Artigo de Celso Lungaretti: "Se estivesse no Maracanâzinho, Chico Buarque teria sido hostilizado por milhares. Para Tom Jobim: foi como se o Corcovado desabasse em cima dele…"

PIOR FOI AQUELA VEZ EM QUE O CHICO BUARQUE RECEBEU
A MAIOR VAIA DA HISTÓRIA DOS FESTIVAIS…

 

Por Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia.

 

Na madrugada de 29 de setembro de 1968, uma vaia de dez minutos foi dirigida, em pleno Maracanãzinho, contra dois dos maiores expoentes de nossa música popular em todos os tempos: Tom Jobim e Chico Buarque.

Mais do que o desfecho infeliz de um evento artístico, esse inesperado e contundente repúdio de 20 mil pessoas àqueles que eram, respectivamente, um dos  papas  da bossa-nova e a maior revelação da nova MPB, marcou o fim de uma época.

Dois meses e meio depois, no dia 13 de dezembro, desceriam sobre o País as trevas do Ato Institucional nº 5. E, com o esvaziamento imposto às artes, seria exatamente a canção favorita do público daquele festival que se imortalizaria como símbolo da resistência ao totalitarismo: “Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores” (ou, simplesmente, “Caminhando”), de Geraldo Vandré.

 

ESCALADA DE RADICALIZAÇÃO

 

Canto do cisne do período de maior efervescência musical que o País já conheceu, o III Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, transcorreu em meio a passeatas que degeneravam em batalhas campais, mortes de opositores da ditadura, denúncias de torturas, ações armadas da esquerda, atentados dos grupos paramilitares de direita.

O mês já começara mal, pois, logo no dia 2, o deputado federal Márcio Moreira Alves, numa sessão quase deserta do Congresso, proferiu o fatídico discurso que acabaria sendo o pivô da decretação do AI-5.

O então influente Jornal da Tarde (SP), naquele final de 1968, dia após dia dedicava suas manchetes e principais matérias ao terrorismo, fazendo alarmismo para enlouquecer a classe média e favorecer a linha dura militar na luta interna em que se decidia o rumo do regime.

Este clima já se refletira na eliminatória paulista, que teve lugar no  Teatro da Universidade Católica de São Paulo, no dia 15 de setembro. Foi quando os baianos apresentaram composições que faziam uma correção de rumo no tropicalismo. Ao lançarem-no, no ano anterior, pareciam pregar o desengajamento dos jovens da política revolucionária, por que não?

modelo 1968, entretanto, veio fortemente influenciado pela Primavera de Paris, o movimento neo-anarquista que levou a França às portas da revolução.

 

 

Aliás, foi um slogan das barricadas parisienses o ponto-de-partida da composição inscrita por Caetano Veloso no III FIC: “É proibido proibir”. O estribilho já veio pronto, mas os versos que ele criou foram corrosivos, geniais: “Me dê um beijo, meu amor/ Eles estão nos esperando/ Os automóveis ardem em chamas/ Derrubar as prateleiras/ As estantes, as estátuas/ As vidraças, louças, livros, sim/ E eu digo sim/ Eu digo não ao não/ Eu digo, é proibido proibir”.

Gilberto Gil seguiu o mesmo diapasão em “Questão de Ordem”, enfocando situações vividas pelos contestadores agrupados nas comunidades alternativas da Europa: “Se eu ficar em casa/ Fico preparando/ Palavras-de-ordem/ Para os companheiros/ Que esperam nas ruas/ Pelo mundo inteiro/ Em nome do amor”.

“A JUVENTUDE QUE DIZ QUE QUER TOMAR O PODER”

A maior parte da esquerda brasileira, entretanto, via com desconfiança esse anarquismo de classe média do 1º mundo; e com franca hostilidade as roupas coloridas, os cabelos desgrenhados, a utilização das  sacrílegas  guitarras elétricas.

Preferia os ritmos nativos, do samba carioca à riqueza musical nordestina; e o visual bem comportado, com os intérpretes se apresentando discretamente para não atrapalharem a compreensão da mensagem que os versos transmitiam. Era esta a tendência majoritária na eliminatória paulista.

Quando da reapresentação das cinco escolhidas para a final da fase brasileira, marcada para o Rio de Janeiro, Caetano Veloso, que já estava indignado com a não-classificação da música de Gil, explodiu de vez, face às ensurdecedoras vaias que o impediam de reapresentar adequadamente “É Proibido Proibir”.

Então, enquanto os Mutantes continuavam tocando uma trilha musical improvisada, Caetano fez um longo discurso, que foi depois lançado em disco com o título de “Ambiente de Festival”. Eis alguns trechos:

Mas, é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de aplaudir este ano uma música, um tipo de música que não teriam coragem de aplaudir no ano passado. Vocês são a mesma juventude que vai sempre, sempre, matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem.

Quem teve a coragem de assumir a estrutura do festival e fazê-la explodir (…) foi o Gilberto Gil e fui eu.

O problema é o seguinte: vocês estão querendo policiar a música brasileira.

Gilberto Gil está comigo pra nós acabarmos com o festival e com toda a imbecilidade que reina no Brasil. Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas estruturas. E vocês? Se vocês forem em política como são em estética, estamos feitos.

 

O JÚRI MAIS INCOMPETENTE DA HISTÓRIA DOS FESTIVAIS

A finalíssima, no Maracanãzinho, iniciada no sábado (28 de setembro) e seguindo pela madrugada de domingo adentro, apresentou algumas músicas de qualidade superior.

Como “O Sonho”, estréia daquele que seria um dos maiores nomes da MPB na década seguinte. O Jornal da Tarde (SP) se referiria ao ”menino Egberto Gismonti” como “um talento”, destacando a letra de “O Sonho” como a melhor dentre as inscritas por compositores que não atuavam em São Paulo, além da “muito boa harmonia e um ótimo arranjo”.

Os Mutantes compareceram com um trabalho de qualidade e impacto, “O Caminhante Noturno”, um dos ápices do seu início de carreira, com Rita Lee se apresentando fantasiada de noiva grávida (Arnaldo Dias Baptista foi de cavaleiro medieval e seu Irmão Sérgio, de toureiro). O sexto lugar não lhes fez justiça.

Toquinho e Paulo Vanzolini foram prejudicados pelo clima de festival, com platéia e júri tomados por emoções fortes, sem paciência para apreciar a sutileza e cristalina beleza de “Na Boca da Noite” (“Cheguei na boca da noite, parti de madrugada/ Eu não disse que ficava, nem você perguntou nada/ Na hora que eu ia indo, dormia tão descansada/ Respiração tão macia, morena nem parecia/ Que a fronha estava molhada”).

Vista retrospectivamente, a sua classificação em oitavo lugar, atrás de “Andança” (Danilo Caymmi e Edmundo Souto, 3º), “Passacalha” (Edino Krieger, 4º), “Dia da Vitória” (Marcos e Paulo Sérgio Valle, 5º) e “Dança da Rosa” (Maranhão, 7º) nos dá um testemunho eloquente da incompetência do júri mais vaiado da história dos festivais.

Outras injustiçadas: “Canção do Amor Armado”, concepção grandiosa de Sérgio Ricardo, relegada a um irrisório nono lugar; “Oxalá”, ótima elaboração de uma história de capoeiristas, de autoria de Théo de Barros; e “América, América”, épico com que César Roldão Vieira reverenciou a figura mítica de Che Guevara.

