UFSCAR SOROCABA FEZ ONTEM (05/05/15) ATO DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA PROFESSORES DO PARANÁ

Noite fria, gente quente! Mas indignados com os atos brutais praticados contra os professores e funcionários públicos da rede de educação do Paraná no dia 29/04/2015.

repudio

Foi esse o mote para o ato que ocorreu ontem, dia 05/05/2015, às 20h30, na UFSCar CampusSorocaba, e que reuniu professores, alunos, técnicos administrativos, bem como organizações e movimentos sociais da região.

Muito embora a moção de repúdio lida no evento fosse direcionada às autoridades do Paraná, na qual também se cobra a apuração das responsabilidades (segue abaixo), os presentes se mostraram preocupados com o fato de que o ataque aos direitos dos trabalhadores no Parará tem se espalhado pelo Brasil. Eles chegaram nos estados, muitos dos quais em greve, inclusive em São Paulo, e mesmo nos municípios, como é o caso de Sorocaba, na qual o encaminhamento do Plano Municipal de Educação teve que ser encerrado pela Prefeitura em virtude de protestos pela falta de transparência e democracia.

Todo apoio às lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores! Essa foi a síntese do ato, que de diferentes formas foi inscrita pelos presentes em uma faixa que será encaminhada aos colegas em luta no Paraná!

 

MOÇÃO DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA CONTRA OS PROFESSORES DO PARANÁ

 

Professores(as), alunos(as) e técnicos(as) administrativos(as) do Campus Sorocaba da UFSCar, juntos com a comunidade da região, vem a público repudiar os atos de violência praticados no Paraná, no dia 29 de abril último, contra os professores e funcionários da rede estadual de educação em greve, e exigir a imediata apuração das responsabilidades pela inominável violência praticada.

Os motivos que levam a comunidade da região de Sorocaba a manifestar-se em ato é a brutal repressão promovida pelo Governo do Estado do Paraná, por meio de execrável ação policial, que feriu aproximadamente 200 companheiros, manchou de sangue a bela Curitiba e maculou a história de luta do povo brasileiro por educação pública de qualidade.

Consideramos ser mais do que legítima e necessária a greve dos funcionários da rede pública estadual de educação do Paraná contra o projeto de lei 252/2015, pois ele fere o direito previdenciário do funcionalismo público daquele estado. Assim, é inaceitável massacre promovido pelo governador Beto Richa, pelo secretário de Segurança Pública, Fernando Franscichini, e pelo deputado Ademar Traiano. O que eles fizeram, articuladamente, revive os tristes tempos da ditadura civil-militar, que com violência e desrespeito aos direitos fundamentais da pessoa, perseguia, torturava e matava os que se manifestassem contrários ao regime nefasto. A deplorável ação promovida no Paraná é um atentando contra qualquer padrão de civilidade democrática, até mesmo porque visava a garantir que o povo não entrasse na Assembleia Legislativa, justamente espaço conhecido como a “Casa do Povo”. Mais lamentável ainda foi a resposta do Governo quando cobrado pela imprensa, bem como a da Polícia Militar, os quais, para espanto de todos e todas, alegaram terem se “defendido apenas”, estranhos que são aos princípios de qualquer estado democrático de direito. Na verdade, os algozes queriam virar vítimas, para justificar agressões injustificáveis, mas as imagens mostradas ao mundo não deixaram dúvidas de quem se defendia do que.

De nossa parte, temos certo que o que defendemos neste ato é o direito de se lutar por uma educação pública, laica, gratuita e de qualidade, o que não se consegue sem professores com reconhecimento salarial e direitos previdenciários garantidos, muito menos ainda quando são reprimidos descabidamente quando lutam por isso.

Por isso, repudiamos veemente o tratamento das pautas da educação por meio de intervenção militar e exigimos a imediata apuração das responsabilidades sobre esse atentando à civilidade democrática!

Todo apoio à greve dos professores do Paraná!

Menos bala e mais giz!

 

Comunidade interna da UFScar-Campus Sorocaba/SP

Representantes da sociedade da região de Sorocaba/SP

Em 05/05/2015




Artigo de Celso Lungaretti: 'SÉRIE A ÉPOCA DE OURO DA MPB ESTÁ COMPLETA: TEXTOS, VÍDEOS E FOTOS RESGATAM O PERÍODO MAIS MARCANTE DA NOSSA MÚSICA EM TODOS OS TEMPOS'

Artigo de Celso Lungaretti

 

Trabalhando numa editora de publicações musicais entre 1979 e 1984, fiz aprofundadas pesquisas sobre os grandes festivais de MPB e o programa “O Fino da Bossa”, para redigir os textos de edições dedicadas a cada um desses temas. Depois, em 1983, reuni o que havia de mais significativo nesse material todo no nº 54 da revista “Especial”.
 
