Feira do Empreendendor será em Fevereiro, em São Paulo

A 5ª Edição da Feira do Empreendedor realizada pelo SEBRAE – SP, será no Pavilhão de Exposições do Anhembi no período de 20 a 23 de Fevereiro de 2016

sebraeNão perca a oportunidade de fazer novos negócios e de atualizar-se empresarialmente!

O Posto Sebrae Itapetininga disponibilizará de um ônibus para esse grande evento. 

Venha participar conosco

 

  • 23.02.2016 saída às 8:00 em frente à Paróquia das Estrelas (retorno previsto para 20:00 horas)

Escolha a melhor forma para fazer sua inscrição que pode ser presencialmente, através de nossos telefones ou ficha anexa.

Inscrições: 15-3272-9210 ou 3272-2023       

                                          

Posto 

Sebrae Itapetininga

Entrada feira:  Gratuita                                                                             Rua Monsenhor Soares, 251

Taxa de embarque: R$ 10,00 por pessoa                                                           Centro

POSTO SEBRAE DE ATENDIMENTO AO EMPREENDEDOR DE ITAPETININGA Luciana Santoro Rochel / Mônica Rocha – Agentes de Atendimento (15) 3272-9210 / 3272-2023 postosebraeitapetininga@gmail.com Prefeitura Municipal – Sindicato Rural -Associação Comercial de Itapetininga e SEBRAE – SP




Livro 'O Negro em Porto Feliz' será lançado dia 29

LANÇAMENTO DO LIVRO “O NEGRO EM PORTO FELIZ”

O NegroDia: 29/01/2016, às 19h30
Local: Shopping Miller Boulvevard
Rua Ademar de Barros, 345 – Centro – Porto Feliz – SP.
https://www.facebook.com/events/1692713950971432/1692714117638082/



Fatecs divulgam lista de convocados do Vestibular

A primeira lista de convocados para matrícula do processo seletivo das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Estado de São Paulo para o primeiro semestre de 2016 já está no site www.vestibularfatec.com.br

O mesmo endereço traz a lista de classificação geral. A relação também será divulgada na unidade em que o candidato deseja estudar. Se as vagas oferecidas não forem preenchidas na primeira chamada, a segunda lista será afixada somente na faculdade no dia 21 de janeiro.

Matrícula

A matrícula deve ser feita na secretaria da Fatec onde o candidato pretende estudar, no horário determinado pela unidade de ensino, nos dias relacionados abaixo, desde que não seja feriado municipal na cidade onde a Fatec está localizada. Perderá direito à vaga quem não fizer a matrícula na data determinada ou deixar de apresentar os documentos exigidos.

19 e 20 de janeiro: matrícula da 1ª lista dos convocados;

21 de janeiro: divulgação dos convocados da segunda lista, nas respectivas Fatecs;

22 de janeiro: matrícula para os candidatos da segunda lista.

Documentos para Matrícula

Para efetivar a matrícula, o candidato deve entregar uma foto 3×4 recente e cópia autenticada em cartório ou cópia simples acompanhada do original de cada um dos seguintes documentos: certificado de conclusão do Ensino Médio ou equivalente; histórico escolar completo do Ensino Médio ou equivalente; certidão de nascimento ou casamento; carteira de identidade (RG); cadastro de pessoa física (CPF); título de eleitor, para os brasileiros maiores de 18 anos, com o comprovante de votação ou certidão de quitação eleitoral; documento de quitação com o serviço militar, para brasileiros maiores de 18 anos, do sexo masculino.

O candidato que ingressou no Sistema de Pontuação Acrescida pelo item escolaridade pública deve apresentar histórico escolar ou declaração escolar, comprovando que cursou integralmente o Ensino Médio na rede pública municipal, estadual ou federal.

Caso o candidato pretenda obter aproveitamento de estudos em disciplinas já concluídas em outro curso superior, deve apresentar a documentação referente à carga horária, ementa e programa da disciplina cursada.

Outras informações pelos telefones (11) 3471-4103 (Capital e Grande São Paulo) e 0800-596 9696 (demais localidades) ou pelo site

Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, o Centro Paula Souza administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos técnicos, sob a supervisão de uma Etec –, em mais 300 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 208 mil estudantes nos Ensinos Médio, Técnico integrado ao Médio e no Ensino Técnico, para os setores Industrial, Agropecuário e de Serviços. Nas Fatecs, o número de alunos matriculados nos cursos de graduação tecnológica ultrapassa 75 mil.




Artigo de Celso Lungaretti: "A temporada de truculência policial começou cedo em 2016.

A PM DE SP BARBARIZOU DE NOVO. E A PEC 51/2013 (DA DESMILITARIZAÇÃO DO POLICIAMENTO) SE ARRASTA NO SENADO

por Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia.

Frente a jovens que protestavam pacificamente contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, a Polícia Militar de São Paulo mostrou mais uma vez sua incapacidade para atuar num ambiente democrático, agindo com uma truculência que fez lembrar a SS nazista.

Por incrível que pareça, até a Folha de S. Paulo protestou, no editorial desta 5ª feira, 14:

As forças de segurança fizeram mais que reprimir a ação dos vândalos. Cercando as pessoas que se aglomeravam na avenida Paulista e, de modo indiscriminado, disparando bombas de gás lacrimogêneo antes mesmo de a passeata começar, impediram a própria realização do protesto –em flagrante afronta à Constituição, portanto.

Já não era pouco, mas o exagero continuou quando a multidão se dispersou. Policiais caçaram como bandidos manifestantes que não se confundiam com os black blocs e desferiram golpes de cassetete mesmo contra quem não se predispunha para o confronto.

Coube ao jornalista Breno Tardelli, diretor de redação do jornal eletrônico Justificando, identificar no desempenho da PM a utilização de uma tática repressiva condenada tanto por organizações de Direitos Humanos quanto, em tese, pela própria corporação:

Kettling (ou panela de Hamburgo) consiste em cercar e isolar as pessoas dentro de um cordão policial…

Foi exatamente o que ocorreu na Paulista. Isolados por cordões policiais que não permitiam que ninguém entrasse ou saísse da manifestação, os manifestantes foram surpreendidos com incontáveis bombas de gás lacrimogênio.

Ou seja, a PM paulista mandou às urtigas o item 3.2.1. do seu Manual de Controle de Distúrbios Civis, que é taxativo este respeito:

A multidão não deve ser pressionada contra obstáculos físicos ou outra tropa, pois ocorrerá um confinamento de consequências violentas e indesejáveis.

Segundo o professor do Mackenzie Humberto Barrionuevo Fabretti, especialista em Segurança Pública, a PM contrariou até o senso comum:

Qualquer pessoa, instintivamente, sabe que não se deve encurralar multidões em hipótese alguma, muito menos quando há uma tensão natural entre policiais e manifestantes.

Cabe ao Estado agir da forma mais racional possível para evitar o confronto e a violência.

Cercar os manifestantes e atirar bombas em todas as direções mostra um total desconhecimento de táticas de contenção de manifestações. Seria a mesma coisa que tentar apagar uma fogueira com gasolina

Patinando sem sair do lugar

Da justificada grita atual nada resultará, infelizmente. Logo outras aberrações vão ocupar os espaços principais do noticiário e continuará tudo como dantes no quartel de Abrantes. É o que nos ensinaram vários episódios anteriores, como o da bestial desocupação do Pinheirinho.