CHICO E SEU SABIÁ INTEMPORAL

Bela e intemporal, “Sabiá” é de uma safra em que Chico Buarque parecia alheio ao ambiente nublado da política (há quem faça a leitura de que a canção aludia à futura volta dos exilados, mas tal interpretação parece meio forçada, fazendo mais sentido  a posteriori  do que no momento dos acontecimentos).

Após o sucesso estrondoso de “A Banda”, ele insistiu na linha lírica e nostálgica, com “Carolina”, “Bom Tempo” (para quem, cara-pálida?) e “Bem-Vinda”, tornando-se, nos festivais, uma espécie de antítese da esquerda convencional e também da anarquia tropicalista.

Até Nelson Rodrigues, então o próprio arquétipo do reacionário, tinha palavras de elogio para Chico. Isto explica a vaia finalmente por ele recebida, depois de atravessar incólume vários festivais.

 

Não sem motivo, Chico Buarque se penitenciaria mais tarde, com a autocrítica “Agora Falando Sério” (“Agora falando sério/ Eu queria não mentir/ Não queria enganar/ Driblar, iludir/ Tanto desencanto/ E você que está me ouvindo/ Quer saber o que está havendo/ Com as flores do meu quintal?/ O amor-perfeito, traindo/ A sempre-viva, morrendo/ E a rosa, cheirando mal”). 

De “Sabiá” sobrou este vídeo, já da fase internacional…

VANDRÉ E SUA PROFISSÃO DE FÉ

“Caminhando” foi composta numa fase terrível para Geraldo Vandré, que estava rompido com as emissoras de maior audiência junto ao público de MPB (TV Record e Rádio Jovem Pan), amargando uma desilusão amorosa, sendo hostilizado e  gelado  pelos estudantes de esquerda.

Fora-lhe muito danosa a publicação de uma foto no jornal Folha da Tarde (SP), na qual aparecia abraçado a Abreu Sodré, ajudando-o a escafeder-se do palco armado na praça da Sé, após ser apedrejado por manifestantes.

Governador de São Paulo por obra e graça da ditadura, Sodré tentara falar num ato comemorativo do 1º de maio, sendo surpreendido por uma reação organizada pelos movimentos operários do ABC e de Osasco, com o apoio dos estudantes.

 
Afora o vexame, Sodré saiu com um ferimento na testa.

Vandré era amigo do governador, que, inclusive, o esconderia mais tarde no próprio Palácio dos Bandeirantes, quando a repressão o perseguia. Mas, claro, preferia que essa ligação perigosa não se tornasse de domínio público. A mim e a alguns companheiros secundaristas, semanas depois, deu uma desculpa esfarrapada: “Estava bêbado. Não me lembro de nada do que fiz naquele dia”.

Devem-se às pressões que ele enfrentava, portanto, a comovente sinceridade com que reafirmou nessa canção os valores nos quais acreditava profundamente, à sua maneira romântica. Foi um Vandré machucado que subiu ao palco para cantar seu hino revolucionário, acompanhado apenas pelo próprio violão.

Talvez nem ele mesmo imaginasse o impacto que a “Caminhando” teria, acarretando-lhe tanta notoriedade quanto sofrimento. O certo é que, quando alguns já o davam como artisticamente morto, Vandré enfrentou e venceu o maior desafio de sua carreira. Por conta disto, passou definitivamente à condição de mito, mas foi destruído como pessoa.

“A VIDA NÃO SE RESUME EM FESTIVAIS”

Sabiá”, de Tom Jobim e Chico, na interpretação de Cynara e Cybele, foi a surpreendente vencedora.

O grande repórter Walter Silva, que  esquecera  um gravador ligado na sala de deliberação, revelou depois na Folha da Tarde (SP) que o presidente do júri, Donatelo Grieco, pressionou os demais jurados, advertindo-os de que os militares não aceitariam a vitória de “músicas que fazem propaganda da guerrilha”, como “Caminhando” e “América, América”.

A ameaça podia ser exagerada, mas o mal-estar causado na caserna por “Caminhando” foi bem real, por causa da estrofe “há soldados armados, amados ou não,/ quase todos perdidos, de armas na mão./ Nos quartéis lhes ensinam antigas lições,/ de morrer pela pátria e viver sem razões”.

 

Os militares chegaram a promover entre as tropas um concurso de versos que respondessem à “Caminhando”, tendo Samuel Wainer sido pressionado (em troca de um favor recebido) a publicar no jornal Última Hora (SP) uma reportagem paparicando a medíocre poesia vencedora.

Quando a preferida do público foi anunciada em segundo lugar, o Maracanãzinho explodiu numa monumental vaia (a maior da história dos festivais), entremeada de gritos de “Vandré!” e “é marmelada!”. Tom depois comentou com Chico, que escapou da saia justa por estar em viagem pela Europa: “Foi como se o Corcovado tivesse caído sobre mim”.

Mesmo distante, Chico sentiu duramente o golpe. Iniciava-se nesse momento a guinada que o levaria a tornar-se o principal expoente artístico da resistência à censura na década seguinte.

Havia motivo para a indignação da platéia. Reprimindo uma manifestação de rua, soldados tinham submetido estudantes a terríveis humilhações (chegaram a urinar sobre os jovens rendidos e a bolinar as moças).

Isto despertou indignação generalizada na cordialíssima cidade maravilhosa. O FIC aconteceu logo depois e os cariocas adotaram “Caminhando” como um desagravo. Vandré teve muito mais torcida lá do que em São Paulo.

Por mais que tentasse, ele não conseguiu convencer o público a respeitar Chico, Tom e as duas meninas do Quarteto em Cy, direcionando sua ira apenas contra o “júri que ali está”. E, com clarividência, proferiu a frase célebre: “A vida não se resume em festivais”. Só não adivinhou que seria uma das primeiras vítimas da vida pós-festivais, quando os holofotes da arte não conseguiriam mais espantar as trevas.

 

Em alguns bairros da Zona Sul, as pessoas saíram às janelas quando Vandré bisava a “Caminhando” e cantaram junto, a plenos pulmões, descobrindo uma comunhão cimentada pela dor e revolta – que tão cedo não se repetiria, pois logo baixou sobre o País a paz dos cemitérios.

…mas de “Caminhando”, todos os vídeos foram destruídos. https://www.youtube.com/watch?v=0KGBS5TuDr4&authuser=0

 

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Cynara e Cybele cantam Sabiá – FIC 1968 – Rede Globo

Visualizar o vídeo Geraldo Vandré (Pra não dizer que não falei das flores) ao vivo no III FIC – 1968 do YouTube

Geraldo Vandré (Pra não dizer que não falei das flores) ao vivo no III FIC – 1968

 




Genealogia: Afrânio Mello fornece informações sobe o familia HOFBAUER

Afrânio Franco de Oliveira Mello – ATENDIMENTO NÚMERO 586

 

Caro Beto Hungria, bom dia.

Desde sua última visita,em minha casa, antes de seu casamento, trocamos informações a

respeito da origem do sobrenome HOFFBAUER/HOFBAUER.

Tenho os dois livretos de sua família que contam toda a história das origens, da mudança

para o sobrenome HUNGRIA , toda a árvore genealógica , fotos, encontros e as pessoas

ilustres desse CLÃ .