Exatamente por dar uma visão ao mesmo tempo sintética e abrangente do período mais fértil e criativo de toda a história da música brasileira, foi a versão de 1983 que decidi digitar e editar para o blogue.
 
Nas últimas cinco semanas, repostei a série inteira, com um acréscimo importante: os vídeos que hoje estão disponibilizados no Youtube, permitindo que uma nova geração de leitores tome contato de forma bem mais direta com o passado relatado nos textos e registrado nas fotos. Eis os posts:
 
O PRIMEIRO GRANDE FESTIVAL COMPLETA 50 ANOS
 

Brasil, 1965. A repressão que se abatera sobre sindicatos, partidos políticos e entidades estudantis não foi estendida às artes, cuja importância como fator  subversivo  até então vinha sendo quase nenhuma.

O teatro de denúncia, os Centros Populares de Cultura da UNE, o cinema novo, tudo isso repercutira tão pouco que os militares se permitiram adotar, com relação à cultura, uma postura de  déspotas esclarecidos

Como consequência, os palcos e telas começaram a ser catalizadores do repúdio ao regime e das esperanças de uma reviravolta popular, no lugar dos canais de comunicação que permaneciam bloqueados… CONTINUA AQUI.

 
‘BANDIDOS’ CONTRA ‘DISPARATADOS’
 

Vandré se destaca também, à época, pela extraordinária trilha musical do filme A Hora e Vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos, na qual pontificam “Réquiem para Matraga”, “Modinha” (“Rosa, Hortência e Margarida”) e a vigorosa “Cantiga Brava”.

E confirma a boa fase com “Disparada”, dele e Théo de Barros, uma das vencedoras do 2º Festival da Música Popular Brasileira que a TV Record promoveu em setembro/outubro de 1966.

Épico sertanejo, “Disparada” coroa as pesquisas de Vandré no sentido de definir um idioma musical comum ao Centro-Nordeste e às pessoas egressas dessas regiões que se estabeleceram no chamado  Sul Maravilha, mas ainda traziam as marcas do êxodo rural… CONTINUA AQUI.

 
MATANDO A GALINHA DOS OVOS DE OURO
 

sucesso de O Fino fez brotarem os concorrentes, paradoxalmente quase todos também da TV Record;  a exceção ficou por conta de Ensaio Geral, da TV Excelsior, com Gil, Bethânia, Marília Medalha e outros, que durou uns quatro meses, no início de 1967.

A emissora do Aeroporto, mais ambiciosa, diversificou sua linha de produtos a ponto de, praticamente, apresentar um show a cada dia da semana:

  • Bossaudade, que reunia a  velha guarda, sob o comando de Elizeth Cardoso;
  • Elza Soares e Germano Mathias (samba do morro e do asfalto);
  • Pra ver a banda passar, com Chico Buarque e Nara Leão;
  • Show em Si-monal (com os expoentes da chamada  pilantragem; e
  • Disparada, com Geraldo Vandré.

O resultado foi o enfraquecimento de O Fino, privado de várias atrações, sem que os outros programas decolassem… CONTINUA AQUI.

 
FESTIVAL DE FESTIVAIS QUE ASSOLOU O PAÍS
 
Caminhando” foi o ápice da carreira de Vandré e também causa maior de seus infortúnios

O ano de 1968 registraria uma verdadeira  overdose  de festivais.

Erro de cálculo: eles já haviam cumprido sua função, de renovação estética e revelação de uma geração de artistas que dominaria a cena brasileira, pelo menos, durante a década seguinte inteira.

E a política, que até então se expressara por meio da música e ajudara a alimentar o interesse por esses eventos, agora se jogava definitivamente nas fábricas, escolas e ruas.

Inventaram festivais de todo tipo: de Música Carnavalescados Presidiáriosdo Violão.

O mais duradouro dessa safra tardia foi o Universitário da Canção, promovido pela TV Tupi, que se aguentou até 1971… CONTINUA AQUI.

 
A INÚTIL E AGÔNICA BUSCA DO APOGEU PERDIDO
 
No 7º FIC (1972), o amargo fim: muitos artistas e pouco talento no palco.

N4º Festival da Música Popular Brasileira, que a Record realizou em outubro/novembro de 1968, a censura já dava as cartas, toda poderosa. Tom Zé, p. ex., teve de trocar “o empregador que condena/ um atentado por quinzena” (referência às ações armadas) por “o pregador que condena/ um festival por quinzena”!!!

