Sergio Diniz da Costa: 'Insônia, Mussorgsky e Durrenmatt'

Sergio Diniz da Costa

 Insônia, Mussorgsky e Dürrenmatt

Modest Mussorgsky (1839 – 1881)

Sou um insone inveterado, como já declinei em outra crônica desta revista.* E, como tal, nas infindáveis horas de vigília, nas madrugadas, as minhas opções são assistir a filmes ou escrever.

Filmes em geral, porém ─ e infelizmente –, apresentam excesso de violência. Uma péssima companhia para conciliar o sono! E, de violência em violência, gasto as pilhas do meu controle remoto, trocando de canais.

A saída, nesse caso, é buscar algum canal com músicas. Preferentemente, de qualidade. E, na TV paga, deparo-me com o canal Arte 1.

São quase 3h da manhã e uma agradável e saudosa surpresa: no Arte1 In Concert, uma orquestra executa a peça Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, um compositor e militar russo, nascido em 21 de março de 1839, em Toropets, Rússia, e conhecido por suas composições sobre a história da Rússia medieval, que me transporta ─ emocionado ─ para o ano de 1975, quando então, com 18 anos de idade, participava do teatro amador de Sorocaba, sendo membro do Grupo TEMA (Teatro Moderno de Amadores), sob a direção de Moisés Miastkowosky, um dos diretores mais importantes do teatro moderno brasileiro que, infelizmente, em 2014 cumpriu sua missão terrena.

Friedrich Dürrenmatt  (1921 – 1990)

E, nesse transporte temporal, revejo um jovem aprendiz de teatro, encenando a peça A Pane, do autor e dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt (Konolfingen, 5 de janeiro de 1921), um proponente do teatro épico, cujas peças, mais do que propiciarem simples diversão passiva, implicavam um debate teórico. Essa peça, na verdade, um conto, publicado em 1955, apresenta uma alegoria da Justiça como cena teatral e induz a conclusões desorientadoras.

Nele, o carro de um caixeiro-viajante (Alfred Traps) quebra no meio da estrada e ele é obrigado a procurar auxílio num pequeno vilarejo, onde acaba decidindo pernoitar. Como a estalagem está lotada, recorre a um velho juiz aposentado que aluga quartos em sua casa. Durante o jantar, um verdadeiro banquete para o qual também foram convidados três outros velhos amigos do anfitrião, ao caixeiro-viajante é proposto um jogo: participar como réu da encenação de um julgamento em que os quatro velhos aposentados interpretarão as suas antigas funções de juiz, promotor, advogado de defesa e carrasco. E, no meio de uma verdadeira orgia gastronômica, Traps se julga verdadeiramente autor de um crime que não cometera, o que o leva ao suicídio.

A peça, com figurino e cenário riquíssimos, foi emoldurada por Mussorgsky, com Quadros de uma Exposição, uma suíte escrita para piano, em junho de 1874, que descreve, em metáforas, um passeio em uma exposição de quadros, e foi composta como uma homenagem do compositor a um amigo falecido em 1873, o arquiteto e pintor Viktor Hartmann, cujos quadros  estavam expostos numa galeria de São Petersburgo.

Essa peça, de certa forma, induziu-me a seguir a carreira advocatícia. E, depois de trabalhar por 12 anos como técnico químico, nela ingressei e permaneci por pouco mais de duas décadas, imaginando que poderia defender muitos Alfred Traps, das ciladas que algumas pessoas impõem a outras.

O advogado de Traps – na peça – não conseguiu absolvê-lo, o que o levou ao suicídio. Da minha feita, os anos me fizeram constatar que eu fui um Dom Quixote, lutando contra os moinhos de uma Justiça excessivamente formal, lenta, desaparelhada. Ao contrário de Traps, todavia, não me suicidei; aposentei-me e encerrei a carreira jurídica para, a partir de então, abraçar, plenamente, a carreira literária.