Pesquisando, encontrei Brasão e muitos nomes de pessoas com esse sobrenome. Os brasões,

o que consta no livreto e o que encontrei, tem algumas semelhanças

Os dois tem os Elmos e as laterais são bem parecidas.

Envio o arquivo do Brasão em separado para que possa fazer quadro e afixar em alguma parede.

Sempre fica muito bonito e os visitantes nunca deixam de perguntar algo sobre o Brasão.

Veja também que existem outras grafias :  Hoffpauer, Hoffpauir e Hofpauer.

Não encontrei tradução para PAUER e PAUIR.

Encontrei uma diferença na tradução entre o livreto e este arquivo que envio.

No livreto a tradução da palavra HOF com um F é pátio, quintal e BAUER , camponês.

No arquivo que envio a palavra HOFFE , com dois F , vem traduzida como  : Esperança e BAUER a mesma tradução, Camponês.

Conferindo no Deutsch Portugiesisch , de Artur Risigari  – 12000 Worte, Liliput Wöterbuch, temos a palavra HOF com um

só F traduzida como Páteo, confirmando o livreto e a palavra HOFF com dois F , não aparece e verificando a tradução que

encontrei como Esperança , refere-se a palavra alemã HOFFNONG , bem diferente  e  chego a conclusão que no idioma

alemão não tem a palavra HOFF com os dois F , tratando-se de inclusão do segundo F , aqui no Brasil como informado no livreto.

Mesmo assim em virtude dos nomes muito antigos desse sobrenome eles vem grafados com dois F, mostrando que pode não ter

sido no Brasil essa inserção.Curioso…….Veja que todos os nomes citados são com dois F.

Pesquisa muito difícil e um pouco demorada , mas consegui algumas informações que não constam do livreto, principalmente as

pessoas com esse sobrenome e de datas bem antigas.

Espero ter safisfeito a pergunta do amigo.

Beto, um grande abraço em você e um maior ainda no seu avô Roberto Soares Hungria.

Afrânio Franco de Oliveira Mello
IHGGI / Jornal ROL – Região On Line

 

image    clip_image002Hoffbauer, Hofbauer,

sobrenome de origem germânica. O sobrenome vem da junção alemã de Hoffe (esperança) eBauer (camponês), grosso modo o sobrenome significa camponês que tem ou mantém esperança. Há outras variantes dialetais do sobrenome como: Hoffpauer, Hoffpauir e Hofpauer. A família deve possuir mais de um brasão registrado. Primeiro registro desse sobrenome foi encontrado na Suábia pelos idos do século X. Era uma prática comum daquele tempo identificar alguém pelo tipo de trabalho que fazia. Como se dá no caso do sobrenome Hoffbauer e suas variantes.

 

Registra-se Sophia Margaretha Hoffbauer, nascida em 1728, Guetersch, Westphalen, Prussia e falecida em 02.11.1794; casou-se com Diedrich A. Ernst por volta de 1750. Teve uma filha: Christina Ernst, nascida em 1753.

Registra-se Marcus Hoffbauer, nascido em 1804, Bunde, Nordhein, Westphalen, Prussia e falecido em 18.07.1874.

Registra-se Teressa Hoffbauer, nascida em 26.03.1804, Raunau, Ostpruessen, Prussia; casou-se com Peter Thater em 12.06.1826, Reimerswalde, Prussia; filha de Joseph Hoffbauer e Theresia Hahrrabura. Teve os seguintes filhos: Rosa Thater nascida em 1828; Arton Thater nascido em 1830; Ausgust Thater nascido em 1832; Johann Thater nascido em 1834; Anna Thatter nascida em 1836 e Joseph Tather nascido em 1838.

Registra-se Helena Hoffbauer, nascida em 14.05.1700, Gmuend, Niederoesterreich, Áustria; filha de Mathias e Ursula Hoffbauer.

Registra-se Maria Elisabeth Hoffbauer, nascida em 08.11.1693, Gmuend, Niederoesterreich, Áustria; filha de Mathias e Ursula Hoffbauer.

Registra-se Maria Charlotte Hoffbauer, nascida em 29.09.1722, Guetersloh, Westphalen, Prussia; filha de Peter Friedrich Hoffbauer e Maria Hoffbauer.

Registra-se Peter Friedrich Hoffbauer, nascido em 07.01.1698. Guetersloh, Westphalen, Prussia; filho de Johann Stephan Hoffbauer, nascido em 1673 e falecido em 1750. Casou-se em 1720 com Maria Hoffbauer e teve os seguintes filhos: Maria Charlotte Hoffbauer nascida em 29.09.1722; Catharina Louise Hoffbauer nascida em 1724; Johann Friedrich Hoffbauer nascido em 1726;Margareth Charlotte Hoffbauer nascida em 1728; Otto Friederich Hoffbauer nascido em 1731 e Johann Ludewig Hoffbauer nascido em 1733.

Registra-se Maria Barbara Hoffbauer, nascida em 13.11.1705, Gmuend, Niederoesterreich, Áustria; filha de Mathias e Ursula Hoffbauer.

Registra-se Notburga Hoffbauer, nascida em 1896, Babensham, Alemanha e falecida em 1944 durante a Segunda Guerra Mundial. Teve um filha: Elisabeth Hoffbauer, nascida em 1912 e falecida em 1994, Babensham, Alemanha.

Registra-se Georg Hoffbauer, nascido em 14.04.1648, Höhenberg, Lower, Áustria.

Registra-se Francisca Hoffbauer, nascida em 1855, Bohemia, Áustria; casou-se em 1877 no Brasil com Jorge Keppel. Teve um filho: José Keppel.

Registra-se Beata Louise Hoffbauer, nascida em 18.03.1786, Alemanha; filha de Franz Hoffbauer e Maria Elisabeth Bader. Não teve filhos. Seus irmãos foram: Johann Friedrich Hoffbauer nascido em 1776 e falecido ainda criança; Christiana Charlotte Hoffbauernascida em 1778; Johann Friedrich Hoffbauer nascido em 1780; Carl Wilhelm Hoffbauer nascido em 1782; Hanna Charlotte Hoffbauer nascido em 1784 e Christian Heirich Hoffbauer nascido em 1788.

 




Genealogia: Afrânio Mello fornece informações sobre as familias Carvalho, Silva e Teles

Afrânio Franco de Oliveira Mello – ATENDIMENTOS NÚMEROS 583, 584  e 585

 

Cara Fernanda, bom dia.

Em atenção a sua solicitação envio os arquivos  e mais o do sobrenome SILVA de seu nome.

Espero que encontre referências aos seus avós nas cidades por você citadas.

 

Carvalho……………………….  22 páginas e 4 brasões ;

Silva…………………………….   35 páginas e 3 brasões e

Teles/Telles…………………    07 páginas e 2 brasões.

 

Abaixo um pequeno resumo de cada sobrenome tirado do arquivo principal.

Você verá as Linhas Africanas, de Cristãos Novos e divesas associações com outros sobrenomes.

Curiosidades jornalísticas da época da chegada ao Brasil, Pessoas queimadas pela Inquisição , títúlos

de nobreza, Morgados e profissões.

 

Tem 64 páginas com muitos nomes para você pesquisar.

Espero que encontre as referências familiares.