Como novidade, houve duas relações de premiados.

júri especial (críticos e artistas ilustres) escolheu “São, São Paulo, meu amor”, de Tom Zé, seguida de “Memórias de Marta Saré” (Edu Lobo/Gianfrancesco Guarnieri), “Divino Maravilhoso” (os autores Caetano e Gil, até em razão da má experiência com o FIC, cederam a música e o palco para a tímida Maria das Graças se metamorfosear na agressiva Gal, sob óbvia influência de Janis Joplin), “2001” (Tom Zé/Rita Lee) e “Dia da Graça” (Sérgio Ricardo)… CONTINUA AQUI.

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Itapetininga: PREFEITURA FAZ RODIZIO DE MÉDICOS

Sem renovar contrato, Prefeitura faz rodízio de médicos em Itapetininga

Cidade não renovou convênio desde abril e UBSs estão sem profissionais.  Segundo o Executivo, profissionais atendem em 6 unidades do município.

 (publicado pela TV Tem)

Do G1 Itapetininga e Região

Ainda sem renovar os contratos emergenciais dos médicos, a Prefeitura de Itapetininga (SP) começará a realizar um rodízio, nesta segunda-feira (4), entre 62 profissionais responsáveis por atender as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. Os especialistas vão se revezar até que novos assumam os cargos. Em 2014 foi realizado concurso para novos médicos, mas não houve inscritos. De acordo com o Executivo, profissionais estão trabalhando nos postos do Gramadinho, da Vila Arruda, Santana, Mazzei e Varginha.

Enquanto isso, o problema da falta de médicos ainda assola os moradores que buscam atendimentos nos postos da cidade. “A gente precisa deles e infelizmente temos que aguentar essa situação”, afirma o aposentado Durval Edson Silveira que já sabendo da demora levou um banquinho para aguardar a fila da UBS do Jardim Fogaça nesta segunda-feira.

Aposentada teme falta de médicos em Itapetininga (Foto: Cláudio Nascimento/TV TEM)Aposentada Zélia teme pela falta de médicos
(Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)

De repouso há quatro meses, a aposentada Zélia Martins de Campos explica que a falta de atendimento prejudica o tratamento. “Estou precisando da receita para pegar os remédios na farmácia, mas não tem médicos”, conclui.

Esperando atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Fogaça, o aposentado João Rodrigues Ferraz conta que chegou antes de todo mundo, ainda de madrugada, para poder conseguir uma consulta. “Se eu viesse mais tarde não ia sobrar lugar, igual na semana passada, que eu vim e não fui atendido”, diz.

A dona de casa Gertrudes de Jesus Fonseca relata que, por conta da burocracia, a irmã precisou acompanha-la para que ela conseguisse agendar consultas para os pais, que estão doentes. “Tentei marcar anteriormente, mas eles não deixaram que eu agendasse para duas pessoas. Então minha irmã teve que vir comigo”, comenta.

Valdemar Roberto Santana, secretário da Associação dos Moradores de Bairro, comenta que a UBS do Bairro da Chapadinha não funciona há bastante tempo. “Faz meses que não tem médico, o pessoal tá gastando dinheiro atoa já que não tem profissionais para atender”, revela.

População espera por atendimento médico em UBS de Itapetininga (Foto: Cláudio Nascimento/TV TEM)População espera por atendimento ainda de madrugada em UBS (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)



DIA 8 SERÁ RELANÇADO EM ITAPETININGA O LIVRO 'CONTINÊNCIA Á MORTE' EM COMEMORAÇÃO AO DIA DA VITÓRIA

Continência à Morte: Edição Comemorativa dos 70 anos do Dia da Vitória

CAPAProfessor Jefferson Biajone*

Continência à Morte! Um título poderoso, expressivo, convidativo às maiores e profundas reflexões.

Foi assim, sob tais impressões, que em meados de julho de 2011, eu organizava o conteúdo hipertextual relativo à participação do 1° Tenente José Ribamar de Montello Furtado, ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e oficial reformado do Exército Brasileiro, em uma das páginas do então em vias de criação “Portal dos Ex-Combatentes de Itapetininga

De fato, foi no curso do levantamento de seus dados escritos no verso de sua fotografia da Galeria de Ex-Combatentes da FEB existente no Tiro de Guerra de nossa cidade (TG 02-076) que li, pela primeira vez, o título da obra que publicou em 1951, qual foi, Continência à Morte!

Recordo-me que este título me impressionou o bastante para que eu não mais o esquecesse nos anos seguintes.

De fato, três anos depois, quando da reinauguração do Monumento aos Pracinhas de Itapetininga, a 19 de julho de 2014, na sede do Tiro de Guerra, recordei-me do livro e indaguei ao amigo Afrânio Franco de Oliveira Mello se era do conhecimento dele a existência e o paradeiro de tal obra.