Hoje, sou outro tipo de Dom Quixote. Todavia, ao contrário do personagem de Cervantes, não luto contra moinhos de vento; luto contra uma tela em branco que, muitas vezes, recusa-se a ser preenchida por letras pretas e ideias coloridas. Até que, de repente, no meio da madrugada, Mussorgsky e Dürrenmatt me livram dessa pane inspiratória e me levam para visitar os quadros de uma exposição.

* O que eu vim fazer neste mundo?

(Revista Bemporto. Edição de maio/ 2015)




Rogerio Sardela entrevista Luiz Mendes

Rogério Sardella: ‘Por Onde Anda Luiz Mendes?’

(por Rogério Sardella)

12884534_1550468975250676_1267135849_nLonge dos microfones enquanto negocia seu retorno, Luiz Mendes conta que a carreira de radialista surgiu após a sugestão de uma psicóloga. Entre vários assuntos, ele falou sobre a luta de sua mãe para educá-lo, o acidente que sofreu quando trabalhava em ferrovias, sua experiência em rádios comunitárias e também sobre política partidária

 

Iniciada em nossa edição anterior, a série Por Onde Anda?, reserva muitas entrevistas para o leitor mais top da cidade, afinal, o objetivo é, além de homenagear, surpreender e emocionar o público, resgatando para nossas páginas histórias com pessoas que marcaram época em diferentes segmentos.

Conhecido pelo bordão ‘deixe de lero-lero, é samba que eu quero’, Luiz Antonio Mendes recebeu a Revista Top da Cidade/ROL – Região On Line -, em sua residência, localizada não muito longe do centro de Itapetininga.

Aos 60 anos e ainda conservando jeito de menino, nosso entrevistado comentou ter nascido em São Paulo no dia 20 de dezembro, onde morava com seus pais, Terezinha de Jesus Rodrigues Mendes e Luiz Gonzaga Mendes. Aos cinco anos veio residir em Itapetininga, com sua mãe, na casa de seu tio José, após a separação, sendo ele o único filho dessa relação.

Vila Santana foi o bairro em que Mendes passou praticamente toda a sua existência, incluindo fases como infância, adolescência e adulta.

Emocionado, ele citou com orgulho sobre a luta da mãe, que trabalhava como doméstica em casas de família para poder educá-lo e que chegou até mesmo a passar fome. A mãe trazia comida das casas das patroas para alimentar Luiz e a irmã Rita de Cássia. Os dois também se alimentavam na Legião da Boa Vontade, que ficava na Dr. Lobato.

Na vida escolar frequentou inicialmente a EE Sebastião Pinto, passando posteriormente para a EE Major Fonseca e na EE Prof. Abílio Fontes concluiu o Ensino Médio. “Gostaria de ter feito Jornalismo. É um sonho ainda não realizado”, revelou o entrevistado.

Ainda na infância, morou nas vilas Piedade e Rosa, procurando ajudar a mãe vendendo bananas, biju e foi engraxate no Mercado Municipal.

O trabalho na linha ferroviária estaria mesmo traçado em sua trajetória, tanto que aos 14 anos já era aprendiz, através do Curso de Formação de Transportes, quando entre 1969 e 1970, aconteceu a mudança da Sorocabana para Fepasa. Aprendeu o ofício de maquinista e aposentou-se como técnico de segurança patrimonial.

Luiz Mendes falou sobre o acidente que sofrera aos 30 anos, em São Paulo, passando por diversas avaliações médicas. Foi durante uma sessão com uma psicóloga, ao fazer uma careação sobre os fatos, ouviu dela que não deveria ficar tão triste e deprimido como estava, pois tinha um potencial muito grande na voz, podendo pensar em desenvolver algo como cantor ou locutor.