 

Afrânio Franco de Oliveira Mello
IHGGI / ROL – Jornal Região On Line

 

clip_image002   clip_image004Carvalho,

sobrenome de origem portuguesa.  Apelido de raízes toponímicas, foi extraído da vila da mesma designação, na diocese de Coimbra, e adotado por Gomes de Carvalho, que viveu em meados do séc. XIII, e que foi pai de Fernão Gomes de Carvalho.

Usava este último por armas em inícios do séc. XIV um escudo carregado por uma caderna de crescentes.

No séc. XVI, de acordo com o Livro do Armeiro-Mor e o “da Nobreza e Perfeição das Armas”, usavam as armas que aqui se descrevem.

A origem geográfica, foi tomada ao antigo morgado de Carvalho, em terras de Coimbra, Portugal. De carvalho, do latim quercus – árvore, planta (Anuário Genealógico Latino, IV, 19). A antigüidade desta família pode ser constatada em uma doação feita ao mosteiro de Lorvão em 1131, assinada porPelagius Carvalis, senhor de toda a terra em que hoje está o morgado de Carvalho, instituído por seu neto D. Bartolomeu Domingues. Deste morgado foi administrador Sebastião José de Carvalho e Melo, primeiro marquês de Pombal, por eleição do Senado da cidade de Coimbra (Antenor Nascentes, II, 66; Anuário Genealógico Latino, I, 25; SB, II, 43). Portugal: Felgueiras Gayo, principia esta genealogia no citado Pelagius Carvalis [ou Payo de Carvalho], que foi o primeiro com este sobrenome, Fidalgo ilustre do tempo de Dom Afonso Henriques, rei de Portugal em 1128, com quem confirmou o foral da Vila de Cea em 1136. Filho de Moninho Moniz, Padroeiro do Mosteiro de Arnoia, neto de D. Garcia Moniz, Padroeiro de Travanca, bisneto de D. Moninho Viegas e terceiro neto de D. Gonçalo Moniz, Gov. d’Entre Douro e Minho (Gayo, Carvalhos, Tomo IX, Título, 80). Ilha da Madeira: o genealogista Henrique Henriques de Noronha , em sua importante obra Nobiliário Genealógico das Famílias da Ilha da Madeira, composta em 1700, dedicou-se ao estudo desta família [Henriques de Noronha – Nobiliário da Ilha da Madeira, Tomo II, 218, 223, 227].Brasil: Numerosas foram as famílias, que passaram com este sobrenome para diversas partes do Brasil, em várias ocasiões. Não se pode considerar que todos os Carvalhos existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adotaram este sobrenome pela simples razão de ser de origem geográfica, ou seja, tirado do lugar de Carvalho.

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clip_image002[3]   clip_image002[4] Silva,

nome luso-espanhol de raízes toponímicas, foi extraído da torre em honra desta designação, junto de Valença. A linhagem que o adotou como sobrenome é de remotas e nobres origens, pois que anteriores à fundação da Nacionalidade e derivada da Casa Real de Leão. O sobrenome é de origem geográfica, pelo menos, para os que não são de sangue azul. Os Silva nobres são descendentes dos Silvio Romanos.

João Ruiz de Sá, a propósito dos Silva diz: “ Forão seus progenitores / rreys Dalva, donde vyeram / os irmãos que nõ couberão / nu soo rreyno dous senhores” o mesmo João Ruiz de Sá, no ofertório, ao Conde de Porto Alegre, da epístola de Dido e Enéias diz “ Eneas de quem a gente / dos de Sylvia he descendente / como é outra parte digno. “

Obs: escrita em português arcaico.

 

 

Virigilio na Eneida VI, 763-6, se refere a Silvio, filho póstumo de Enéias com lavinia, crescido e educado nas florestas. Tito Livio dá versão diferente. Apresenta Silvio como filho de Ascânto e por acaso nascido numa floresta.

Da palavra “Silva”, nome comum a vários arbustos. Procede esta famílias dos Silvios Romanos que viveram na Espanha, no tempo em que os Romanos a conquistaram. Seu solar é a torre de Silva, junto ao rio Minho, Portugal. Descendem de Paio Guterre, os Silva de Portugal, no tempo de Dom Afonso Henriques, 1º rei de Portugal, falecido em 1185, e que era filho de Dom Guterre Aldiretee, descendente dos reis de Leão e companheiro do Conde Dom Henrique de Borgonha.

No Império Romano, o nome era um apelido que designava os habitantes das cidades provenientes da selva. No século I a.C., quando os romanos invadiram a Península Ibérica, muitos lusitanos acabaram incorporando a alcunha. Quinze séculos depois, quando chegaram ao Brasil, grande parte deles tinha o sobrenome Silva. Sua difusão acabou sendo incrementada pelos escravos, que chegavam aqui apenas com um nome, escolhido por padres durante as viagens nos navios negreiros. Com a abolição da escravatura, eles passaram a se registrar com o sobrenome dos seus antigos donos.

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clip_image002[5]Teles , Telles,

originalmente o patronímico de Telo, haverá pois inúmeras famílias que o adotaram por apelido. Duas, no entanto, começaram a fazê-lo bem cedo, ambas a partir do tronco dos Meneses e descendentes de D. Telo, dos «de Meneses»: os Teles de Meneses e dos Teles da Silva.

 

De origem patronímica – o filho de Telo. Conforme o espanhol Telles, patronímico de Tello. Da baixa latinidade Tellici, de Tellus. Tellici – documentado em 1026; Tellizi, documentado em 1055, tellis, doc. em 1043 (Antenor Nascentes, II, 293). Muita gente que é da família dos Telles […] se apelida Tello. É um erro. Tello é nome próprio, e Telles, patronímico; por conseqüencia Telles significa filho, ou da família (descendente) de Tello. Se este nome é nobre, por que não há de ser o sobrenome? [Pinho Leal -Diccionário, II, 95]. Assim como os demais patronímicos antigos – Eanes, Fernandes, Henriques, etc – este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território. Antiga família da Bahia, do tempo de sua colonização, que principia em Rafael Teles, nat. da Ilha da Madeira, filho de Antonio Fernandes de Abreu e de Maria de Gouveia. Deixou geração de seu cas., em 06.01.1583, Salvador (BA), com Maria Rangel, filha de Miguel Ribeiro e de Maria Vilela, pessoas opulentas em cabedal (JB, 370). Sobrenome de antiga família de origem portuguesa, estabelecida no Rio de Janeiro, para onde passou Manuel Teles, natural da Sé de Faro, Algarve (Portugal), filho de outro Manuel Teles e de Francisca dos Santos. Casado a 22.07.1719, no Rio, com Paula de Barcelos, natural do Rio de Janeiro, neta do capitão de Gregório Nazianzeno da Fonseca [1622-1705] e de Gracia de Barcelos, e descendente de Aleixo Manuel, chefe desta antiga família povoadora da cidade do Rio de Janeiro. Sobrenome de uma família de origem portuguesa, estabelecida no Brasil, onde chegou, em 15.04.1883, Manuel de Jesus Telles, natural de Portugal, procedente de Lisboa, católico, 33 anos de idade, com destino à capital do Estado de São Paulo[Hospedaria dos Imigrantes – São Paulo, Livro 001, pág. 112 – 15.04.1883].

 

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From: Francisca Silva

Sent: Sunday, December 27, 2015 8:21 PM

To: Tintaspig

Subject: Re: Sobrenome Telles e Carvalho

 

Olá Afranio,

Te enviei um email anterior , não sei se recebeu. o yahoo está aparecendo alguns problemas.