Para minha grata surpresa, Afrânio não só reconheceu a obra de imediato, como declarou ter sido amigo de José Ribamar de Montello Furtado e de sua família há anos, tendo deles recebido de presente um exemplar de Continência à Morte! para o acervo de sua biblioteca.

Outrossim, meses depois naquele mesmo ano de 2014, mais precisamente a 12 de novembro, Afrânio, Edmundo José Vasques Nogueira e eu lançamos pela Gráfica Regional nova edição do clássico Heroísmo Desconhecido de Edmundo Prestes Nogueira, esta comemorativa dos 90 anos da Revolução de 1924. A noite de autógrafos deste livro ocorreu na Câmara Municipal de Itapetininga tendo sido coroada por discursos e homenagens realizadas por autoridades e familiares ao seu saudoso autor falecido em 1994.

cobrafumandoQuando dessa solenidade, imaginei que poderíamos fazer publicar uma edição comemorativa também de Continência à Morte! A justificativa, muito providencial, colocava essa nova edição em uma situação toda favorável para a sua publicação: em 2015, o Dia da Vitória das Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial, comemorado desde 8 de maio de 1945 ao redor do mundo, completaria setenta anos.

E foram nessas circunstâncias muito fortuitas que concebida foi a ideia de trazer a lume para as gerações presentes e futuras do século XXI a obra poética de Continência à Morte!

E com ela o testemunho em versos de José Ribamar de Montello Furtado, um cidadão brasileiro, itapetiningano não de nascimento, mas de coração, que de fio a pavio participe foi do maior conflito armado do século anterior, a Segunda Grande Guerra Mundial.

E na leitura de seus versos, prenhes de idealismo, realismo e reflexão, percebe-se emergir o soldado patriota que não hesitou em tomar das armas e defender a Liberdade e a Democracia ameaçadas por regimes totalitários.

Foram esses mesmos ideais que nortearam trinta e um outros itapetininganos, que como José Ribamar, voluntariamente ingressaram na FEB para o desconhecido de toda uma odisseia de sacrifícios que o conflito armado em escala mundial haveria de lhes impor, fosse pela presença constante da morte nos combates, fosse a crescente incerteza se estariam vivos ou não nas horas seguintes.

De fato, esses trinta e dois itapetininganos, cujas fotos desde 1995 ilustram galeria de honra existente na sala de instrução de nosso Tiro de Guerra e, desde 2011, páginas hipertextuais no Portal dos Ex-Combatentes, foram, na sua maioria, jovens ao redor dos dezoito a vinte anos que integraram os três regimentos organizados pelo Exército
Brasileiro para compor a FEB em 1944.

contra capa

Com efeito, do 1° Regimento de Infantaria “Regimento Sampaio” da FEB, o 1° RI, pertenceram Argemiro de Toledo Filho, Benedito Ayres de Campos, Benedito Nunes da Costa, Domingos Barreira Sobrinho, Guiomar da Costa Pinto, José de Ribamar Montello Furtado, Joaquim Antonio de Oliveira, José Rolim de Oliveira, Luiz Folegatti, Manoel Evaristo de Moura, Nelson Barreiros, Nelson Medeiros e Pedro Gomes
de Oliveira.

Do 6° Regimento de Infantaria “Regimento Ipiranga” da FEB, o 6° RI, pertenceram Aniceto Vieira Branco, Benedito Bento Mariano, Davino da Costa Calhares, Higino Mendes de Andrade, José da Silva Reis, João Domingues, João Leonel de Medeiros, João Luizon, Luiz Braitt, Mario de Souza, Reinaldo Rolim e Sebastião Garcia.

E, por fim, do 11° Regimento de Infantaria “Ipiranga”, o 11° RI, pertenceram Amasilio Paulo de Campos, Benedito Morelli, Francisco Mathias de Campos, Honorio Negrisoli, Itaboraí Marcondes Machado, Joaquim Arcanjo de Carvalho, Leandro Paulino da Cruz, Miguel França e Victório Nalesso.

Todos esses itapetininganos, na sua grande parte prestando o Serviço Militar Inicial no 5° Batalhão de Caçadores, unidade sediada em prédio onde hoje se encontra a 2° Diretoria Regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), saídos foram de Itapetininga para os escalões de embarque que seus respectivos regimentos tomaram com destino à Itália, entre os meses de julho a setembro de 1994, nos navios General Mann e General Meigs.

De fato, incorporados à FEB, grande unidade divisionária forte em 25.334 homens que nos meses de embarque cruzaram um oceano de dúvidas e incertezas em duas semanas que antecederiam sete meses e dezenove dias de campanha de guerra total contra o jugo nazifascista naquele país.