Mendes conta que a partir daquele momento passou a pensar seriamente na possibilidade de explorar a voz e que através do amigo Simas, também conhecido como Marapé (da dupla Morandi & Marapé), acabou conhecendo durante um festival sertanejo a dupla Joaquim & Manoel. Para a sua sorte, a pessoa que fazia as narrações comerciais do evento havia faltado, quando Mendes acabou encontrando a oportunidade de se apresentar publicamente, tendo Joaquim gostado de seu timbre de voz e posteriormente o levou para gravar na rádio Iguatemi mensagens publicitárias do programa Joaquim & Manoel. “Ali comecei a descobrir o mundo mágico do rádio, comecei a imaginar a minha voz saindo de um aparelho para milhares de pessoas”, recorda-se, comentando ter recebido muitos incentivos e que fez curso de radialista em São Paulo e continuou sendo ferroviário, até que em 1990, já casado, retornou para Itapetininga com a família, onde a trajetória no rádio continuaria.

Afastado de sua função de maquinista e trabalhando no escritório da Fepasa, através de um primo, surgiu para Mendes a oportunidade de fazer plantão esportivo para a Rádio Clube, onde tudo começou.

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Recorda-se Luiz que após um desentendimento com o sonoplasta Lobão, conversou com o diretor comercial e resolvera deixar a emissora, até que um dia encontrou passando pela linha férrea o radialista Moacyr Oliveira, o qual comentou que Valter Nakan estava sobrecarregado na Difusora e que deveria ir para lá, onde foi apresentado ao empresário José Abrão.

Já na nova casa, começou a apresentar o programa esportivo da faixa das 18 horas, dividindo o espaço com Valter Nakan e Toninho Sales, além do plantão esportivo aos finais de semana, bem como o Domingo Esportivo Musical.

Durante a entrevista, Luiz Mendes citou com saudosismo o nome de cada colega de trabalho que se lembrava, como Fernando Leonel, Carlinhos José, Cidinha Moura, Paula Guarnieri, Valmor, Cristofer, José Augusto (Berimbelo), João Francisco, Brandão Filho, entre outros. “Aprendi muito, inclusive com os operadores de som. Nessa profissão temos que ter muita humildade”, enfatizou.

Contou Mendes que quando morava em São Paulo, o estilo musical que predominava nas paradas de sucesso era o pagode, como Raça Negra, Negritude Jr., Sensação, entre outros grupos do gênero e que após consenso entre os operadores de som da Difusora, inseriram o estilo no plantão esportivo.

Uma grande mudança ocorreria na vida de nosso entrevistado com a chegada das rádios comunitárias.

“Eu, sem malícia nenhuma, comecei a gravar vinhetas para o César José dos Santos (César Cardoso), que foi o pioneiro no ramo em Itapetininga, com a Educativa FM”, recorda-se Mendes”, que levou bronca de José Abrão, o qual lhe disse que ou ele trabalhava em rádio comercial ou numa pirata. “Não tiro a razão dele. Foi uma lição”, disse Mendes.

“O trabalho no rádio tem que ter dom para poder desenvolvê-lo, e além de tudo acaba-se sendo um formador de opinião”, ensina o radialista, citando como exemplo que já trabalhou para vários políticos e que inclusive apresentou vários comícios, não sendo apenas um locutor de estúdio, mas um apresentador de eventos diversos, não tendo qualquer timidez e interagindo com o público.

Fora da Difusora, Mendes continuou seu trabalho na Educativa FM e lembra-se que naquele período, por volta de 1997, o movimento das rádios comunitárias em Itapetininga era muito grande e que posteriormente foram criadas diversas outras emissoras, tendo ele numa oportunidade viajado num desses movimentos para Brasília pela legalização, chegando a ser processado.

Segundo o radialista, houve uma pausa no rádio e começou a fazer a campanha de políticos como Ricardo Barbará e Roberto Ramalho, além das campanhas dos prefeitos de Campina do Monte Alegre, Eduardo Ribeiro, e de Alambari, Hudson José Gomes, além de ação de vendas em estabelecimentos comerciais de Itapetininga e Região e também cerimoniais diversos.