 

Francisca

 

Em Sexta-feira, 25 de Dezembro de 2015 19:06, Tintaspig <afranio@tintaspig.com.br> escreveu:

 

Você de onde é????

Em 25/12/2015 6:42 PM, Francisca Silva <franciscah2000@yahoo.com.br> escreveu:

Olá Afranio,

 

Meu nome é Francisca da Silva, o sobrenome de minha mãe é Telles de Carvalho e gostaria de saber a

origem desses dois sobrenomes , sei que o Carvalho de meu avô era de Saquarema/RJ e o Telles de Minha avó do RJ.

 

 

Obrigado.

Francisca da Silva




Artigo de Guaçu Piteri: É Natal!

Guaçu PIteri: É NATAL!

 

 

Natal é a pausa para lefoto-guacumbrar os sentimentos mais nobres esquecidos durante o ano. É amor, alegria e perdão. Mas é, sobretudo, solidariedade. Papai Noel desembarca, realiza sonhos e desaparece. De onde vem ninguém, na comunidade carente, se preocupa em saber. Imagina-se, apenas, que o bom velhinho vive num mundo deslumbrante e esquisito
em que todos os dias são dia de Natal.

A televisão, que eu assistia, chegou junto. As câmeras focalizaram a mulher, sorridente, de semblante desdentado, ao desatar as fitas coloridas para espiar a cesta de natal recheada de mantimentos. Tinha até um frango e um panetone… As lentes espertas das câmeras voltaram-se para o menino, de rostinho inocente, sentado em um canto, na tarefa de desempacotar o seu presente.

Com o coração apertado, sem resistir ao sofrimento e à tristeza, lembei -me da infância, em Osasco, e desliguei a televisão, para não chorar.

Feliz Natal!!!

 




Genealogia: Afranio Mello fornece informações sobre as familias Cordeiro, Cordedo espanho, Navarro e Navarro espanhol

Afrânio Franco de Oliveira Mello: ATENDIMENTOS NÚMEROS 581 E 582

Manuela Cristina, boa tarde

Atendendo sua solicitação encaminho os seguintes arquivos :

Cordeiro……………………. 8 páginas e 2 brasões;

Cordedo espanhol………  1/2 página;

Navarro…………………….   1/2 página e 1 belo brasão em arquivo separado.

Navarro espanhol………   1 1/2 página.

Abaixo um resumo do conteúdo dos arquivos anexados.

Espero que faça um bom proveito dos arquivos enviados.

Grande abraço

Afrânio Franco de Oliveira Mello
IHGGI / ROL – Jornal On Line

 

 

clip_image002Cordeiro,

sobrenome de origem luso-espanhola .Podem os Cordeiros portugueses provir da família castelhana dos Corderos, mas também é provável que usem um nome derivado de alcunha, isto é, de um apelido.

Primitivamente alcunha. De cordeiro, subst. com. Do lat. chordariu, derivado de chordu, tardio em nascer (Antenor Nascentes, II,80). Antiga linhagem, originária de Astúrias. Procede da família Navarro (Anuário Genealógico Latino, I,35; Carrafa, XXVII, 163). Ilha de S. Miguel: o genealogista português Gaspar Fructuoso, em sua História Genealógica de Sam Miguel [Saudadas da Terra], escrita por volta de 1580, dedicou-se ao estudo desta família, em seu Capítulo VII – Dos Teves, e dos Cordeiros, antigos povoadores d´esta Ilha de Sam Miguel, e de alguns Mottas, e no Capítulo XXVII – Dos Benevides leados com os Cordeiros. Teves com os Velhos. E Periras, e com outros appellidos; e dos Rezendes e Almeidas [Gaspar Fructuoso- Saudades da Terra, 66, 219]. Ilha Terceira: sobre a história desta família e sua passagem pela Ilha Terceira, escreveu no ano de 1717, o Padre Antonio Cordeiro, em sua História Insulana das Ilhas a Portugal Sugeytas, Livro VI – Da Real Ilha Terceira, Cabeça das Terceiras, Capítulo XXIV – Da familia dos Cordeyros, & Espinosas [Antonio Cordeiro – História Insulana, Livro VI, Ilha Terceira]. Galiza: o genealogista Frei José S. Crespo Pozo, O. de M., em sua obra Linajes y Blasones deGalicia, dedica-se ao estudo desta família – Cordero [Pozo – Linajes de Galicia]. Brasil: No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, está a de Antônio Cordeiro [c.1625- a.1690], residente em Sarapuí (RJ), que deixou descendência, a partir de 1656, com Luzia de Escórcia [c.1635 – a.1698] (Rheingantz, I,360). Rheingantz registra mais 21 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.

 

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CORDERO – Espanhol.

 

Es linaje que tiene su tronco en Asturias. Viene de muy antiguo según atestiguan, entre otros, los conocidos genealogistas don Juan Alonso de Guerra y Sandoval, caballero de Santiago y Rey de Armas; don Juan Baños de Velasco; don García Alonso de Torres y don Diego de Urbina. Todos se muestran de acuerdo en atribuir a este linaje una procedencia basada en algunos caballeros que acompañaron a don Pelayo a Covadonda, lugar donde le reconocieron como su rey y señor. El primero de este apellido del que se tiene noticia cierta, fue un caballero de la noble casa de los Novares, una de las más nobles y esclarecidas de Asturias, quien era guarda y alcaide de una importante fortaleza, desde la cual se hacía mucho daño a los moros vecinos. Por este motivo, los sarracenos le pusieron sitio y tras varios meses de asedio y librados fuertes combates, cn los que siempre fracasaron, se les ocurrió rendir a los sitiados por hambre. Y esto fue entendido por el alcaide Novares, que quiso darles a entender lo equivocados que estaban, para lo cual ordenó que los dos últimos corderos que les quedaban les fueran entregados a los moros, a fin de mostrarles que la fortaleza estaba bien pertrechada de víveres, para poder continuar resistiendo el asedio. Viendo los moros tal generosidad y como tampoco estaban sobrados de alimentos, entendieron que los del castillo los poseían de sobra, por lo que se determinaron a levantar el sitio, juzgando inútil seguir manteniéndolo. Por esta acción de los dos corderos, el alcaide Novares decidió tomar este apellido que conservaron posteriormente todos sus descendientes. Este linaje poseyó gran número de propiedades, villas, montes y tierras, así como dos castillos que el tiempo se ha ido encargando de demoler. Tuvo también magnífico enterramiento en el convento de Villamayor, del cual fue fundador el señor de la casa de Novares. Otra de las casas nobles de este apellido radicó en Cangas de Tinero, pero todos, unos y otros se consideran descendientes del mismo tronco común de Novares.

ARMAS:
Escudo de gules y un castillo de oro, aclarado en azur, cortado de sinople y dos corderos de plata andantes puestos en palo.

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imageNAVARRO

 

Nome de raízes toponímicas ou derivado de uma alcunha, da família que o adoptou por apelido passou de Espanha ao nosso país um ramo em época indeterminada.

  Armas 

De azul, dois lobos de passantes de ouro; bordadura cosida de vermelho, carregada de oito aspas de ouro. Timbre: um lobo do escudo.