Uma campanha que inscreveu nos Anais da História Militar mundial o nome do Brasil em fortes matizes de abnegação, luta, sacrifício, desprendimento, coragem, bravura e heroísmo revelados em combates que nossos pracinhas empreenderam na libertação de Massarosa, Camaiore, Monte Prano, Monte Acuto, San Quirico d’Orcia, Gallicano, Barga, Monte Castello, La Serra, Castelnuovo, Soprassasso, Montese, Paravento, Zocca, Marano Sul Panaro, Collecchio e Fornovo di Taro. Combates esses em que tombaram em ação quatrocentos e cinquenta e quatro integrantes da FEB e cinco pilotos da Força Aérea Brasileira, além de duas mil mortes resultantes de ferimentos em combate, e de mais de doze mil baixas originadas por mutilação e/ou variadas outras causas incapacitantes, completando assim essa expressiva estatística da epopeia de sacrifícios que a campanha na Itália custou ao Brasil.

Dois de nossos trinta e dois pracinhas itapetininganos estiveram entre aqueles que tombaram em ação.

Foram eles, o soldado Joaquim Antonio de Oliveira, do 1° RI, a 29 de novembro de 1944, em combate ao 197° Regimento de Infantaria Alemão quando do segundo de três ataques empreendidos às posições inimigas fortemente alojadas no lendário Monte Castello.

E o soldado Sebastião Garcia, este do 6° RI, a 28 de abril de 1945, em combate ao 348° Regimento de Infantaria alemão na libertação de Collechio.

A morte de Sebastião Garcia foi provavelmente uma das últimas sofridas pela FEB, porquanto a 29 de abril de 1945, em Fornovo di Taro, toda a 148ª Divisão de Infantaria Alemã se rendeu aos brasileiros, perfazendo um total de 14.779 prisioneiros, 4.000 cavalos, mais de 1.500 viaturas, 80 canhões de diversos calibres e vasta quantidade de fuzis e munição.

Da extraordinária captura de toda uma divisão inimiga ao término da guerra passariam apenas mais algumas semanas, dado que a 6 de julho de 1945 embarcava com destino ao Brasil o 1° escalão dos agora ex-combatentes da FEB, a qual por fim dissolvida foi em 1° de janeiro de 1946.

Os anos que seguiram ao retorno de nossos pracinhas ao Brasil correram céleres. Associações de Ex-Combatentes como a de Itapetininga – esta em 1955 – foram fundadas em várias localidades no Brasil e, mais recentemente, com o advento da Internet e das redes sociais digitais, portais de resgate da odisseia expedicionária foram criados, a exemplo do Portal dos Ex- Combatentes de Itapetininga, a 28 de agosto de 2011.

Com o passar dos anos pós-guerra, foram-se também, um a um, os ex-integrantes itapetininganos da FEB do nosso convívio, prestando cada qual a sua derradeira continência à morte.

José Ribamar de Montello Furtado a prestou em 27 de maio de 1983, outros companheiros de FEB houve que o antecederam e o precederam.
Mais recentemente, outros dois o fizeram. Os pracinhas Amasilio Paulo de Campos, em 6 de outubro de 2013, aos 93 anos de idade, e Higino Mendes de Andrade, com a mesma idade, a 29 de junho de 2014.

Dos trinta e dois pracinhas itapetininganos que partiram para a Itália, Victório Nalesso (93 anos) e Argemiro de Toledo Filho (92 anos) são os dois remanescentes em vida e que conosco estão nas comemorações dos 70 anos do Dia da Vitória neste ano de 2015.

Victório e Argemiro são os herdeiros das tradições de seus camaradas combatentes da FEB. Dignos heróis de Itapetininga, a quem devemos nosso respeito, reconhecimento e todo elogio.

São a eles dois em vida e à memória de seus outros trinta companheiros falecidos que faço dessa nota de abertura de Continência à Morte: Edição Comemorativa dos 70 anos do Dia da Vitória, um preito de agradecimento e reconhecimento pelo que realizaram na defesa dos ideais da Liberdade e da Democracia num dos momentos mais decisivos da história de nosso Brasil e do mundo.

Que esta obra poética de José Ribamar de Montello Furtado e as fotos de todos os seus camaradas pracinhas que a ilustram possam permanecer os próximos setenta anos do Dia da Vitória no conhecimento e no imaginário das gerações presentes e futuras na imorredoura certeza de que no Brasil de ontem, hoje e sempre, o filho não foge à luta e nem teme a quem adora a própria morte.