Luiz Mendes conta que a oportunidade de voltar ao rádio aconteceu após a segunda campanha de Roberto Ramalho, quando voltou para a Rádio Clube, já como Rádio Globo, onde apresentou o programa Manhã da Globo, permanecendo até ano passado. “Comecei a ver que o mundo do rádio tem um elo muito forte com a política. Ou você faz parte do grupo ou não faz”, dispara Mendes, deixando claro que nem todas as emissoras trabalham assim, que existem exceções.

Longe daquilo que mais ama fazer, o radialista reclama da falta de oportunidades e que fez vários contatos com a diretora da Super Difusora, Tuti Abrão Morelli, mas que não houve uma definição e que para ele “pau é pau, pedra é pedra”, que por ele já estaria lá, chegando a dizer que já está ficando “desiludido” com rádio.

luiz mendes 6Embora tenha sido batizado na Igreja Católica, o radialista comenta que também frequenta outras denominações religiosas, não prendendo-se a nenhuma e que procura fazer suas orações em casa também, independente do momento, sempre colocando Deus em primeiro lugar. “Devemos muito e a todo o momento agradecer a Deus, porque um locutor, artista, cantor, existe uma grande dificuldade para trilhar o caminho do sucesso. Tudo isso é um dom que Deus dá. Teve um período em que ainda na Difusora um padre falou para mim que estava começando, que tomasse cuidado e que todos os caminhos têm as suas rosas e seus espinhos, que muitos acabam usando a gente como tijolinho para construir seus palacetes, depois que não serve mais esse tijolinho é descartado como entulho”.

O radialista não esconde a vontade de estar novamente no rádio. “É um sonho. Ainda tenho muito lenha para queimar e agora com muito mais experiência de vida. No rádio estamos sempre aprendendo, agora está muito mais evoluído, diz, ao comparar os equipamentos utilizados nas décadas passadas e os recursos atuais.

Vale lembrar que além da Rádio Iguatemi, Luiz Mendes fez rápida passagem pela Rádio Difusora Oeste, de Osasco, onde também trabalhou seu colega Arlindo Mendes.

“Itapetininga tem que valorizar as pessoas da sua cidade. Infelizmente muitas vezes acontece o contrário”, lamenta Mendes.

Mesmo não estando na ativa, o radialista diz ser impossível deixar de escutar programas, tanto que sintoniza emissoras locais e de outras cidades, sempre procurando aprender mais. Ele explica que existe diferença entre locutor de rádio AM e FM e que descobriu isso durante uma visita numa rádio de Jundiaí, após o locutor daquela emissora ter reconhecido sua maneira de se expressar.

Tendo trabalhado tantos anos em comícios, questionamos se Luiz Mendes já pensou em ser candidato a algum cargo político.

Ele conta ser filiado em um determinado partido e que já recebeu diversos convites, mas que colocou-se à disposição para fazer parte de um grupo, não como pré-candidato. Ele acredita que não basta apenas a carreira de radialista, mas ter um trabalho mais abrangente, social, e acima de tudo saber que a corrida pelo pote de ouro é grande. Para ele, “a política não deixa de ser um jogo, uma pirâmide. Se não tiver dinheiro, dificilmente você será eleito. Sou a favor de o salário do vereador ser salário mínimo. Se eu fosse candidato, uma das bandeiras seria essa”, diz.

Divorciado há doze anos, afirma estar e morar sozinho por opção, ele, que tem seis filhas, sendo duas do primeiro relacionamento com Angela dos Santos (Patrícia e Alessandra), quando o radialista tinha apenas 15 anos e as demais do casamento de 22 anos com Walquíria do Carmo da Silva (Keli, Daiane, Tatiane e Franciele), além de 12 netos.

Perguntado sobre uma voz que admira, Mendes citou que quando era menino ouvia muito Fiori Gigliotti, radialista e locutor esportivo      .

Palmeirense, o radialista tem como frases: “a humildade é a voz silenciosa da razão” e “acreditar que é possível faz a diferença, independente de religião, sabendo que com Deus no coração e através de Deus e seu filho Jesus”.