Por quê? Porque falta vontade política para cortar-se o mal pela raiz.

A solução real para o problema seria a substituição das polícias militarizadas brasileiras por instituições civis, conforme recomendou enfaticamente, já lá se vão três anos e meio, o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas, levando em conta o altíssimo índice de letalidade dessas corporações e o fato de que parte expressiva de tais óbitos se devia a “execuções extrajudiciais”.

Após analisar 11 mil casos de alegadas resistências seguidas de morte, a ONU constatou o que por aqui todos estávamos carecas de saber desde 1992, quando Caco Barcellos lançou seu primoroso livro-reportagem Rota 66 – A história da polícia que mata: frequentemente não houvera resistência nenhuma mas, tão somente, assassinatos a sangue frio de suspeitos já rendidos.

Para piorar, as autoridades brasileiras quase sempre acobertavam os homicídios desnecessários e covardes perpetrados pelos PMs.

Na reunião da ONU em que se discutiu o assunto, coube à Coreia do Sul dar nome aos bois, equiparando tais episódios aos crimes outrora cometidos pelos nefandos esquadrões da morte (aqueles bandos de policiais exterminadores que, durante a ditadura militar, trombeteavam triunfalmente seus feitos e agora atuam com alguma discrição, mas continuam existindo, sim, senhor!).

 
Marcelo Freixo: “lógica militarista e antidemocrática”.

Para Marcelo Freixo, professor de História e deputado estadual pelo PSOL (RJ), “é fundamental que o Congresso Nacional aprove a proposta de emenda constitucional (PEC 51/2013) que prevê a desvinculação entre a polícia e as Forças Armadas; a efetivação da carreira única, com a integração entre delegados, agentes, polícia ostensiva, preventiva e investigativa; e a criação de um projeto único de polícia”. Concordo em gênero, número e grau. Pena que a tramitação da PEC se arraste desde setembro de 2013, sem que sequer se vislumbre uma luz no fim do túnel.

Freixo vai ao xis da questão:

Em todos os Estados do país, a PM é concebida sob a mesma lógica militarista e antidemocrática. (…) Em vez de se preocupar em formar soldados para a guerra, para o enfrentamento e a manutenção da ordem de forma truculenta, o Estado precisa garantir que esses profissionais atuem de forma a fortalecer a democracia e os direitos civis. A realização dessa missão passa necessariamente por mudanças na essência do braço repressor do poder público.

Entulho autoritário

Tal mostrengo existe por obra e graça da ditadura de 1964/85, só sobrevivendo a ela em função da pusilanimidade dos governantes civis a quem cabia eliminar o entulho autoritário.

Na sua trajetória para concentrarem poder na segunda metade da década de 1960, os militares encontraram alguma resistência por parte dos governadores civis que ajudaram a dar o golpe mas depois viram, com óbvio desagrado, esfumarem-se suas ambições presidenciais. Precavidos, os fardados resolveram assegurar-se de que os paisanos não contariam com tropas a eles leais.

O governador Adhemar de Barros, p. ex., até o último momento acreditou que a Força Pública impediria a cassação do seu mandato (tiraram-no do caminho acusando-o de corrupto -o que ele sempre foi- mas, principalmente, porque não se conformava com o monopólio castrense do poder).

Então, nas Constituições impostas de 1967 e 1969, a ditadura fez constar da forma mais incisiva que “as polícias militares (…) e os corpos de bombeiros militares são considerados forças auxiliares, reserva do Exército“.

 
Até 2011 a Rota alardeava sua participação no golpe de 64

Na prática, seus comandos foram se subordinando cada vez mais aos das Forças Armadas; e as lições de tortura aprendidas de instrutores estadunidenses e aprimoradas nos DOI-Codi’s da vida foram ciosamente repassadas aos novos  pupilos. Daí a tortura ter continuado a grassar solta, longe dos holofotes, depois da redemocratização do País, só mudando o perfil das vítimas (passaram a ser os presos comuns).

Além disto, a ditadura estimulou a absorção da civilizada Guarda Civil de São Paulo pela truculenta Força Pública (que atuava como tropa de choque em conflitos), sob a denominação de Polícia Militar. Vale notar que o decreto-lei neste sentido, o de nº 217, é de 08/04/1970, bem no auge do terrorismo de estado no Brasil.

Não é à toa que, até 2011, a unidade mais violenta da PM paulista (a Rota) mantinha no seu site rasgados elogios ao papel que a corporação havia desempenhado na derrubada do presidente legítimo João Goulart, só os deletando sob vara da então ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário.

 

O que há a dizer, antes de mais nada, é que entre eu e Dilma houve desamor à primeira vista. Conhecemo-nos em outubro de 1969, no Congresso de Teresópolis da VAR-Palmares, como quadros em ascensão das duas facções antagônicas, os militaristas e os massistas.

Moisés (José Raimundo da Costa) e eu, ambos comandantes estaduais da Organização em SP, fomos os iniciadores do racha que acabaria acontecendo no final daquele tenso congresso, mas um contra-ataque do lado oposto resultara na cassação de nossa condição de delegados. Por conhecermos o local onde se realizava, tivemos de nele permanecer até o final, incorporados à equipe de segurança.

Quando não estávamos vigiando os acessos para darmos o alarme se a repressão chegasse (e, provavelmente, sermos os primeiros a tombar sob o fogo inimigo), tínhamos o direito de assistir às discussões, desde que entrássemos mudos e saíssemos calados.

Então, percebi claramente que os massistas experientes e influentes (o Antonio Roberto Espinosa, o Carlos Franklin Paixão de Araújo e a Maria do Carmo Brito) haviam delegado à jovem e ambiciosa pupila a missão de atacar com muita contundência os militaristas de pavio curto como o Carlos Lamarca e o Cláudio de Souza Ribeiro. (leia o texto completo aqui)




Etecs divulgam lista de classificação no Vestibulinho

A lista de classificação geral dos inscritos no processo seletivo das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) para o primeiro semestre de 2016 já está no site www.vestibulinhoetec.com.br.

A informação será também divulgada na Etec em que o candidato pretende estudar.

A relação inclui quem se inscreveu nos Ensinos Médio, Técnico Integrado ao Médio, nos demais cursos do Ensino Técnico (presencial, semipresencial e on-line) e no processo de avaliação e certificação de competências para acesso às vagas remanescentes do segundo módulo.

A lista de classificação geral para os cursos de especialização será divulgada exclusivamente na Etec em que o candidato deseja estudar.

Os convocados devem fazer a matrícula em horário definido pela unidade de ensino nos dias relacionados abaixo, desde que não seja feriado municipal na cidade onde a Etec está localizada:

* 18 e 19 de janeiro 1ª lista de convocação e matrícula;

* 20 e 21 de janeiro 2ª lista de convocação e matrícula;

* 22 de janeiro 3ª lista de convocação e matrícula;

* 25 de janeiro 4ª lista de convocação e matrícula;

* 26 de janeiro 5ª lista de convocação e matrícula.