Títulos, Morgados e Senhorios 

Barões de Casa Davalillo

Barões de Sande

Barões de Vila Seca

Condes de Lagoaça

Viscondes da Covilhã

Viscondes da Trindade

Viscondes de Lagoaça

 

Cargos e Profissões

 

Advogados

Deputados

Engenheiros

Ministros

Professores

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NAVARRO ESPANHOL

Su origen, historia y hechos La mayoría de los autores se muestran de acuerdo en que se trata de un apellido aragonés, concretamente de la villa de Ejea de los Caballeros, (Zaragoza). Esta villa fue fundada por los romanos y conocida con el nombre de Egara, del cual, indudablemente, se formó el de Ejea. En el año 1.108, el rey Alfonso I, de Aragón, la conquistó, arrebatándosela a los moros y llamándose por entonces Ejea le añadió al nombre “de los Caballeros”, por haberla poblado de caballeros principales de su ejército. Es aquí, en la referencia que se hace a “caballeros principales”, donde puede encontrarse el origen del apellido Navarro, ya que, según algunos autores, dicho origen provino de un mote, o sobrenombre. Entre los caballeros citados se hallaban varios naturales de Navarra, por lo que eran conocidos como “los navarros”. Se tiene constancia del nombre de uno de ellos, Sancho García que fue uno de los que se establecieron en la citada villa de Ejea de los Caballeros. Es posible que, en los primeros tiempos fuera conocido como, “el navarro”, y que, finalmente, lo añadiera a su nombre, convirtiéndolo en apellido. Esto no tiene nada de extraño, por el contrario, era muy natural en la Edad Media. O bien se añadía el mote o se tomaba como apellido el lugar de la conquista. Un ejemplo de lo dicho lo tenemos en el apellido Carrión, que fue tomado por tal, por aquellos que conquistaron la villa de Carrión y, siendo Condes, la citada villa se convirtió en Carrión de los Condes. Por tanto, la versión, de que siendo el apellido Navarro de origen aragonés, es absolutamente correcta, ya que fue en una villa de la Corona de Aragón, donde radicó su primitivo solar y el tronco del que partieron las diversas ramas que fueron extendiéndose por la Península, y esto no contradice, para nada, la hipótesis de que los primeros que adoptaron este apellido fueron de naturaleza navarra. Que, desde los comienzos, el apellido Navarro, fue de gran nobleza no cabe la menor duda. Aparte de la mención que antes se ha efectuado de “caballeros muy principales”, existen datos que así lo atestiguan: En el año 1.695, el Justicia Mayor de Aragón, dio en Cortes firma posesoria de infanzonía y nobleza en favor de los Navarros establecidos en Ejea de los Caballeros (emplear la J para denominar este lugar, no constituye falta, ya que en la época a la que nos estamos refiriendo así es como se designaba. En época posterior se cambió la J por G, convirtiéndola en Egea de los Caballeros). La infanzonía de los Navarro nacidos en la citada villa fue confirmada por el Justicia Mayor de Aragón, por estimar que eran descendientes de don Miguel Navarro, casado con doña María de Burrea. De esta familia procedió don Ignacio Navarro, vecino de Pamplona, que probó su nobleza en la Real Chancillería de Pamplona, el 22 de diciembre de 1.779. Como se ve, se trata de un personaje de apellido Navarro y que, además, es nacido precisamente en Navarra. Este detalle puede confirmar cuanto se dijo al comienzo sobre el origen del apellido, que, siendo aragonés, en su principio, es decir, en su tronco, fue originario de Navarra. Otros Navarro probaron asimismo su nobleza: entre ellos, como el infanzón, don Manuel Rafael Navarro vecino y empadronado en la villa de Uncastillo, perteneciente ai partido judicial de Ejea de los Caballeros. Caballeros de este apellido lo fueron; don Ignacio y don Javier Navarro Marco que probaron su nobleza para ingresar en la Cofradía de Nuestra Señora del Portillo, de Zaragoza y don Juan José Navarro fue creado Marqués de la Victoria, en 7 de mayo de 1.744. La lista de los miembros que probaron su nobleza y limpieza de sangre ante las órdenes de Santiago, Calatrava, Montesa, Carlos III y Real Compañía de Guardias Marinas, es muy extensa, lo que de muestra la nobleza de los Navarro. En la Real Chancillería de Valladolid también se presentaron numerosas solicitudes a este respecto. Fueron muchos los apellidados Navarro que dedicaron sus actividades al ejercicio de las armas. Dejando aparte a cuantos participaron en la Reconquista, en siglos posteriores muchos de ellos se distinguieron por el valor demostrado en cuantas acciones bélicas tomaron parte. Baste citar un solo ejemplo: Pedro Navarro, nacido en 1.460, fue militar ingeniero que se especializó en la aplicación de minas en el asedio de fortalezas. Participó activamente en todas las campañas de Italia y fue lugarteniente de Cisneros en la expedición africana que culminó con la conquista de Orán. En la guerra de la Liga Santa contra los franceses, cayó prisionero en Rávena (año 1.512) y el rey Francisco I, de Francia, consciente del valor y la inteligencia de Navarro le propuso entrar a su servicio, lo cual fue aceptado. De esta forma, Pedro Navarro se destacó en la toma de Milán y en las batallas de Marignano y Bicoca. Por la misma época, pero dedicado a una actividad absolutamente distinta vivió otro Navarro, Juan, nacido en Marchena, en 1.525, que se hizo famoso como compositor. Fue Maestro de Capilla en Avila, Salamanca, Ciudad Rodrigo y Palencia. En el campo de la política el apellido Navarro se ha destacado también mucho: Juan Navarro Reverter, (1844-1924) Ministro de Hacienda por el partido conservador de Cánovas del Castillo, aunque más tarde y muerto éste, fue de nuevo Ministro, pero ahora por el partido liberal, al que se pasó al no aceptar la jefatura del partido conservador por parte de Silvela. Carlos Navarro Rodrigo, también político, que colaboró con el General O’Donell durante el período de la Unión Liberal y formó parte de la Junta Revolucionaria que se constituyó en Madrid tras la Revolución de 1.868. Diputado a Cortes, fue posteriormente Ministro de Fomento en los Gobiernos formados por Sagasta. En el campo de la literatura, aparece también el apellido Navarro en la persona de Francisco Navarro Villoslada, nacido en 1.818. Partidario de la causa carlista, llegó a ser secretario del pretendiente don Carlos. En el año 1.860 fundó un periódico, “El Pensamiento Español”, que se convirtió en el paladín de las causas católicas y tradicionales. Conoció la cárcel, porque fue encarcelado por orden de Ruiz Zorrilla. Ya en libertad, escribió su primera obra, “Luchana”, y tras de ésta, evolucionado su pensamiento político, compuso una serie de novelas históricas del género romántico. Su obra más célebre constituye sin duda “Amaya o los vascos en el siglo VIII”, que, además, fue la mejor de cuantas escribió. En lo que se refiere a la difusión del apellido Navarro en América, cabe citar a Gustavo Navarro, notable escritor boliviano, nacido en 1.898, cuya novela más conocida es la que lleva por título “Suetonio Pimienta”; Manuel Navarro Luna, también escritor, de nacionalidad cubana, nacido en 1.894. Escribió en varias revistas con un estilo de protesta social característico de todas sus obras, de las más conocidas es “Los Pasos del Hombre”. El apellido Navarro trae como armas las siguientes: En campo de azur, dos lobos de oro. Bordura de gules con ocho aspas de oro.

