dos Bobos

Número Zero”.

 

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com