Documentos para Matrícula

A matrícula dos convocados dependerá da apresentação dos seguintes documentos: requerimento de matrícula – será fornecido pela Etec – preenchido e assinado. Se o candidato tiver menos de 16 anos no momento da matrícula, caberá a seu responsável legal assinar o documento; cópia simples com apresentação do original ou autenticado em cartório da cédula de identidade (RG) ou da cédula de identidade de estrangeiro (RNE) ou da carteira nacional de habilitação, com foto e dentro da validade, ou do documento expedido por ordem ou conselho profissional, como OAB, Crea, Coren e CRC; cópia simples com apresentação do original ou autenticado em cartório do CPF; duas fotos 3×4 recentes e iguais.

Quem concluiu o Ensino Fundamental regular, deve levar também cópia simples com apresentação do original do histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Fundamental; ou documento original da declaração de conclusão do Ensino Fundamental, assinada por agente escolar da escola de origem, contendo a data em que o certificado e o histórico serão emitidos. Estes documentos são dispensáveis para a matrícula no 1º módulo dos cursos técnicos.

Quem concluiu ou estiver estudando o Ensino Médio regular, deve levar cópia simples com apresentação do original do histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Médio; ou documento original da declaração de conclusão do Ensino Médio, assinada por agente escolar da escola de origem, ou declaração que está matriculado a partir da 2ª série do Ensino Médio.

Quem concluiu ou estiver estudando o Ensino de Educação de Jovens e Adultos – EJA (supletivo) ou o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – Encceja, deve levar cópia simples com apresentação do original do histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Médio, ou do boletim de aprovação do Encceja emitido e enviado pelo MEC, ou certificado de aprovação do Encceja em duas áreas de estudos avaliadas, emitido e enviado pelo MEC, ou documento que comprove a eliminação de no mínimo quatro disciplinas; ou documento original da declaração de conclusão do Ensino Médio, firmada pela direção da escola de origem, contendo a data em que o certificado e o histórico serão emitidos, ou da declaração que está matriculado a partir do 2º semestre da EJA.

Para o candidato que realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – certificado ou declaração de conclusão do Ensino Médio, expedido pelos Institutos Federais ou pela Secretaria de Educação do Estado.

O candidato que ingressou no Sistema de Pontuação Acrescida pelo item escolaridade pública deverá, obrigatoriamente, levar a cópia simples com apresentação do original da declaração escolar ou do histórico escolar, contendo o detalhamento das séries cursadas e o nome da escola, para comprovar que cursou integralmente da 5ª a 8ª série ou do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental em instituições públicas.

Documentos para Matrícula – vagas remanescentes do 2º módulo

Para efetivar a matrícula, o candidato deverá apresentar: requerimento de matrícula – fornecido pela Etec ; duas fotos 3×4 recentes e iguais; cópia simples e apresentação do original ou autenticado em cartório de um dos seguintes documentos: cédula de identidade (RG), cédula de identidade de estrangeiros (RNE), carteira nacional de habilitação dentro da validade com foto ou documento expedido por ordens ou conselhos profissionais (exemplo: OAB, Coren e Crea, entre outros); CPF; cópia simples com apresentação do original do histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Médio regular ou equivalente (EJA/Enceja) ou documento original da declaração de conclusão do Ensino Médio, assinada por agente escolar da escola de origem.

Para o candidato que fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) –certificado ou declaração de conclusão do Ensino Médio, expedido pelos institutos federais ou pela Secretaria de Educação do Estado correspondente.

Documentos para Matrícula para os cursos de especialização

Para efetivar a matrícula, o candidato deverá apresentar: requerimento de matrícula – fornecido pela Etec; duas fotos 3×4 recentes e iguais; fotocópia e original ou autenticação em cartório de documento de identidade, expedido pela Secretaria de Segurança Pública (RG) ou Forças Armadas ou Polícia Militar, ou cédula de identidade de estrangeiro (RNE) dentro da validade ou carteira nacional de habilitação dentro da validade com foto ou documento expedido por ordens ou conselhos profissionais (exemplo: OAB, Coren e Crea, entre outros); fotocópia e apresentação do original ou autenticação em cartório do CPF; histórico escolar com certificado de conclusão do Ensino Técnico regular ou equivalente do eixo tecnológico escolhido, fotocópia simples com apresentação do original ou declaração de conclusão do Ensino Técnico do eixo tecnológico escolhido, documento original, assinada por agente escolar da escola de origem.




Genealogia: Afrânio Mello fornece informações sobre a familia NOGUEIRA

Afrânio Franco de Oliveira Mello – ATENDIMENTO NÚMERO 619

 

Caro Antônio, bom dia.

O especialista em Genealogia dos Nogueira é o Confrade José Luiz Nogueira,

autor de 4 livros sobre a Genealogia dos habitantes de Itapetininga(2), de

Pilar do Sul e Sarapui e em preparo outros 2 ou 3 de outras cidades vizinhas

de Itapetininga.

Prepara o livro ‘ Os Nogueira do Brasil “.

Enquanto ele não responde e com certeza o fará, vá lendo o arquivo de 18 páginas

e 1 brasão que tenho sobre o sobrenome NOGUEIRA.

Abaixo umas linhas do arquivo principal.

Um grande abraço.

Afrânio Franco de Oliveira Mello
IHGGI / ROL – Jornal On Line

 

 

 

 

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Nogueira

sobrenome de origem portuguesa. Trata-se de um nome com raízes toponímicas, provavelmente derivado da torre e freguesia de São João de Nogueira, na terra de Barroso. As origens da família que adoptou tal nome como apelido estão perfeitamente documentadas, pelo menos desde o século XIV. Usam os Nogueiras por armas. . Da árvore nogueira (Anuário Genealógico Latino, IV, 25) Descende esta família de D. Mendo Paes Nogueira, sobrinho de D. Mendo Nogueira, cavaleiro da Ordem dos Templários, em 1089. Seu solar é a torre de Nogueira, na ribeira do rio Minho. O morgado dos Nogueiras era dos viscondes de Vilanova de Cerveira (Anuário Genealógico Latino, I, 71). Ilha de S. Miguel: o genealogista português Gaspar Fructuoso, em sua História Genealógica de S. Miguel[Saudades da Terra], escrita por volta de 1580, dedicou-se ao estudo desta família, em seu Capítulo XXXVI – Dos Albarnazes, Montes, Pereiras, Mendes, e outros appellidos de gente nobre, que veio a esta Ilha, no tempo antigo, e de seus successores que agora moram n´ella [Gaspar Fructuoso – Saudades da Terra, pág. 263]. Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de João Nogueira, que deixou geração do seu cas., c.1614, com Bárbara de Arão (Rheingantz, III, 13). Rheingantz registra mais 28 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosas descendêcias no Rio de Janeiro. Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Gaspar Nogueira, tabelião e escrivão da Câmara de St.º André desde a fundação da vila (AM, Piratininga, 125).

 

 

From: Antonio Pimentel Nogueira

Sent: Sunday, January 10, 2016 12:00 AM

To: afranio@tintaspig.com.br

Subject: arvore família Nogueira

 

 

Procuro ascendentes de Manoel José Nogueira de Andrade, ,comerciante, nascido em Caçapava SP e morto em 1857 em Cruz Alta RS.s

Enviado do Email para Windows 10

 




Artigo de Celso Lungaretti: 'A mulher sapiens que virou suco

Celso Lungaretti (*) –  ‘DE REVOLUCIONÁRIA MARXISTA A TECNOBUROCRATA NEOLIBERAL’

 

 

Dilma em 1972, na auditoria militar de Juiz de Fora (MG).