Nesse sentido, contribuem abrindo caminho nesta edição comemorativa de Continência à Morte seis prefaciadores de escol, iniciados por Ana Paula de Ribamar Furtado Araújo Neves, neta de José de Ribamar Montello Furtado e representante de toda sua digna família; o 1° Tenente Edomar Wiedtheuper, delegado do Serviço Militar em Itapetininga nos anos de 2013 e 2014, representando o Exército Brasileiro; Afrânio Franco de Oliveira Mello,  amigo de décadas de José Ribamar de Montello Furtado e de sua família, vice presidente-fundador do Núcleo MMDC de Itapetininga, entre outros méritos; Padre Mário Donato Sampaio, nosso pároco mais expressivo e presidente da Academia Itapetiningana de Letras; o intrépido jornalista Helio Rubens de Arruda e Miranda, presidente do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Itapetininga; Edmundo José Vasques Nogueira, jovem e dedicado jornalista, vice presidente do Portal dos Ex-Combatentes de Itapetininga, paladino da verdade como fora seu saudoso pai, Edmundo Prestes Nogueira e, por fim, o entusiasta Derek Destito Vertino, gestor do Portal FEB um dos maiores e mais expressivos portais de resgate e divulgação digital da saga Febiana na Segunda Guerra Mundial.

Abalizada por essa plêiade de colaboradores, não poderia Continência à Morte estar melhor apresentada e iniciada aos leitores do século XXI, aos quais esta obra, certamente nos seus versos mais incisivos, fará retumbar em seus corações sua energia e vibração, como o fez no meu, a certeza de que Unidos viveremos.

E quando a morte chegar espatifando a vida, unidos partiremos para o seio paternal de Deus, em busca do reino universal do Amor. E é nesse amor que José Ribamar de Montello Furtado soube tão bem nortear seus versos de guerra em Continência à Morte que reconheço o seu profundo e dedicado amor à Pátria Brasileira, o mesmo que o escritor e capitão da Guarda Nacional João Simões Lopes Neto (1865-1916), anos antes da Epopeia da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, já soube tão bem definir e aquilatar seu significado e relevância para o Brasil de outrora, de hoje e sempre:

 

O homem morre, as gerações se sucedem, mas a Pátria fica, sobrevive e segue adiante, e mais e sempre, ancorada na saudade dos que a construíram e já tombaram e nas esperanças dos que nascem.

Nenhum povo pode ser grande sem esse sentimento. Nenhuma nação pode ser forte sem nele apoiar-se. E o amor a Pátria é o mais sólido elo da nacionalidade e o mais forte estímulo aos cidadãos.

Que o amor à Pátria se desenvolvia e se fortalecia com o conhecimento de seu passado e presente e com fé em seu futuro.
João Simões Lopes Neto

(1865 – 1916)

 

Os interessados poderão adquirir o livro enviando um e-mail para: jbiajone@gmail.com

(*) Jefferson Biajone é professor, historiador e membro da Academia Itapetiningana de Letras e do Instituto Histórico Geográfico e Genealógico de Itapetininga. Oficial da reserva do Exército Brasileiro, é membro colaborador da Delegacia da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil “Aluisio de Almeida” em Sorocaba e Região. É presidente fundador do Núcleo “Paulistas de Itapetininga! As Armas!!” da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC e do Portal dos Ex-
Combatentes de Itapetininga.




Artigo de Celso Lungaretti: 'ELEGEMOS A DRA. JECKYLL, UMA REFORMISTA. QUEM NOS GOVERNA É A SRA. HYDE, UMA NEOLIBERAL'

Por Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia.

Furo do blogue: com a leitura labial, descobri  que a Merkel lhe disse “eu sou você amanhã”.

Está na Folha de S. Paulo deste sábado (2) e o autor é André Singer, um dos analistas mais simpáticos ao petismo no jornal da ditabranda:

…os olhares se voltarão para a votação do ajuste fiscal, que aparecerá logo mais no plenário sob a forma das Medidas Provisórias 664 e 665. Dissolvida a inusual contenda direita-esquerda, que se verificou no tema da terceirização, voltará a prevalecer a luta entre a base de apoio governista e a oposição.

Para Dilma, a aprovação das MPs é fundamental. Goste-se ou não (e eu não gosto), a escolha de Sofia em favor do ajuste recessivo foi feita por inteiro. O cálculo parece ser de que, depois de um período agudo -que pode durar mais um semestre ou até o fim de 2016-, ocorrerá crescimento em 2017.

E para os esquerdistas que a salvaram da derrota em 2014…

Assim, haveria tempo para entrar no ano eleitoral de 2018 com a economia em alta. Trata-se, portanto, de aguentar o tranco agora, de maneira a terminar o mandato em condições ao menos razoáveis.

