Marcelo Paiva Pereira: 'A primeira Guerra Mundial'

Marcelo Augusto Paiva Pereira: ‘A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL’

Iniciou-se a Primeira Guerra Mundial aos 28 de julho de 1914, um mês após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, na cidade de Sarajevo. Esse fato foi o estopim que a desencadeou, mas não a única causa.

As causas preexistentes foram a vontade de expansão imperialista das grandes potências europeias, que se articulavam desde a Convenção de Viena, de 1815, que pôs fim ao período napoleônico na Europa e causou transformações políticas e econômicas, como é exemplo a unificação dos Estados Germânicos e a segunda revolução industrial (ocorrida na segunda metade do século XIX).

Além da Alemanha, também disputavam territórios a França, o Império Britânico, a Itália, a Rússia e o Império Otomano. Aquelas cinco nações esperavam um motivo para deflagrarem as batalhas por novos territórios e mercados para seus produtos industrializados. O Império Otomano queria expulsar os armênios do território. O assassinato do aludido arquiduque foi o estopim.

Aos 28 de julho de 1914 o reino da Sérvia foi invadido pelos exércitos do Império Austro-Húngaro, enquanto as forças alemãs invadiram a Bélgica, Luxemburgo e França. Nesse panorama beligerante a Rússia atacou a Alemanha. Inicialmente divididas em Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) e Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia), o panorama militar mudou: a Itália passou para a Entente e o Império Otomano entrou para a Aliança.

O conflito adquiriu dimensões mundiais em razão da convocação das colônias desses países e do ingresso de outros países (como Japão e Estados Unidos da América junto à Tríplice Entente) e, ao final da guerra, em 11 de novembro de 1918, foram mortos aproximadamente 20 milhões de pessoas, das quais a metade eram civis.

Declarado o fim da guerra, a Alemanha foi considerada culpada pela Primeira Guerra Mundial (ou Grande Guerra, como era conhecida) e condenada a pagar as indenizações aos países vitoriosos na forma do Tratado de Versalhes, assinado em 1919, em Paris.

A Alemanha não se conformou em ter sido considerada culpada e condenada pela guerra por ter havido outras nações que com ela concorreram para inicia-la e não tiveram a mesma destinação. Em razão desse inconformismo, nos anos seguintes a Alemanha se rearmou até os dentes e, em 01 de setembro de 1939, invadiu a Polônia e deflagrou a Segunda Guerra Mundial.

O desejo de conquista por territórios e novos mercados sob o manto do expansionismo determinou a ruína desse método, lastreado na antiga concepção colonialista das grandes potências europeias, e enriqueceu a nova economia de mercado que surgia na América, o capitalismo utilitarista (pragmático) dos Estados Unidos da América.

O fim da Primeira Guerra Mundial alterou o mapa político da Europa, o endereço do poder econômico (passou para a América do Norte) e abriu espaço para mudanças ideológicas e culturais, além do desejo de vingança, que causaram a Segunda Guerra Mundial. As lições da Primeira Guerra Mundial não foram suficientes e os países envolvidos repetiram os mesmos erros. Nada a mais.

Marcelo Augusto Paiva Pereira

(o autor é advogado)