Companheiros já tentaram me demover da minha posição de indiferença às desgraças da Dilma, reprovando-me a falta de solidariedade a uma antiga guerrilheira.

Como a vida é curta e nunca sabemos quando ela vai terminar, decidi finalmente esclarecer esta questão. Não quero que aconteça comigo o que aconteceu em 1967 com o cel. Américo Fontenelle, surpreendido por um ataque cardíaco no exato instante em que se dispunha a finalmente revelar, num programa de TV, por que se considerava traído pelo governador Abreu Sodré (este lhe dera carta branca para, inclusive recorrendo a práticas autoritárias, botar ordem no trânsito caótico de São Paulo, mas depois entregou sua cabeça ao grupo empresarial proprietário da Folha de S. Paulo, de outros jornais e da antiga estação rodoviária –saiba mais sobre isto aqui).

Os que realmente se interessam por meu trabalho, terão neste post a explicação sincera. Pensei até em não o divulgar amplamente, por se tratar de assuntos um tanto melindrosos. Aí me lembrei de versos que sempre me inspiraram, dos primórdios da carreira do Gilberto Gil: “Agora vou terminar/ Agora vou discorrer/ Quem sabe tudo e diz logo/ Fica sem nada a dizer”.

O que há a dizer, antes de mais nada, é que entre eu e Dilma houve desamor à primeira vista. Conhecemo-nos em outubro de 1969, no Congresso de Teresópolis da VAR-Palmares, como quadros em ascensão das duas facções antagônicas, os militaristas e os massistas.

Moisés (José Raimundo da Costa) e eu, ambos comandantes estaduais da Organização em SP, fomos os iniciadores do racha que acabaria acontecendo no final daquele tenso congresso, mas um contra-ataque do lado oposto resultara na cassação de nossa condição de delegados. Por conhecermos o local onde se realizava, tivemos de nele permanecer até o final, incorporados à equipe de segurança.

Quando não estávamos vigiando os acessos para darmos o alarme se a repressão chegasse (e, provavelmente, sermos os primeiros a tombar sob o fogo inimigo), tínhamos o direito de assistir às discussões, desde que entrássemos mudos e saíssemos calados.

Então, percebi claramente que os massistas experientes e influentes (o Antonio Roberto Espinosa, o Carlos Franklin Paixão de Araújo e a Maria do Carmo Brito) haviam delegado à jovem e ambiciosa pupila a missão de atacar com muita contundência os militaristas de pavio curto como o Carlos Lamarca e o Cláudio de Souza Ribeiro.

 

Araújo na auditoria da Marinha (RJ)…

Por coincidência, eu estava lendo O Profeta Armado, de Isaac Deutscher, então me pareceu um caso semelhante ao do também jovem Trotsky que, ao ser acolhido no círculo de revolucionários mais antigos na redação do Iskra, atacava com tamanha fúria retórica posições contrárias que ganhou o apelido de “o porrete do Lênin”, pois parecia a todos que o líder deixava a cargo do discípulo a tarefa antipática de desancar exacerbadamente algumas lendas vivas do passado que teriam amolecido com a idade (depois eles romperiam e Trotsky se tornaria menchevique, só se reconciliando com Lênin em julho de 1917).

Como não passo a vida remoendo mágoas e antipatias de outrora, minhas restrições ao porrete do Araújo haviam ficado para trás em novembro de 2008, quando fui o primeiro a denunciar as falsidades que a direita virtual espalhava sobre a ministra Dilma (vide aqui). Em seguida, a Folha de S. Paulo fez o maior alarde a respeito de um plano de sequestro do Delfim Netto que a VAR esboçou mas nunca colocou em prática, tendo sido graças a uma mensagem minha que o ombudsman ficou sabendo e reconheceu publicamente que seu jornal estampara em plena capa uma ficha policial fajuta de Dilma, proveniente… da internet! Aquela reportagem como um todo ficou desmoralizada.

Veio a campanha presidencial de 2010 e o segundo turno me colocou num dilema. De um lado, a candidatura de José Serra se deslocara em demasia para a direita, recebendo o apoio até das viúvas da ditadura. Precisava ser barrado.

 

…em 1970. Eu era réu do mesmo processo.

Do outro, um posicionamento que perpassa toda a minha militância é a opção inflexível pela revolução, jamais me dando por satisfeito com a mera distribuição entre os trabalhadores das migalhas do banquete capitalista.

Ou seja, via o PT de 2010 como um partido reformista, empenhado apenas em atenuar os malefícios do capitalismo ao invés de acabar com ele; então, eu me sentiria muito mal apoiando a chapa petista.

Optei por pegar no pé do Serra o tempo todo, batendo pesado em todas as suas definições e posturas de campanha contrárias aos ideais da esquerda nos quais um dia ele acreditou.

Ou seja, fiz o de sempre, combater a direita, sem apontar méritos na adversária nem apresentar motivos para se votar nela. Senti-me um tanto desconfortável, pois nunca fui adepto da comunicação negativa, que só aponta defeitos e não oferece esperanças; mas, foi a solução menos ruim que encontrei naquele instante.

 

Explorados: sujeitos da História ou beneficiários da ação estatal?

 

Saudei a vitória da Dilma, abrindo-lhe um crédito de confiança. Manifestei a esperança de que, na Presidência, ela continuasse sendo a militante de outrora, que “como Chaplin, queria chutar o traseiro dos ociosos” e “como Marx, pretendia proporcionar a cada trabalhador o necessário para sua realização plena como ser humano”.

Mantive-me, contudo, cautelosamente reticente, pois ela me inspirava mais dúvidas do que certezas:

Dilma (…) terá de provar que é algo mais do que uma estátua de esculpida com tamanha perfeição pelo artista Michelangelo da Silva que acabou ocupando o melhor pedestal no panteão do Planalto.

…O lulismo no poder já provou sua competência no gerenciamento do estado em conformidade com os interesses dominantes, mas garantindo uma fatia um pouco maior do bolo para aqueles que produzem todas as fatias.

A dívida social, entretanto, está muito longe de ser zerada, como o foi o débito com o FMI.

 

Torço para que a Dilma saiba aproveitar seu grande momento…

E, aliviado, voltei a me distanciar da política oficial, pois a linha que definira para minha atuação na web era a de ignorar as escaramuças e pendengas da Corte, defendendo apenas os personagens e valores revolucionários.

  1. ex., projetos governamentais e as críticas que opositores lhes faziam não estavam na minha mira, mas o da transposição do rio São Francisco passou a estar quando o bispo Luís Flávio Cappio contra ela utilizou um recurso frequente nas lutas revolucionárias, o da greve de fome. Fiquei indignado com a decisão do Lula, de pagar para ver, tão insensível como qualquer Margaret Thatcher, ajudando a esvaziar uma forma extrema de protesto a que já recorremos muitas vezes no passado e poderemos ter de voltar a recorrer.

Então, até hoje sou implacável com essa maracutaia do agronegócio, sempre destacando as notícias negativas que pipocam: não cumprimento de metas, estouros do orçamento, evidências de inutilidade ou insuficiência de algumas iniciativas do programa e, claro, corrupção. Tudo aquilo que D. Cappio tentou evitar.