Dada a aposta acima, o PT será obrigado a cerrar fileiras em favor das MPs, de modo a garantir que os demais partidos da base, a começar pelo PMDB, sustentem a estratégia da presidente. O projeto da terceirização veio em boa hora, pois deu oportunidade ao PT de mostrar serviço à classe trabalhadora antes de sacramentar no Parlamento a opção neoliberal

Ou seja, enquanto os blogueiros chapa branca alimentavam ilusões de que logo sairíamos da penúria atual, a Angela Merkel brazuca (eu poderia também chamá-la de Margaret Thatcher, mas deixemos as mortas em paz…) sabia muito bem que comeremos o pão que o diabo amassou por muito tempo ainda. E, agindo como a tecnoburocrata que vem sendo de coração nas últimas décadas (embora lhe convenha esconder que nada tem mais a ver com a saudosa Wanda), ela está prontinha para atirar o Brasil e os brasileiros no mesmo buraco sem fundo do qual a Grécia tenta desesperadamente escapar.

Ou seja, certo mesmo está o FMI, ao projetar queda do PIB brasileiro em 2015 (-1%) e insignificante melhora em 2016 (+0,9%), o que equivale a dois anos de recessão. No mínimo.

De que vale evitar o impeachment mas perder a alma?

E certo mesmo também estava eu, ao dar um delenda est Levy.

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A ÉPOCA DE OURO DA MPB/4: FESTIVAL DE FESTIVAIS QUE ASSOLOU O PAÍS.




Artigo de Celio Pezza: 'RATOS NA CPI'

Crônica de Celio Pezza: # 259 Ratos na CPI

Foto closeUsar animais em espetáculos de circo já é proibido em vários estados brasileiros. Infelizmente, ainda é permitido em Brasília. Talvez, por causa disso, tivemos um espetáculo durante uma sessão na Câmara, onde um funcionário soltou cinco ratinhos no inicio do depoimento de João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, apontado como operador de seu partido no esquema de pagamentos de propinas.

Como se sabe, os ratos são espécies resistentes, inteligentes, proliferam com muita rapidez e se alimentam da podridão existente em determinados locais.

Não é a toa que os ratos existem há mais de 10.000 anos e não conseguimos até hoje nos livrar deles. Eles são uma praga, odiados e temidos pelos homens. Durante o século XIV foram os causadores da terrível Peste Negra, que dizimou mais de 75 milhões de pessoas na Europa.

Existe um fenômeno curioso chamado de Rato Rei, onde muitos animais ficam presos uns aos outros pelas caudas e sem possibilidade de libertação. Vários já foram encontrados na Alemanha desde a Idade Média, sendo que o maior aglomerado até hoje foi de 32 ratos mumificados encontrados em uma lareira, em 1828. Esse macabro achado era considerado como um presságio de doenças e morte certa.

Da mesma forma, hoje, existem os famosos corruptos que se protegem, entrelaçam suas caudas e um não consegue de desvencilhar dos outros.

Esses novos ratos também são difíceis de serem eliminados, têm alto poder de sobrevivência, são odiados, perseguidos, mas muitas vezes se escondem e voltam a prejudicar a raça humana, quando menos se espera.

A corrupção é como a peste, que não morre nunca.

Ela espera, pacientemente, o momento para acordar seus ratos. Como são espertos, eles se infiltram em todos os ramos da nossa sociedade. Quando nos damos conta, estamos infestados de ratos e a peste aparece.

Para acabar com a peste, temos que acabar com os ratos.

Isso já foi aprendido durante o grande surto na Europa e não podemos nos esquecer desses fatos. Se quisermos um país sem a peste da corrupção, temos que eliminar os ratos. Não conseguiremos eliminar a doença, vivendo com a causa.

Voltando ao depoimento de João Vaccari Neto, vimos alguns lances curiosos; por exemplo, a defesa obteve um habeas corpus assinado por um ministro do Supremo Tribunal Federal, garantindo o direito de não assinar um termo de compromisso usual nas CPIs, no qual o depoente se compromete a dizer apenas a verdade.

Em outras palavras, ele teve o direito assegurado de mentir sem ser penalizado. Estranho esse mundo infestado de ratos, com a peste batendo à nossa porta.

Célio Pezza

Abril, 2015




Jornal Bem Estar: UMA VERGONHA: APROVADO PROJETO QUE DISPENSA AVISO NOS TRANSGÊNICOS

Aprovado projeto que dispensa símbolo da transgenia em rótulos de produtos

Vergonha: enquanto outros países proíbem completamente o uso de alimentos transgênicos, no Brasil os interesses são “outros”.