Para Mendes, “Deus é como o ar que respiramos, uma força que não vemos, mas que está presente em todos os lugares e em todos os momentos”, concluiu.

 

Matéria para a Revista Top da Cidade/ROL – Região On Line

Rogério Sardela

Jornalista

MTB 0070270-SP

Com fotos

Credito: Rogério Sardela/Acervo pessoal




Secretaria de Cultura de Itapetininga lança edital para ocupação de espaço

Artistas de diversos segmentos podem se inscrever para utilizarem o Centro Cultural. Participação gratuita

A Secretaria de Cultura e Turismo de Itapetininga está lançando um edital de ocupação do Centro Cultural e Histórico ‘Brazílio Ayres de Aguirre’, que será direcionado a artistas de diversos segmentos, como músicos, grupos de teatro, artistas plásticos, entre outros.

As inscrições estarão abertas de 25 de abril a 18 de maio e deverão ser feitas na Escola Livre de Música Municipal, das 9h às 16h. Ao se inscrever, os interessados devem apresentar material artístico, release e documentos pessoais. Lembrando que as inscrições são gratuitas. O cronograma será feito pela Secretaria e apresentado a público em junho.

O Espaço do Centro Cultural deve ser utilizado sobre responsabilidade de cada artista que montará e desmontará sua obra. Esta iniciativa é feita através do ideal de Participação Cultural e entrosamento dos artistas do Município para com o fomento sócio cultural do ambiente. É uma proposta experimental que por objetivo o questionamento do próprio espaço cultural para o artista regional.

Os projetos apresentados serão divulgados às mídias sociais e registrados através do mailing da Secretaria de Cultura e Turismo.

Para mais informações, procure a Secretaria de Cultura, que fica à Rua Saldanha Marinho, 107, Centro. Telefone 3272-3401.




14ª Semana Nacional de Museus terá participação de mais de 1.200 museus

Programação está disponível online e reúne 3.697 eventos em todo o Brasil

MuseuA 14ª Semana Nacional de Museus, que acontecerá entre os dias 16 e 22 de maio de 2016, com o tema Museus e paisagens culturais, terá a participação de 1.236 museus e instituições culturais espalhados pelo Brasil. O Guia da Programação conta com cerca de 3.700 atividades cadastradas em todo o país e já está disponível online na página do Instituto Brasileiro de Museus – Ibram (www.museus.gov.br).

A Semana Nacional de Museus acontece anualmente para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio), quando os museus brasileiros, convidados pelo Ibram, desenvolvem uma programação especial em prol dessa data.  A concertação de programações culturais enfatiza importância da Semana como instrumento de ampliação do acesso à cultura e de visibilidade dos museus.

 

 

 

Números

Número de museus participantes: 1.236

Número de eventos cadastrados: 3.697

Número de estados participantes: 26

Número de cidades participantes: 552

Museus participantes por região

Centro-Oeste: 110

Nordeste: 280

Norte: 67

Sudeste: 509

Sul: 270

 

Sobre o tema

O tema Museus e Paisagens Culturais foi proposto pelo Conselho Internacional de Museus – ICOM, para as comemorações do Dia Internacional de Museus, celebrado em 18 de maio, e para a 24ª Conferência Geral do ICOM, a ser realizada em Milão de 3 a 9 de julho.

Para ilustrar a Semana, o Ibram escolheu uma obra de Candido Portinari: Pipas, 1941. O direito de reprodução foi gentilmente cedido ao Instituto por João Candido Portinari, filho do autor e diretor do projeto.

A composição da obra representa uma paisagem ao ar livre e pipas no céu. Ela sugere uma relação entre território e cultura e, ao mesmo tempo, enfatiza o ambiente como espaço das relações humanas. Os locais externos abrigam comunidades, suas identidades e memórias, sendo, portanto, objetos de atuação do museu quanto a sua preservação, qualificação e dinamização.