Mas, é uma exceção. Como regra, considero que os governos, sob o capitalismo, jamais levarão os explorados aonde eles precisam chegar, daí não merecerem a atenção obsessiva que a grande imprensa e a esquerda chapa branca lhes dedica. Fixo-me nas perspectivas de transformação da sociedade, não no dia a dia do gerenciamento da dominação burguesa.

Então, mesmo percebendo que Dilma se tornara uma pessoa bem diferente daquela que conhecera, evitei comentar sua atuação presidencial, salvo no que esta se chocasse frontalmente com o ideário da esquerda.

Em 1969, ela seguia fielmente a linha da VAR-Palmares, que acreditava ser imprescindível algum enraizamento nas massas para a organização não se tornar apenas um exército combatendo outro.

Já para nós, os egressos e depois refundadores da VPR, bastava estarmos imbuídos da ideologia do proletariado, sendo dispensável o contato orgânico com  o mesmo, que nos acarretaria riscos terríveis de segurança. O perfil de nosso pessoal seria mais apropriado para o cumprimento das tarefas militares da revolução, propaganda armada inclusive, deixando para outros grupos os laços com a população.

Paradoxalmente, aquela que em 1969 nos acusava de vanguardistas não mais procurava, quatro décadas depois, estar junto das massas e interagir com elas.

Integrando governos desde 1986, adquirira os jeitos e trejeitos dos tecnoburocratas, passando a se ver como a mulher sapiens a quem competiria detectar o que fosse melhor para o povo e, gerindo pedaços do Estado, impulsionar as transformações que via como necessárias, independentemente de as massas compreenderem tais intentos e com eles concordarem.

Para ela, implicitamente, os humildes explorados deixaram de ser os sujeitos da História, tornando-se apenas os beneficiários da ação estatal. Sua nova postura era um amálgama do velho nacional-desenvolvimentismo na economia com um bolivarismo light na política (uma tendência a avassalar outros Poderes e entes estatais, mas de forma gradual e sutil, sem incorrer num autoritarismo chocante).

Não deixo de compreender o que levou Dilma e muitos outros esquerdistas a abdicarem dos projetos de transformação em profundidade da nossa sociedade, contentando-se com mudanças bem mais tímidas. O desencanto da terrível derrota da geração que pegou em armas contra a ditadura os fez procurar atalhos para obterem, pelo menos, alguns resultados.

Se tivessem lido com mais atenção Marx, Rosa Luxemburgo e outros clássicos, saberiam que o reformismo convém muito mais à burguesia do que aos explorados; e que a mera infiltração no Estado não equivale a uma revolução, pois aquilo que o povo verdadeiramente não conquista, dificilmente conseguirá manter depois.

Até porque acaba não reconhecendo como seu o governo de seus presumidos benfeitores, muitas vezes interessados mais em se perpetuarem indefinidamente no poder do que em fazerem avançar o processo revolucionário.

Não me dispus, contudo, a fazer críticas mais contundentes ao primeiro governo da Dilma, pois sabia que, com tais premissas, ela não iria longe –ou seja, dificilmente conseguiria consolidar o reformismo e fechar, por longo período, as portas à revolução. Sua esperança de fazer deslanchar a economia brasileira a partir da ação estatal era um anacronismo, o pré-sal o sonho de uma noite de verão. Isso tudo jamais daria certo.

E, claro, a fetichização dos governos por parte da esquerda (além da gana de parte dela pelas boquinhas) ainda é tão forte que, sensatamente, avaliei como contraproducente abrir o jogo: eu ficaria isolado.

Algo que para mim é questão de princípio me fez, no entanto, deixar de lado o cálculo político e assumir uma postura mais incisiva com relação ao Governo Dilma: a criação de uma Comissão da Verdade como contraponto propagandístico a algo muitíssimo mais sério, a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a guerrilha do Araguaia, responsabilizando o Brasil pelo extermínio de 70 militantes (em sua grande maioria, capturados com vida) e exigindo apuração rigorosa dos massacres, localização dos restos mortais e punição dos carrascos.

Sentença da OEA foi a última chance

para corrigirmos aberração do STF

A apuração das bestialidades perpetradas pela ditadura de 1964/1985 contra os que exerceram o direito milenar de resistência à tirania e punição dos agentes do Estado responsáveis por tais crimes contra a humanidade vinha sendo negligenciadas desde 1985 pelo Estado brasileiro, na contramão das recomendações da ONU para países que se redemocratizam.

No final de agosto de 2007, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos do Ministério da Justiça encerrou seu trabalho de apurar as circunstâncias da morte de militantes durante o regime militar e indenizar as famílias das vítimas cujas mortes haviam sido oficializadas e daquelas cujos restos mortais evaporaram, pois, como sabemos, tudo que é sólido desmancha no ar…

Reuniu, então, o que apurara num livro-relatório intitulado Direito à Memória e à Verdade. Ao ser lançado, contudo, o Alto  Comando do Exército lançou uma nota oficial de protesto contra a iniciativa.

Ao invés de exonerar imediatamente os responsáveis por insubmissão e quebra da cadeia de comando, o presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas, Lula, recuou de forma humilhante: ordenou a seus ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) que não tentassem mais levantar o assunto na esfera do Executivo, instruindo-os a apontarem aos insatisfeitos com a impunidade dos carrascos o caminho do Judiciário.

Recomendou, ademais, que fossem esquecidos os ressentimentos do passado, prestando-se tributo aos militantes que haviam heroicamente lutado contra o estado de exceção e esquecendo-se os seus algozes.

Depois, em abril de 2010, o Supremo Tribunal Federal tomou uma das decisões mais escabrosas de sua história, ao considerar válida a auto-anistia que os assassinos e torturadores do regime se outorgaram no ano de 1979, em plena vigência da ditadura.

Anistia? Nem a pau, Juvenal! Tratara-se apenas de uma espécie de habeas corpus preventivo, com a complacência de um Congresso Nacional intimidado e coagido (a aceitação da barganha tinha como contrapartida a libertação de presos políticos e a permissão de volta de exilados).

Fechadas as portas do Executivo e do Judiciário, uma última esperança de ainda vermos os Ustras e Curiós responderem criminalmente por seus feitos surgiu sete meses depois, com a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à OEA:

Os crimes de desaparecimento forçado, de execução sumária extrajudicial e de tortura perpetrados sistematicamente pelo Estado para reprimir a Guerrilha do Araguaia são exemplos acabados de crime de lesa-humanidade. Como tal merecem tratamento diferenciado, isto é, seu julgamento não pode ser obstado pelo decurso do tempo, como a prescrição, ou por dispositivos normativos de anistia.

Se o Estado brasileiro aceitasse o que é praticamente uma obviedade no Direito Internacional –a de que leis de anistia não têm força legal para impedirem o julgamento de assassinatos e torturas perpetrados por ditaduras–, como poderia sustentar posição diferente com relação aos demais assassinatos e torturas cometidos pela repressão política do regime militar? Era uma oportunidade de ouro para passarmos uma borracha sobre a aberração parida pelo Congresso.

Logo em seguida houve a troca de governo e, empossada Dilma, as entidades e os militantes dedicados à defesa dos direitos humanos passaram a cobrar-lhe, com insistência cada vez maior, o cumprimento da sentença da Corte Interamericana.

Até que, no final de 2011, ela definiu suas linhas de ação: ignorar olimpicamente a sentença da OEA e instituir a Comissão Nacional da Verdade, bem na linha do que Lula pregara: ao invés de mexer em vespeiros, multiplicar os elogios e homenagens aos massacrados. Me engana que eu gosto.