 

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From: Manuela Cristina

Sent: Monday, December 21, 2015 7:57 PM

To: afraniomello@itapetininga.com.br

Subject: Famílias Cordeiro,Nevares e Navarro

 

Olá Afrânio,
Queria saber mais sobre a família Cordeiro da cidade do Brejo da Madre de Deus-PE, pesquisei em muitos sites uns diziam que ela é oriunda da família Nevares e outras da família Navarro, peço também informações sobre essas duas famílias.




Genealogia: Afrânio Mello fornece informações sobre a familia Mebius

Afranio Franco de Oliveira Mello – ATENDIMENTO NÚMERO 580

Caro Hélio Rubens, boa tarde.

 

Atendendo sua solicitação sobre a pesquisa do sobrenome do prof.Dagoberto Mebius

encaminho a mesma, sendo esta de origem holandesa. Encontrei uma outra referência

que era de origem húngara.

 

É um arquivo pequeno com apenas duas páginas e um brasão muito bonito.

Envio o brasão em arquivo separado para ser feito um quadro.

 

Favor encaminhar ao Professor pois não tenho o seu endereço.

Demorou um pouco. Um amigo meu Genealogista encontrou e me passou e repasso para

vocês.

 

clip_image002Mebius,

sobrenome de origem holandesa. Vem do latim Mebius que significa tempo no sentido de clima. Originou-se Mebio em italiano.

 

Registra-se Peter Keijzer Mebius, nascido por volta de 1680, Friesland, Holanda. Do seu casamento teve os seguintes filhos: August Matthias Mebius, nascido em 1707 e falecido em 1781, casou-se com Wemelia Johannes Wielinga (*1706 e ƚ 1738), Friesland, Holanda. Ausgust Matthias Mebius teve os seguintes filhos: Johannes Mebius, nascido em 1742 e falecido em 1810, casou-se com Hitje Emmena em 1766, ela nascida em 1747;Anna Christine Mebius, nascida em1744 e Dieuwke Mebius, nascida em 1746. Johannes Mebius teve os seguintes filhos: Wemelia Augusta Mebius, nascida em 1778 e falecida em 1857, casou-se com Hendrik Cannegieter (*1773 e ƚ 1830) em 1795 e Paulus Johannes Mebius, nascido em 1769 e falecido em 1838, casou-se com Christina Fontein (*1773 e ƚ 1822) em 1806 e tiveram os seguintes filhos: Johannes Mebius, nascido em 1807 e falecido em 1826 e Anna Mebius, nascida em 1812 e falecida em 1831.

Theodorus Ernestus Mebius, nascido em 1721 e falecido em 1757, casou-se com Froukje Engelsma (*1723 e ƚ 1807) em 1748, Friesland, Holanda. Teve os seguintes filhos: Jacobus Engelsma Mebius, nascido em 1749 e falecido em 1838, casou-se com Elisabeth Wybes (*1750 e ƚ 1800) em 1775. Teve os seguintes filhos: Theodorus Engelsma Mebius, nascido em 1779 e falecido em 1844, casou-se com Froukje Jennes Wagenaar (*1787 e ƚ 1844) em 1807. Teve os seguintes filhos: Jacobus Engelsma Mebius, nascido em 1808 e falecido em 1879, casou-se com Dirkje Annes Prins (*1805 e ƚ 1843) em 1838. Teve os seguintes filhos: Theodorus Ernestus Mebius, nascido em 1838 e falecido em 1889, casou-se com Antje Sybes Houtsma  (*1839) em 1866. Teve os seguintes filhos: Jakobus Mebius, nascido em 1867, casou-se com Dirkje Dijkstra em 1896 (tiveram dois filhos: Cornelia Mebius, nascida em 1898 e falecida em 1922, casou-se com Taeke Poelsma em 1918 e Antje Mebius nascida em 1900); Tietje Mebius, nascido em 1870 e falecido em 1922, casou-se em 1895 com Tjipke Sybesma; Sjibe Mebius, nascido em 1875 e falecido no mesmo ano ainda bebê; Sjibe Mebius, nascido em 1878 e falecido em 1879.

Registra-se Johannes Wjibo Mebius, nascido em 27.04.1827 e falecido em 24.04.1882, Reitsum, Friesland, Holanda; filho de Wjibo Mebius e Johanna Christina Russing; casou-se com Tetje Kluken em 1860. Teve os seguintes filhos: Wjibo Mebius, nascido em 16.10.1861 e falecido em 27.01.1934, Neetjie Mebius, nascida em 09.07.1863 e falecida em 23.04.1890, Klaas Mebius, nascido em 27.02.1866 e falecido em 06.04.1913 eTheodorus Mebius, nascido em 11.09.1868 e falecido em 13.11.1930.

 

Registra-se Petrus Bartholomeus Mebius, nascido 01.04.1811, Rottevalle, Friesland, Holanda; filho de Wjibo Mebius e Johanna Christina Russing. Tem outros irmãos: Elisabeth Mebius, nascida em 10.08.1813, Jelsum, Friesland, Holanda; Cornelia Jacoba Mebius, nascida em 09.09.1816, Jelsum, Holanda e falecida em 25.03.1843; Jakobus Mebius, nascido em 19.08.1818, Jelsum, Holanda; Froukje Mebius, nascida em 17.04.1820 e Isaacus Cornelius Mebius, nascido em 27.06.1822, Jelsum, Holanda e falecido em 1874.




Artigo de Celso Lungaretti: 'A saída, onde está a saída?'

Por Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia.: A ÚNICA PROPOSTA CAPAZ DE UNIR O POVO BRASILEIRO: UMA NOVA ELEIÇÃO!!!

 

Cálculos mesquinhos e falta de grandeza de parte a parte deverão causar sofrimentos terríveis ao povo brasileiro em 2016 e sabe-se lá até mais quando.

De um lado temos um governo totalmente sem propostas, semeando ilusões como a de que ainda se possa fazer ajuste fiscal sem grandes sacrifícios, quando até as pedras da rua sabem que eles serão imensos e resta decidirmos quem pagará a parte maior da conta, se os explorados e excluídos ou os exploradores e parasitas. Joaquim Levy ia na primeira direção e nada do que foi dito nos últimos dias indica intenção de adotar-se  postura oposta, qual fosse a de ir atrás dos favorecidos de sempre.

A presidente está exaurida e desmoralizada, praticamente já não governa mas obstina-se em não ser derrubada, mesmo que para tanto recorra às práticas mais constrangedoras da politicalha fisiológica e arraste para a avacalhação total os outros poderes da República.

Do outro lado encontramos uma oposição que, discurseira à parte, está mais para outra face da mesma moeda (os antigos rivais hoje são ingredientes da mesmíssima geleia geral ou partes do mesmo saco de farinha, descaracterizados e cínicos). E só não dá o xeque-mate no governo agonizante porque está preocupada demais com os ganhos que obterá no day after.

Se esquecesse o impeachment e centrasse fogo na cassação da chapa presidencial pela Justiça Eleitoral, uniria o Brasil, criando uma onda irresistível em favor da alternância no poder.

Boa parte dos que votaram em Dilma está ciente de haver sido lograda. Também, pudera! Foi o pior estelionato eleitoral da democracia brasileira em todos os tempos…

Detesta Dilma, adoraria vê-la pelas costas, mas desconfia muito de Temer; com inteira razão, nos dois casos. Daí a disparidade chocante entre o percentual de brasileiros que a rejeitam e o número dos que vão à rua protestar contra ela.