'Dia do Choro' é celebrado com concerto especial no Conservatório de Tatuí

Apresentação do Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí traz clássicos de Pixinguinha e outros chorões no sábado, 23

O Dia do Choro, celebrado nacionalmente em 23 de abril, terá homenagem especial no Conservatório de Tatuí – instituição do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura do Estado. Na data, o Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí apresenta-se a partir das 20h, no teatro Procópio Ferreira (rua São Bento, 415), com ingressos vendidos a R$ 12 (R$ 6 meia entrada).

A apresentação contará com composições de alguns dos mais importantes compositores do gênero. Não irão faltar obras de Pixinguinha, cujo aniversário ensejou a data especial, além de outros como Bonfiglio de Oliveira, Zequinha de Abreu e Garoto. O repertório é especialmente selecionado pelo coordenador do grupo, Alexandre Bauab Junior.

Especializado no gênero, Bauab Junior é coordenador da área no Conservatório de Tatuí, uma das primeiras instituições no país a ter o choro como disciplina.

O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em especial do choro. O choro entrou na cena musical brasileira em meados e finais do século 19 e, desse período, se destacam Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana e europeia e era executado principalmente por funcionários públicos, instrumentistas das bandas militares e operários têxteis. Segundo José Ramos Tinhorão, o termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia. O século 20 traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha.

Alfredo da Rocha Vianna Júnior, o Pixinguinha, nasceu em 23 de abril de 1887. Cedo dedicou-se à música e deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações magistrais, como flautista e saxofonista. O apelido Pixinguinha veio da união de pizindim – menino bom – como sua avó o chamava, e bexiguento, por ter contraído a varíola, que lhe marcou o semblante.

O Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí foi fundado em 1993 e vem se apresentando por todo o Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e outras localidades. Em 2014, fez sua primeira turnê internacional, na Alemanha.

 

Conservatório de Tatuí – O Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos de Tatuí é um equipamento do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura do Estado administrado pela Associação de Amigos do Conservatório de Tatuí. Fundado em 1951, é uma das mais importantes ações na área de cultura no país. Oferece formação profissional em música, luteria e artes cênicas. Sua única extensão fora do município de origem é o Polo do Conservatório de Tatuí em São José do Rio Pardo.

Apoio Cultural – Para a temporada do ano de 2016, o Conservatório de Tatuí conta com apoio cultural da Coop – Cooperativa de Consumo e Grupo CCR SPVias.
SERVIÇO

Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí
Quando: Sábado, 23 de Abril de 2016
Horário: 20h00
Rua São Bento, 415 – Centro – Tatuí
Ingressos: R$ 12 (R$ 6 meia entrada). Alunos do Conservatório de Tatuí não pagam ingressos.
Bilheteria: nos dias dos eventos, momentos antes do início das apresentações
Informações: 15 3205-8444




Artigo da leitora Sonia Moreira: 'O dia depois de amanhã?'

Sônyah Moreira – O dia depois de amanhã?

O que podemos esperar nós leigos? Somos responsáveis indiretos por essa crise que assola nosso país?  Oh! Sim somos! Afinal quem elege tais espíritos?O dia depois de amanhã, não pode haver comemorações, um governo que chega a um julgamento de impedimento está no mínimo sem apoio das lideranças partidárias.

Se olharmos com olhos feministas, podemos dizer que a vida da presidenta nesses anos foi um calvário, porém, os pecados por ela cometidos a levaram a uma sinuca de bico, como diz um jargão machista. O fato é o que faremos agora com essa batata ardente em nossas mãos?

Ao autorizar esse partido o general profetizou que chegariam ao poder e que para tirá-los seria preciso muitas lágrimas e sacrifícios do povo, profecia ou não o resultado aí está com essa crise que assola a nação.

Vimos ontem, os espectros de seres humanos que nós mesmos elegemos, figuras emblemáticas, esperando qual barco dos aflitos seriam mais convenientes pular e sem esquecer as moedas para lançar ao barqueiro para a travessia do além. Pessoas sem a menor capacidade de discernimento, motivadas pelos ganhos após seus votos, se dizerem patriotas, ao alçarem cadáveres da política, trazendo-os para o palco espetacular de um circo de horrores.