Percebendo o que estava para vir, ainda tentei salvar algo do incêndio, propondo meu nome como (anti)candidato a membro da CNV –alternativamente, indiquei o do companheiro Ivan Seixas, um dos principais responsáveis pelas investigações das ossadas de Perus. Pois duvidava de que os habituais e doutos integrantes de comissões desse tipo fossem suficientemente combativos para arrancar a verdade dos que ainda redobravam esforços para mantê-la oculta. Acertei na mosca: negligenciariam até o dever de providenciarem proteção para duas testemunhas marcadas para morrer.

Dilma, tendo colocado o trem nos trilhos, estava com pressa em fazer com que a criação da CNV fosse aprovada pelo Congresso Nacional e cumprisse sua serventia: a de ser o fato novo que faria ser definitivamente esquecida a sentença da Corte Interamericana.

Então, aceitou a chantagem da bancada evangélica na Câmara Federal, que só admitiu apoiar a iniciativa do governo se este se comprometesse a não indicar, para membro da CNV, nenhum veterano da luta armada. A alegação foi a de que seria uma medida de reciprocidade, pois os militares também estavam vetados para o colegiado.

Tratou-se de uma estridente bofetada na cara de todos nós. Pois, quando ficou evidente para os defensores da ditadura militar que eles jamais conseguiriam convencer a opinião pública de que as atrocidades não haviam ocorrido, passaram a alegar que nós, os resistentes, também possuíamos esqueletos no armário, portanto os excessos teriam sido cometidos pelos dois lados.

Ou seja, pretenderam dar a alguns episódios isolados o mesmo peso da prática generalizada da tortura como uma não admitida mas inequívoca política de Estado durante o regime dos generais (além dos assassinatos, que viraram norma a partir de 1971 e durante 1972, aumentando em muito quando as organizações guerrilheiras estavam nos estertores, fragilizadas e quase impotentes, pois a intenção era mesmo a de não deixarem vivos os militantes mais determinados).

Dilma, uma ex-guerrilheira, na prática coonestou a tese das viúvas da ditadura, igualando-nos aos nossos carrascos. Ficou muito claro para mim que, retórica política à parte, ela já deixara Wanda para trás há muito tempo. Estava noutra.

Levando em conta tudo que pessoas do seu círculo de relacionamentos já revelaram em entrevistas e escritos sobre o comportamento da Dilma, tenho a impressão de que ela ainda não haja superado os rancores de 1969, o ressentimento contra os militaristas.

Quando de sua primeira campanha presidencial, visitou a cidade onde mora o Darcy Rodrigues, companheiro de armas e de militância do Lamarca, a quem não via há quatro décadas. A única coisa que encontrou para lhe dizer foi: “Puxa, como você está velho e acabado!”.

Espirituoso, Darcy rebateu: “É por isto mesmo que estou aqui. Vim pedir o telefone da esteticista que consegue te manter com aparência de jovem”.

Quanto a mim, sofro encarniçada perseguição e abuso de poder por parte da Advocacia Geral da União, que há quase nove anos usa todo seu arsenal de filigranas jurídicas para impedir que eu receba uma indenização retroativa que o ministro da Justiça me concedeu no final de 2005.

A lei respectiva determinava o apagamento desses atrasados no prazo de dois meses. Depois de um ano sem receber satisfação nenhuma, em fevereiro de 2007 chegou-me uma mensagem propondo que aceitasse voluntariamente a alternativa de um pagamento parcelado que se prolongaria até dezembro de 2014.

Já entrara com mandado de segurança para que fosse cumprida a lei e decidi seguir em frente, pois meu direito não caíra do céu nem dependera da vontade da Corte: tive sangue derramado, minha vida foi quase tirada, sofri uma lesão permanente, enfrentei enormes dificuldades na minha vida pessoal e profissional, vi morrerem os companheiros mais estimados. Ceder seria desmerecer tudo que sofri.

A AGU, incapaz de encontrar qualquer justificativa para o não cumprimento de uma lei cuja revogação o Governo preferira não propor, vem há muito esgrimindo embargos e recursos para retardar seus efeitos. No Superior Tribunal de Justiça, venci o julgamento do mérito da questão por 8×0 e o de dois embargos de declaração por 7×0 e 8×0. Agora, um recurso extraordinário encontra-se para ser julgado no STF, com alegações praticamente idênticas às que o STJ fulminou.

Para quem se sujeitasse a tomar uma decisão financeiramente desvantajosa e moralmente humilhante, a promessa era de que o débito seria zerado até dezembro de 2014. Caso isto tenha realmente ocorrido, a pendenga agora se evidenciaria como retaliação pura e simples, produzindo uma desigualdade inaceitável entre os anistiados que aderiram voluntariamente ao plano de pagamentos da União e os que ousaram exigir o cumprimento estrito da lei.

Mas, por que conto tudo isto aqui? Porque companheiros já intercederam por mim junto à Dilma e mesmo eu, para corresponder à iniciativa solidária que eles tomaram, engoli meu orgulho e mandei uma mensagem à presidente. A resposta a todos foi de que não cabia a ela intervir num assunto que estava na alçada do Judiciário.

 

Respondemos, claro, que o obstáculo era a determinação da AGU em evitar o cumprimento do que a lei estabeleceu e o julgamento do mérito da questão confirmou. Bastaria a AGU abrir mão de suas medidas protelatórias e tudo se resolveria de imediato.

Um porta-voz, em nome de Dilma, praticamente repetiu, palavra por palavra, a mensagem anterior, como se a afirmação já não tivesse sido cabalmente desmentida. É o que ela sempre faz quando fica sem argumentos, fingir que não ouviu o que o outro lado declarou.

Sou um militante à moda antiga, mágoas pessoais não interferem em meus posicionamentos políticos.

Mas, também não vejo motivo nenhum para, contrariando avaliações racionais, conceder tratamento diferenciado a Dilma. Ajo em consonância com o que ela é hoje, uma personagem da política oficial e nada mais.

A vitória em 2014 embutia a destruição

do PT e a desmoralização da esquerda

Outras cruéis decepções com Dilma vieram na esteira:

  • a negativa pífia ao pedido de asilo de Edward Snowden, sob pretexto burocrático que não iludiu ninguém, Deus e o mundo perceberam que o motivo real foi o receio de desagradar aos EUA;
  • a reação igualmente pífia à constatação de que vinha sendo espionada pelos estadunidenses, preferindo discursar inutilmente na ONU, diante de uma bancada dos EUA esvaziada de personagens do alto escalão, quando tinha uma oportunidade de ouro para dar realmente o troco, revendo a decisão sobre o Snowden;
  • a prorrogação dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade a fim de que o relatório final só fosse divulgado depois do 2º turno presidencial, para evitar que previsíveis protestos de militares jurássicos servissem como munição eleitoral para a direita (ou seja, por motivo politiqueiro, deixou-se de aproveitar o 50º aniversário do golpe de 1964 para aumentar, em muito, a repercussão na mídia dos relatos sobre o festival de horrores da ditadura).

Eram mais razões para eu manter-me à distância da eleição de 2014. Então, nem sequer me animei a protestar contra a negativa de registro da Rede Sustentabilidade, embora estivesse careca de saber qual a mão que movimentara os cordéis nos bastidores. A política oficial me enojava.