Por Nosso Bem Estar

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

Transgenicos

Luis Carlos Heinze e outros deputados apoiaram o projeto

Apesar de ter ocorrido uma discussão intensa entre os deputados favoráveis e contrários à medida, o projeto foi aprovado e agora vai para o senado.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (28) o Projeto de Lei 4148/08, do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), que acaba com a exigência do símbolo da transgenia nos rótulos dos produtos com organismos geneticamente modificados (OGM), como óleo de soja, fubá e outros produtos derivados.

A matéria, aprovada com 320 votos a 135, na forma de uma emenda do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), deve ser votada ainda pelo Senado. Clique aqui para saber quem votou a favor e contra no seu estado.

O texto disciplina as informações que devem constar nas embalagens para informar sobre a presença de ingredientes transgênicos nos alimentos. Na prática, o projeto revoga o Decreto 4.680/03, que já regulamenta o assunto.

Heinze afirmou que a mudança do projeto não omite a informação sobre a existência de produtos transgênicos. “Acho que o Brasil pode adotar a legislação como outros países do mundo. O transgênico é um produto seguro”, afirmou. Segundo ele, não existe informação sobre transgênicos nas regras de rotulagem estabelecidas no Mercosul, na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e na Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com o texto aprovado, nos rótulos de embalagens para consumo final de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal deverá ser informada ao consumidor a presença de elementos transgênicos em índice superior a 1% de sua composição final, se detectada em análise específica.

A redação do projeto deixa de lado a necessidade, imposta pelo decreto, de o consumidor ser informado sobre a espécie doadora do gene no local reservado para a identificação dos ingredientes.

A informação escrita sobre a presença de transgênicos deverá atender ao tamanho mínimo da letra definido no Regulamento Técnico de Rotulagem Geral de Alimentos Embalados, que é de 1 mm.

Sem transgênicos
Além do fim do símbolo que identifica os produtos com transgênicos, no caso dos alimentos que não contenham OGM, o projeto mantém regra do atual decreto que permite o uso da rotulagem “livre de transgênicos”.

Destaque do PT aprovado pelos deputados retirou do texto a condição de que esses produtos sem transgenia somente poderiam usar essa rotulagem se não houvesse similares transgênicos no mercado brasileiro.

O texto continua a exigir, entretanto, a comprovação de total ausência de transgênicos por meio de análise específica, o que pode dificultar o exercício desse direito pelos agricultores familiares, que teriam de pagar a análise para poder usar a expressão.

Polêmica em Plenário
A discussão sobre o tema foi intensa e não houve consenso entre os parlamentares, em especial entre os principais partidos da base aliada do governo, PT e PMDB.

Para o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), o projeto de lei cassa, na prática, o direito de o consumidor saber se há ou não transgênicos. “É correto sonegar ao consumidor essa informação? Está certo tirar o direito de saber se tem ou não transgênicos?”, questionou.

Já o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) defendeu a medida e lembrou que a Lei de Biossegurança (11.105/05), que regulamentou o uso de transgênicos, completou dez anos neste mês. “Disseram que os transgênicos poderiam causar câncer. Agora renovam a linguagem.”

O líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), disse que o projeto é um retrocesso na legislação atual. “O texto mexe naquilo que está dando certo. O agronegócio está dando um tiro no pé. Por que retroagir?”, questionou. Segundo ele, o texto não acrescenta nada sobre a transgenia, só retira informações.

Já o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) lembrou que 90% da soja e do milho comercializados no Brasil têm organismos transgênicos em sua composição e, dessa forma, toda a cadeia produtiva desses produtos, como carne e leite. “O projeto é excelente, garantimos o direito do consumidor ser informado”, disse.

Opiniões divergentes
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) afirmou que, enquanto outros países proíbem completamente o uso de alimentos transgênicos, no Brasil se busca “desobrigar a rotulagem dos transgênicos e excluir o símbolo de identificação”. Ivan Valente ressaltou que não existe consenso se os transgênicos fazem ou não mal à saúde.

Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), era necessário manter o símbolo da transgenia nos produtos. “Qualquer mudança vai prejudicar o consumidor.”

O deputado Moroni Torgan (DEM-CE), no entanto, criticou a rotulagem diferente para a transgenia. “Por que a diferença entre corante, conservante, agrotóxico e transgênico na embalagem? Se é para colocar letra grande para transgênicos, por que estão usando dois pesos e duas medidas?”, questionou.

Na opinião do deputado Padre João (PT-MG), a proposta só beneficia as grandes multinacionais do setor agropecuário que vendem sementes transgênicas. “Não podemos ficar a serviço das grandes empresas, devemos ter respeito ao consumidor”, disse.

O deputado Delegado Edson Moreira (PTN-MG) respondeu ao deputado Padre João que a hóstia, usada no rito católico, também é feita com trigo transgênico.

Fonte: Agência Câmara Notícias