O pecado maior desse governo foi o de virar as costas para as instituições, dizendo ao povo que polícia e lei são para o pobre, figuras com o codinome de “Ex” qualquer coisa não poderia ser apontada, ou submetida a qualquer situação, ora! Será mesmo que estamos aqui, reles leigos a ver o circo pegar fogo apenas em um lado da lona, senhores nós os leigos pagamos diariamente a fatura. Amanhecemos com a alvorada, e pegamos nossos embornais e vamos para nossa luta diária, visto a falta de moedas para compra de vinho e pizza, levamos apenas sobras.

Senhores o dia depois de amanhã, sem sabor de vitória, apenas reflexão, e com figuras mumificadas que retiradas de seu descanso eterno, a estampar os noticiários do mundo inteiro. Isso é o dia depois de amanhã!

Sônyah Moreira – sonyah.moreira@gmail.com




Artigo de Pedro Novaes: 'Trânsito dificil'

colunista do ROL
Pedro Novaes

Pedro Israel Novaes de Almeida – ‘TRÃNSITO  DIFÍCIL’

 

As cidades brasileiras, em sua maioria, não foram planejadas para o número crescente de veículos que suportam.

As dificuldades em transitar tornam-se agravadas, quando da tentativa de encontrar vagas públicas para estacionar. Nas regiões centrais da zona urbana, o trafego predominante resulta de tentativas frustradas de estacionamento.

Interior afora, os deslocamentos em veículos são, em sua maioria, desnecessários, para destinos próximos, a poucos quarteirões.   A população caminha cada vez menos.

Buscando diminuir o tempo de ocupação de cada vaga, foram criadas as Zonas Azuis. Como tais zonas resultaram em boas receitas, muitos municípios estão aumentando-lhes a abrangência, para regiões onde estacionar ainda não é problema.

As carroças estão sendo progressivamente proibidas, e as bicicletas ainda são de restrita utilização. Algumas cidades oficializaram a modalidade do táxi-lotação, a preços módicos e percurso pré-determinado, verdadeiro ônibus em miniatura.

Econômicas, ágeis e de fácil aquisição, as motos se multiplicam, enlouquecendo o trânsito pela contumaz desobediência às leis do trânsito e frequente afronta a pedestres.  Existem cidades onde o uso de capacetes, imposição legal, ainda é pouco praticado.

Nas grandes cidades, é proibido o trânsito de moto-táxis, e enorme a utilização dos veículos para a entrega de mercadorias e correspondências. Por todo o país, transitam motos com dois ou mais ocupantes.

Motos com dois ocupantes são intensamente utilizadas no cometimento de crimes, a ponto de um grande número de estudiosos sugerir sua proibição.

Na verdade, o carona das motos desafia e desacredita todas as recomendações de segurança no trânsito. Parece piada, mas uma criança, para ocupar uma vaga no banco traseiro de um carro, deve atender a exigências de uma cadeirinha especial, e nenhuma exigência é feita, quando ocupam a traseira de uma moto, verdadeira roleta russa.

O cidadão, circulando em carro qualquer, deve obrigatoriamente utilizar o cinto de segurança, mas pode transitar em ônibus urbano, em pé e sem qualquer cinto ou aparato do gênero.

Os transportes públicos ainda são incômodos e poucos. Ônibus  sempre lotados, outrora sinalizadores de linha rentável, hoje sinalizam grave omissão da autoridade pública.

A abolição das vistorias, quando do licenciamento anual, faz crescer o número de veículos que transitam sem condições de segurança para tanto.

Os pedestres, agravando o trânsito, continuam atravessando as ruas de modo transversal. Iniciam a travessia em uma esquina e terminam em outra, 80 ou 100 metros à frente. Alguns sequer andam, mas desfilam, e todos julgam que a faixa indica preferência, mesmo quando o sinal está aberto para os veículos.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.