Com a morte de Eduardo Campos e a volta de Marina Silva à disputa pra valer, vi com simpatia a possibilidade de outra representante da esquerda interromper o ciclo petista, pois a eternização no poder costuma provocar graves distorções na prática e até na identidade de partidos sem muita consistência ideológica, como o PT (tinha-a em 1980, mas o inchaço, o aburguesamento e a direitização o foram minando cada vez mais, por dentro).

Evitei declarar-lhe apoio, afirmando:

Marina Silva é uma incógnita; Dilma Rousseff, a continuidade da pasmaceira atual; e Aécio Neves, o retrocesso.

Aquilo com que sonho não é nenhuma candidatura presidencial de 2014, mas sim a emergência e afirmação de uma nova geração revolucionária, capaz de conquistar nas ruas o que jamais obteremos na Praça dos Três (podres) Poderes.

Mas, vi-me obrigado a sair em sua defesa quando passou a sofrer uma campanha de satanização grotesca e repulsiva, que me fez até lembrar a frase célebre do ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels (“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”).

Mentirosos conscientes de estarem mentindo descaradamente, os responsáveis pela propaganda eleitoral petista e pelo municiamento da rede virtual chapa branca trombetearam que Marina seria subserviente aos banqueiros por estar recebendo o apoio de uma integrante da família proprietária do Itaú.

Omitiram que tal fulana era (é) uma mera herdeira, que apenas embolsa seus dividendos e jamais apitou nada nas decisões do grupo, tendo muito tempo ocioso no seu cotidiano e preenchendo-o com a adesão a causas nobres (na esfera da educação e ecologia, principalmente).  Pior ainda, que ela, na eleição anterior, prestara o mesmíssimo serviço ao candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Depois de martelado à exaustão na cabeça dos crédulos um inexistente vínculo de Marina com banqueiros, a campanha de Dilma passou à mentira seguinte: de que a malévola ex-seringueira, na Presidência, imporia um perverso ajuste fiscal, tirando a comida da mesa do povaréu, enquanto a santa Dilma jamais maltrataria os coitadezas. Nem que a vaca tossisse ela mexeria nos direitos trabalhistas, etc.

Desde o primeiro momento tentei dissuadir os grão petistas de cometerem tal infâmia, lembrando que o nosso lado não pisa no pescoço da mãe para ganhar eleições presidenciais; que, para nós, a verdade é (ou deveria ser) revolucionária; e que, antes da degringola ideológica das últimas décadas, tratávamos os lacaios da burguesia e a ralé ditatorial como inimigos, mas respeitávamos os esquerdistas de outras tendências como adversários, tentando destruir politicamente os primeiros e trazer para o nosso lado os segundos.

Um de meus piores pesadelos foi a tragédia que se abateu sobre a mais proletária revolução do século passado, a soviética, que terminou melancolicamente com uma bestial e parasitária nomenklatura encastelada no poder. Nos nefandos julgamentos de Moscou, veteranos e dignos, revolucionários, com décadas de heroicas lutas travadas em seu currículo, eram submetidos a intermináveis torturas e acabavam vindo alquebrados a público admitir que haviam sido sempre espiões das potências imperialistas, envolvidos em conspirações tão mirabolantes como as dos vilões da série 007 (envenenar os reservatórios de água, p. ex.).

Foi canalhice equivalente, embora em miniatura, que o PT cometeu com Marina Silva, a filha pródiga do petismo: desconstruiu-a fazendo o povo acreditar que ela fosse uma envenenadora de represas. Refleti que um partido que recorre a tais ignomínias para permanecer no poder já está descendo a ladeira.

Paralelamente, comecei a perceber a insistência com que os poderosos do capitalismo exigiam do novo governo, qualquer que fosse ele, a adoção de medidas recessivas na economia. Era uma ação concertada, agressiva. E, analisando os três candidatos principais sem ilusões, cheguei à conclusão de que nenhum deles resistiria a tal rolo compressor.

Isto acendeu o alerta vermelho na minha mente. Os anos de trabalho indesejado em editorias de Economia, remédio amargo que tive de engolir por falta de melhor opção, familiarizaram-me o suficiente com o mundo dos negócios para saber muito bem o que vinha pela frente, um festival de iniquidades, injustiças e abusos contra os explorados.

Aí, mais do que nunca, passei a considerar fundamental a alternância de poder: qualquer partido de esquerda que fosse cumprir o que o poder econômico exigia estaria se condenando à desmoralização e ao opróbrio.

Pior, muito pior, se o partido atendesse pelo nome de PT. Pois, certo ou errado, o povo o vê como a esquerda no poder. E a esquerda no poder não pode se tornar neoliberal da noite para o dia, arrochando os coitadezas para garantir que os bancos brasileiros continuem entre os mais lucrativos do mundo.

A reeleição de Dilma foi a pior vitória de Pirro que poderia nos acontecer: trazia embutida a destruição do PT e da credibilidade da própria esquerda, que demorará uma eternidade para recuperar o prestígio com que saiu da ditadura militar.

Aí Dilma.2 começou da pior maneira possível, com a posse de um office-boy do mercado como ministro da Fazenda: Joaquim Levy, economista sem brilho acadêmico e que respondia por uma diretoria secundária do Bradesco, cujas principais credenciais eram a de ser neoliberal desde criancinha e vir indicado pelo patrão Luís Carlos Trabuco, que astutamente se recusou a assumir ele próprio o posto, quando Dilma o convidou.

Iniciava-se o ano perdido de 2015, que acabaria superando minhas mais pessimistas previsões.

Uma pergunta que não quer calar: de que

adiantou dormirmos com o inimigo em 2015?

A última eleição presidencial esquentou a partir da morte de Eduardo Campos, no dia 13 de agosto de 2014. E, se não me animava a lutar por nenhuma candidatura, a partir daí ficaram claras na minha mente quais as possibilidades que deveriam ser evitadas a todo custo:

  • um verdadeiro golpe de estado, com tropas e tanques nas ruas, que nos faria retroceder décadas, extirpando o pouco que se construiu de aproveitável a partir de 1985; e
  • a reeleição de Dilma, a pior timoneira possível e imaginável numa tempestade como a que se formava.

Então, ao mesmo tempo em que rebatia falácias utilizadas para desconstruir a candidatura de Marina Silva e tentava convencer os petistas a refrearem a selvageria de sua campanha, em várias ocasiões manifestei minha simpatia pelo volta, Lula!, pois a troca de cabeça de chapa provavelmente recolocaria no poder um político com habilidade e jogo de cintura para, pelo menos, reduzir as previsíveis tensões de um futuro imediato que seria crítico em termos econômicos.

Já Dilma, com sua péssima leitura do quadro político, seu primarismo estratégico, sua truculência tática e sua irredutibilidade característica de tecnoburocratas, é do tipo que joga álcool na fogueira o tempo todo, às vezes sem sequer perceber…

Assim, depois de tentar acelerar a economia no tranco (estatal) durante o primeiro governo, ela parece ter ficado aturdida quando lhe caiu a ficha de que, isto sim, incubara uma grave recessão.

E, tão sofregamente quanto abraçara o nacional-desenvolvimentismo, deslocou-se para o polo quase que oposto: o neoliberalismo. Quis, a ferro e fogo, consertar a lambança que aprontara. Engoliu a retórica interesseira do mercado sobre qual deveria ser o antídoto e, claro, só conseguiu piorar o que já estava péssimo.