Isto e a tradicional passividade do nosso povo. Já propus certa vez que, na bandeira, o lema Ordem e progresso fosse substituído por Manda quem pode e obedece quem tem juízo

Noves fora, a melhor solução para virarmos está página deplorável da nossa História e termos uma chance de começar a sair da recessão em 2017 (o ano que vem está além de qualquer possibilidade de salvação, lamento!) seria uma nova eleição, caso Dilma e Temer perdessem o mandato.

Na qual o PT, tendo Lula como provável candidato, ficaria sabendo se ainda está na vanguarda do processo de transformação da sociedade brasileira ou dissociou-se do Brasil pujante. A última eleição fez suspeitar que esteja em franca decadência, encabrestando os grotões do atraso como fazia a ditadura militar em seus estertores.

Na qual o PSDB teria a sonhada chance de voltar ao poder e herdar… a inglória tarefa de ajustar as contas públicas, conforme exige o poder econômico. Tudo leva a crer que, assim procedendo, chegaria tão desgastado a 2018 como Dilma está agora. Com tendência a não voltar a ganhar eleições presidenciais por um bom tempo, como deverá acontecer doravante com o PT.

Na qual a Marina poderia fazer campanha sem ser falsamente acusada de cúmplice dos banqueiros, pois a promiscuidade de Dilma com Luís Carlos Trabuco, o presidente do Bradesco, foi simplesmente pornográfica para qualquer esquerdista. Se tiverem o mínimo de simancol, os propagandistas do PT doravante não voltarão a bater nessa tecla, nem com Marina, nem com ninguém…

Na qual, e isto é o mais importante, as políticas de direita tenderiam a ser defendidas pela direita, enquanto a esquerda teria de reassumir-se como esquerda, até por uma questão de sobrevivência.

Nós, os revolucionários, temos de reaprender a dar o justo peso à política oficial: a Presidência da República, sob a democracia burguesa, para nós tem eventualmente serventia tática, mas não é, nem de longe, nosso objetivo estratégico.

Se ajudar a alavancar a revolução, vale, sim, a pena obtê-la e tentar conservá-la… enquanto nos estiver sendo útil.

Se, pelo contrário, nos atrapalha em nossos objetivos maiores e coloca o povo contra nós, como está acontecendo neste instante, devemos abrir mão dela sem nenhum remorso, recuando para nos reagrupar. O velho um passo atrás para poder dar dois adiante do Lênin.

Precisamos, isto sim, ter sempre povo ao nosso lado, pois nada seremos se estivermos representando apenas interesses mesquinhos, como fazem os políticos profissionais. Quanto aos palácios do governo, podemos sobreviver tranquilamente fora deles!

Isto, claro, no caso dos que ainda colocamos a revolução como prioridade suprema. Dos que estão aburguesados e hoje se agarram com furor desmedido aos privilégios e boquinhas, nada mais podemos esperar. Passaram para o outro lado, tenham ou não autocrítica suficiente para admitirem isto.

 

 

 

 

O NATAL COMO CELEBRAÇÃO DO TEMPLO E DE SEUS VENDILHÕES. E A ALTERNATIVA.

 

Por Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia.

O que o mundo realmente celebra no Natal? A saga de um carpinteiro que trouxe esperança a pescadores e outras pessoas simples de um país subjugado ao maior império da época.

Os primeiros cristãos eram triplamente injustiçados: economicamente, porque pobres; socialmente, porque insignificantes; e politicamente, porque tiranizados.

Jesus Cristo nasceu três décadas depois da maior revolta de escravos enfrentada pelo Império Romano em toda a sua existência.

As mais de seis mil cruzes fincadas ao longo da Via Ápia foram o desfecho da epopeia de Spartacus, que, à sua maneira rústica, acenou com a única possibilidade então existente de revitalização do império: o fim da escravidão. Roma ganharia novo impulso caso passasse a alicerçar-se sobre o trabalho de homens livres, não sobre a conquista e o chicote.

Vencido Spartacus, não havia mais quem encarnasse (ou pudesse encarnar) a promessa de igualdade na Terra.

 
Spartacus morto, Roma decaiu.

Jesus Cristo a transferiu, portanto, para o plano místico: todos os seres humanos seriam iguais aos olhos de Deus, devendo receber a compensação por seus infortúnios num reino para além deste mundo.

Este foi o cristianismo das catacumbas: a resistência dos espíritos a uma realidade dilacerante, avivando o ideal da fraternidade entre os homens.

Hoje há enormes diferenças e uma grande semelhança com os tempos bíblicos: o império igualmente conseguiu neutralizar as forças que poderiam conduzir a humanidade a um estágio superior de civilização.

A revolução é mais necessária do que nunca, mas inexiste uma classe capaz de assumi-la e concretizá-la, como o fez a burguesia, ao estabelecer o capitalismo; e como se supunha que o proletariado industrial fizesse, edificando o socialismo.

AS AMEAÇAS DE CATÁSTROFES 

E O FANTASMA DO RETROCESSO

O fantasma a nos assombrar é o do fim do Império Romano: ou seja, o de que tal impasse nos faça retroceder a um estágio há muito superado em nosso processo evolutivo.

O capitalismo hoje produz legiões de excluídos que fazem lembrar os bárbaros que deram fim a Roma; não só os que vivem na periferia do progresso, mas também os miseráveis existentes nos próprios países abastados, vítimas do desemprego crônico.

E as agressões ao meio ambiente, decorrentes da ganância exacerbada, estão atraindo sobre nós a fúria dos elementos, com conseqüências avassaladoras. Décadas de catástrofes serão o preço de nossa incúria.

No entanto, como disse o grande jornalista Alberto Dines, “criaturas e nações cometem muitos desatinos, mas na beira do abismo recuam e escolhem viver”.

Se a combinação do progresso material com a influência mesmerizante da indústria cultural tornou o capitalismo avançado praticamente imune ao pensamento crítico e à gestação/concretização de projetos alternativos de organização da vida econômica, política e social, tudo muda durante as grandes crises, quando abrem-se brechas para evoluções históricas diferentes.

Temos pela frente não só a contagem regressiva até que as contradições insolúveis do capitalismo acabem desembocando numa depressão tão terrível como a da década de 1930, como a sucessão de emergências e mazelas que decorrerão das alterações climáticas.

O sofrimento e a devastação serão infinitamente maiores se os homens enfrentarem desunidos esses desafios. Caso as nações e os indivíduos prósperos venham a priorizar a si próprios, voltando as costas aos excluídos, estes morrerão como moscas.

O desprendimento, em lugar da ganância; a cooperação, substituindo a competição; e a solidariedade, ao invés do egoísmo, terão de dar a tônica do comportamento humano nas próximas décadas, se as criaturas e nações escolherem viver.

E há sempre a esperança de que os mutirões criados ao sabor dos acontecimentos acabem apontando um novo caminho para os cidadãos, com a constatação de que, mobilizando-se e organizando-se para o bem comum, eles aproveitam muito melhor as suas próprias potencialidades e os recursos finitos do planeta.

Então, para além deste Natal mercantilizado, que se tornou a própria celebração do templo e de seus vendilhões, vislumbra-se a possibilidade de outro. O verdadeiro: o Natal cristão, dos explorados, dos humilhados e ofendidos.

Se frutificarem os esforços dos homens de boa vontade.

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