A escolha do ideologicamente detestável e politicamente inábil Joaquim Levy para ministro da Fazenda foi um balde de água fria na ala lulista do PT, pois a adoção do receituário de Milton Friedman por um partido de esquerda seria óbvio veneno eleitoral.

Dilma fizera a opção de tentar salvar sua reputação (supondo-se que as medidas ortodoxas, com enorme ônus social, ao menos revertessem o quadro de progressiva piora dos índices econômicos), mesmo que isto implicasse mandar às urtigas a candidatura presidencial de Lula em 2018.

E Levy, ainda por cima, levantava a bola para os inimigos anunciando medidas extremamente impopulares como o estupro de direitos trabalhistas e a exumação do famigerado imposto do cheque, que a classe média via como um conto de vigário no qual caíra uma vez (a utilização de um médico digno mas ingênuo para dourar a pílula de mais um assalto ao bolso do contribuinte) e jamais cairia de novo.

Talvez Leonel Brizola haja esquecido de contar a Dilma como João Goulart, na presidência da República, tinha seus ministros burgueses triturados pela esquerda até se afastarem, cansados de tanta grita assumida e de tanta puxação de tapete nos bastidores. O cunhado-urso poderia discorrer sobre isto com muito conhecimento de causa, pois era a principal mão que movimentava os cordéis dessa rejeição.

A História se repetiu em 2015, com o enfático repúdio a Levy por parte de Rui Falcão (presidente do partido), João Pedro Stedile (MST), Guilherme Boulos (MTST), Wagner Freitas (CUT), André Singer e Franklin Martins (sucessivos secretários de Comunicação de Lula quando este era presidente da República), etc.

fogo amigo minava cada vez mais o já parco prestígio de Levy enquanto, paradoxalmente, era a direita quem o tentava sustentar, com Luís Carlos Trabuco conversando ao pé do ouvido da Dilma para apaziguá-la sempre que ela se exasperava com seu ministro da discórdia, os jornalões lançando editoriais alarmistas, o Reinaldo Azevedo o colocando como única exceção num governo por ele execrado, etc. A fratura estava exposta a tal ponto que, mesmo nas manifestações contra o impeachment, a defesa do mandato de Dilma coexistia com o exacerbado repúdio à sua política econômica.

A presidente, enquanto isto, mostrava total impotência para deter a degringola econômica, só se preocupando com manobras rasteiras para evitar que o Congresso Nacional ou a Justiça Eleitoral a defenestrassem.

Ou seja, ganhava sobrevida no varejo mas continuava marchando para a ruína no atacado, pois país pobre como o Brasil não aguenta a depressão econômica que se desenha para breve. E, quando a penúria estiver causando turbulência social, alguma solução a classe dominante produzirá para se manter dominante; como a impopularidade de Dilma já atingiu o ponto de não-retorno, tal solução passará necessariamente por sua saída do poder. Quem viver, verá.

Também, pudera! Expelido Levy, ela teve uma chance de ouro para voltar às boas com a esquerda, que é quem a conseguiu manter no posto até agora (se dependesse da direita, seu ano sabático já estaria em curso…). E o que fez?

  • ofendeu toda a rede virtual chapa branca ao escolher a odiada Folha de S. Paulo como veículo de sua mensagem de ano novo; e
  • estragou o reveillon da imensa maioria dos seus leitores, ao anunciar que continuará tentando socar o arrocho fiscal garganta dos brasileiros abaixo e que trama a elevação da idade mínima para aposentadoria, cometendo terrível injustiça com os que começam a trabalhar cedo (meu pai pegou no batente com míseros 11 anos e, que eu saiba, burlas à lei continuam ocorrendo até hoje, aos montes…).

Ou seja, Dilma não aprendeu nem esqueceu nada com o fracasso retumbante de Levy. Talvez porque, depois de reconhecer que pisara feio na bola em seu primeiro governo, falte-lhe humildade para admitir que novamente meteu os pés pelas mãos em 2015. [Nem mesmo como Wanda ela convivia bem com as autocríticas…]

Como a Operação Lava-Jato continuará colocando sob os holofotes as maracutaias do PT e parceiros, enquanto a recessão só tende a agravar-se, a meteorologia política indica a certeza de muitas chuvas e trovoadas depois do carnaval, além da possibilidade de ocorrências ainda piores.

Pessoalmente, mantenho o otimismo possível nas melancólicas circunstâncias presentes. Acredito:

  • que Dilma, de um jeito ou de outro, cairá, até por ser o desejo secreto de muitos grãos petistas;
  • que, desde que tal queda se dê nos marcos constitucionais (sem quartelada e ditadura), Lula voltará a ter chance de sucesso eleitoral em 2018, mantendo-se, portanto, aberta a porta para o reformismo;
  • que, por outro lado, o abalo sofrido pela esquerda foi profundo e acarretará um processo agudo de autocríticas e busca de novas opções por parte dos militantes mais articulados e idealistas; e
  • que, consequentemente, teremos uma chance de arejar e reciclar a esquerda, a fim de recolocá-la no rumo da revolução, cada vez mais necessária quando o capitalismo faz água por todos os lados e ameaça até destruir a espécie humana.

Por último, retomo a questão levantada no início desta digressão, sobre motivos de eu não considerar Dilma merecedora de solidariedade revolucionária, depois de tê-la prestado a tantos companheiros, mesmo em circunstâncias adversas e que exigiram grande sacrifício pessoal.

É que considerei simplesmente inaceitável sua iniciativa de forçar a inclusão de Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria, mesmo tendo de, casuisticamente, alterar a regra dessa homenagem (que a restringia a personagens históricos mortos há pelo menos 50 anos)  e sabendo que isto implicaria num desprestígio póstumo para heróis muito mais merecedores de que se abrissem exceções em seu benefício, Carlos Lamarca e Carlos Marighella, os únicos que, pela trajetória e seu significado simbólico, se ombreiam aos grandes Tiradentes (o 1º da lista), Zumbi dos Palmares (o 2º) e Frei Caneca (o 12º).

Isto reforçou minha convicção de que ela ainda não transcendeu os ressentimentos de 1969, fazendo questão até hoje de marcar distância dos antigos militaristas e dos revolucionários em geral, como deu para percebermos claramente na afoiteza com que encaminhou a criação da Comissão Nacional da Verdade e no abandono a que a relegou em seguida, não lhe dando respaldo para vencer sucessivos braços-de-ferros com milicões recalcitrantes.

É direito dela querer ser hoje apenas uma política convencional. Deveria, contudo, ter a sinceridade de admitir que se trata muito mais de uma negação que de uma continuação da Wanda.

À qual, mesmo não morrendo de amores por ela, eu respeitava, como respeito todos os companheiros que travaram luta tão desigual e trágica. Difundo-lhes o exemplo e honro sua memória.

Mas, a excelentíssima senhora presidente da República é-me indiferente, como me são indiferentes todos os dignatários dos podres Poderes.

* jornalista, escritor e ex-preso político, foi comandante estadual da VPR e da VAR-Palmares. É autor do livro Náufrago da Utopia – vencer ou morrer na guerrilha aos 18 anos (Geração Editorial, 2005) e edita este blogue.